OS IMPACTOS DA FALTA DE GERENCIAMENTO DO CONFLITO NO FUNCIONAMENTO DE UM GRUPO

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DINÂMICA DE GRUPOS

Pós-Graduação em Dinâmica de Grupos

OS IMPACTOS DA FALTA DE GERENCIAMENTO DO CONFLITO NO FUNCIONAMENTO DE UM GRUPO

Pós-Graduação em Dinâmica de Grupos

Daniela Piten Reis

Magda Rejane de Oliveira

Rosamaria Sponchiado

Professor: Mauro de Oliveira

Porto Alegre, agosto 2014.

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RESUMO

Ainda não foi elaborado.

Palavras-chave: Conflito; Relacionamento Interpessoal;

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1 INTRODUÇÃO

Os conflitos são inerentes a vida em grupo conforme menciona Reginatto (2004) e deve-se considerar que é o nosso preconceito em relação ao tema que por muitas vezes, assusta. Sua origem é do latim e significa atacar juntos. Portanto, podemos considerar que o conflito não pode ser ignorado ou abafado e sim deve ser administrado, para uma constante da dinâmica interpessoal.

Segundo Houaiss (2001), conflito quer dizer oposição de interesses, de sentimentos e de ideias. É disputa e desentendimento, tumulto, confusão e desordem. Para a Psicanálise, trata-se de situações em que, no indivíduo, se opõem os impulsos primários e as solicitações ou interdições sociais e morais.

Em qualquer organização, os baixos níveis de conflito podem deixar esta vulnerável à estagnação, à tomada de decisões empobrecidas e a falta de eficácia. Por isso, o conflito é visto como positivo e como uma forma de crescimento e evolução, onde a trajetória de um grupo pode ser entendida como uma contínua sucessão de conflitos e, as mudanças decorrentes destes, resultam em um modo como eles são resolvidos e enfrentados.

A relevância do tema é demonstrada através do estudo feito pela American Management Association (Associação Americana de Gestores ou AMA) apud Instituto Superior da Maia (2007) que destaca a importância de fortalecer as competências inerentes aos gestores para gerenciamento do conflito e aponta que em média o nível de alta e média gestão, despende 21,5% do seu tempo na administração do conflito e que essa capacidade tem assumido cada vez mais importância nos últimos tempos.

Essa divergência se agrava à medida que as pessoas se submetem a procedimentos, rotinas, regras e os faz atuar sob fortes controles e com pouca margem de liberdade. O conflito se agrava com rigidez e com o crescente nível intelectual dos indivíduos. Eles necessitam do trabalho e precisam se adaptar. A não solução do conflito conduz as pessoas a frustração (CORADI, 1985).

Por sua vez, as organizações são formadas por grupos de pessoas que trabalham de maneira estruturada e um dos maiores desafios é lidar adequadamente com as pessoas, e com sua complexa rede de relacionamento e interações.

Relacionamentos interpessoais despertam o interesse de todos os participantes de uma organização e são responsáveis pela qualidade das relações. Conforme Moscovici (2004), pessoas convivem e trabalham com pessoas e portam-se como pessoas, isto é, reagem aos demais com quem entram em contato. Elas se comunicam, simpatizam e sentem atrações, antipatizam e sentem aversões, aproximam-se, afastam-se, entram em conflito, competem, colaboram, desenvolvem afeto.

Neste artigo pretende-se abordar o tema da gestão de conflito, especialmente no que se refere ao contexto organizacional, qual o impacto que a administração deste tema tem no relacionamento das equipes e grupos.

Sendo assim, entender as interelações do conflito no relacionamento interpessoal de um grupo, pode trazer mecanismos para melhor administrar os mesmos, e compreender o impacto que este traz na eficácia da gestão e dos resultados do grupo e da organização. Sendo assim, este estudo teve por finalidade responder à questão: Como a falta de gerenciamento do conflito interfere no relacionamento de um grupo?

Tendo como objetivo geral identificar através de uma pesquisa de campo, como o conflito interfere na dinâmica de relacionamento de um grupo. Os objetivos específicos: estabelecer os conceitos teóricos de conflito, gerenciamento de conflito e relacionamento interpessoal; aplicar pesquisa de campo para identificar que tipo de interferência o conflito pode trazer ao relacionamento do grupo; analisar os dados e propor hipóteses.

Para atender os objetivos deste estudo, as metodologias utilizadas foram estudo bibliográfico, onde se buscou a luz da teoria para uma melhor compreensão do assunto e pesquisa de campo, que tem como objetivo principal coletar material que permita uma real análise dos impactos do conflito no relacionamento de um grupo.

O público-alvo deste estudo foi formado por empregados de uma empresa multinacional, no setor financeiro, especificamente área de cobrança, por se trata de um setor em que conflito faz parte da sistemática de funcionamento, onde o trato com clientes e as relações internas oportunizar diversas situações conflitantes. Essa organização está situada em Porto Alegre e o grupo em questão é composto por X empregados, com idades entre xx, sendo que xx são homens e xx mulheres, com nível de escolaridade

2 REFERENCIAL TEÓRICO

1. Conflito

As pessoas divergem na maneira de sentir, pensar, agir e perceber. As diferenças individuais são inevitáveis com suas consequentes influências na dinâmica interpessoal. Elas não podem ser consideradas boas ou ruins (MOSCOVICI, 2004, p.145).

Para a mesma autora, as diferenças individuais trazem discordâncias de opiniões, referentes a aspectos da tarefa, meios, procedimentos, metas. Essas discordâncias podem gerar discussões, tensões, insatisfações e conflitos, despertando sentimentos e emoções que afetam a objetividade e transformam o clima emocional de um grupo.

A existência de um conflito é uma realidade que não podemos ignorar ou abafar. O conflito é um importante fator da existência humana (REGINATTO, 2004, p.41).

Thomas (1992) apud Mc Intyre (2007, p. 297) diz que conflito é o processo que inicia quanto uma das partes se dá conta que a outra a afetou de forma negativa. O conflito tem que ser percebido, caso contrário não existe. Tem que haver uma interação e tem que existir uma incompatibilidade entre as partes.

O mesmo autor alega que conflito é um encontro entre duas ou mais linhas de força, com direções convergentes, mas em sentidos opostos. O resultado disso é a necessidade de uma administração eficaz da situação, retirando algo de positivo dela.