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Os Significados da Comunicação

Por:   •  12/6/2019  •  Resenha  •  2.207 Palavras (9 Páginas)  •  92 Visualizações

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Gabriella da Verdade Lobo

2º período de Psicologia - UFF

Trabalho de linguagem

Professor: Christian Sade

Significados da comunicação

        Linguagem e signos são comuns a nós tanto para entendermos o que lemos quanto para nos comunicarmos. Em geral, por ser algo tão natural à raça humana, usamos a linguagem a todo tempo sem nem percebemos sua importância e significância de fato. No entanto, muitos pesquisadores e filósofos discutem acerca do tema.

Em “a linguagem essa desconhecida”, Marcondes retrata sobre como podemos nos comunicar mesmo sem saber o que é linguagem e que aprendemos espontaneamente, independentemente do nível de escolaridade. Também afirma que essa característica é fundamental da evolução humana. Tal capacidade “natural” de usar a linguagem é o ponto de partida da tese de alguns filósofos e linguistas. Entretanto, quando se pergunta o que é linguagem, não há uma resposta única ou simples.

Ele discute sobre não só o que é linguagem, como também símbolos e cultura. Relembra que Steven Pinker explicita que “só seres humanos tem linguagem”. A linguagem, segundo Marcondes, não é mesmo que língua (idiomas como português, inglês, francês, alemão, espanhol, italiano, etc) e que em um sentido amplo, é um sistema de signos. Sendo signo, tudo aquilo que tem significo e que indica ou remete à alguma coisa. Mesmo havendo divergências de respostas de diversos filósofos e teóricos da linguagem.

Marcondes ressalta “dois grandes conjuntos de problemas” onde se desenvolve a maior parte das discussões sobre linguagem: um questiona se a linguagem sempre seria a expressão de um pensamento previamente construído, levando a entender que o pensamento é expresso pela linguagem. Enquanto o outro conjunto considera a linguagem usada na comunicação, sem o pensamento em si, mas sim com enfoque na prática da linguagem. Nessa linha de pensamento, apresenta a idéia de semióticos (série de sistemas simbólicos que remetem e transmitem significados): o Braille, língua utilizada pelos cegos e a sinalização de transito, que nos indica regras e informações necessárias para trafego. Fala, também, sobre o calendário Maia e o quipu (“escrita” Inca), terminando ao mostrar um mapa de Londres, o chamando de linguagem não verbal e indagando se seria possível uma linguagem universal, anterior as diferentes culturas e que poderia, então, ter servido de base para todas as línguas concretas que temos.

Em contrapartida, o autor de “comunicação animal e linguagem humana” diz que o que consideram como linguagem é um “abuso de termos” e que “não há linguagem sem voz”, acreditando que a linguagem é dada apenas no campo verbal ou no máximo escrito. Logo, animais não possuem linguagem, pois, em sua visão, animais, por mais que emitam sons ou gritos, nada comprova que tenham características afim de serem chamadas de linguagem. Apesar disso, acredita que uma espécie de animas leva a crer que podem possuir formas de comunicação que se assimilam, sim, à uma linguagem e para exemplificar, comparou o modo como abelhas e humanos se comunicam, levando em conta uma interessante experiência com tais insetos afim de explicar seu modo de comunicação.

Essa descoberta da comunicação entre as abelhas é de Karl von Frisch, um professor da Universidade de Munique, que, realizando inúmeras experiências com as mesmas, observou diante uma colmeia transparente, que quando uma abelha volta depois de encontrar alimento, imediatamente é rodeada pelas outras, que estendem suas antenas a ela para recolher o pólen ou absorver o néctar. Percebeu que após isso, a comunicação é dada através de danças (com duas existentes): sendo uma delas o ato de realizar movimentos circulares, no qual traçavam-se círculos de um lado para o outro sucessivamente e a outra era o que entendeu como a figura do número 8, voando reto e depois descrevendo uma volta para a esquerda, voando reto novamente e fazendo a volta para a direita, e assim por diante. E percebeu também que após as danças algumas abelhas saíam da colmeia e iam em direção ao local visitado pela primeira, alimentavam-se e que retornavam à colmeia, repetiam todo o processo para que depois de um tempo todas soubessem o local e fossem se alimentar.

Segundo Benveniste, as abelhas são capazes de formular signos e interpretá-los de acordo com um código de sinais convencionado entre elas. Como dito, através de dois tipos de dança conseguem entender informações como local, direção e distancia da colmeia se encontra o alimento. Enquanto na linguagem humana há uma mistura dos códigos usados em sociedade, além de significados e reciclagem dos mesmos. Outra diferença é que não a possibilidade de diálogo entre as abelhas e de transmissão da mensagem para outras, pois se ela não vivenciou o acontecimento não consegue conta-lo para outras. Sendo assim, Benveniste acredita ser possível definir uma “verdadeira linguagem”: que na humana explicita um sistema comunicativo, vindo de uma sociedade à mesma e que na comunicação animal, no caso das abelhas, consiste inteiramente na dança, não havendo intervenção de um aparelho vocal. O que, para o autor, a fala é parte essencial da linguagem, onde diz que a sociedade também é a condição de linguagem.

Por fim, conclui-se que, apesar das abelhas terem capacidade de armazenamento de informações e a aptidão para transmiti-las simbolizando-as, assim como humanos, e de formulação de signos com interpretação (aptidões estas que configurariam elementos fundamentais para qualquer linguagem), o modo como se comunicam não se trata de uma linguagem, mas de um código de sinais. O que nos remete ao começo do texto, ou ate mesmo o titulo, no qual a linguagem é exclusivamente humana.

Já Pietroforte em “A língua como objeto da Linguística”, sendo linguística o estudo sobre as particularidades da linguagem humana, discute acerca da língua como objeto dos estudos linguísticos com foco especificamente nas dicotomias saussurianas, que vem de um dos mais importantes linguistas de sua época: Ferdinand de Saussure. Ele começa apresentando a fábula “O lobo e o cordeiro” de La Fontaine escrito em português e em francês, e fazendo uma análise comparativa entre as duas línguas, mostrando diversas semelhanças entre as palavras das mesmas. Tal modo de linguística era peculiar até então, porém após as discussões levantadas no curso de Saussure, um novo objeto passou a fazer parte dos estudos linguísticos. Ou seja, novos enfoques foram atribuídos aos dados linguísticos, construindo assim um novo objeto.

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