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PRÉ-ADOLESCÊNCIA E PUBERDADE

Por:   •  14/3/2019  •  Resenha  •  1.330 Palavras (6 Páginas)  •  206 Visualizações

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ADOLESCÊNCIA E PUBERDADE

Freud não fala de adolescência, mas de transformações da puberdade. Desenvolvimento da libido, das organizações sexuais, reorganização das pulsões. Escolha de objeto baseado nas vivências amorosas da infância. Ultrapassar a questão edípica. Adolescência revive situações passadas. Reconquista da estabilidade do ego. Nova configuração identitária.

PRÉ-ADOLESCÊNCIA E PUBERDADE

  • Puberdade: mudanças corporais, biológicas (universal).
  • Menarca, seios e pêlos crescem
  • Primeira ejaculação, ereção é incontrolável, ejaculações espontâneas
  • Ampliação da capacidade cognitiva
  • Estranhamento do próprio corpo, do eu
  • Ideais corporais são colocados em cheque
  • Impotência frente a mudanças
  • Curiosidade sexual
  • Mudanças psicossociais
  • Processo marcado pela construção e conquista da subjetividade e individualidade
  • Intensifica satisfação libidinal que costumava satisfazer na infância
  • Conteúdos pré-edípicos serão reeditados: lembrança da relação mãe-bebê, relação de plenitude, sem falta;
  • Conteúdos edípicos serão reeditados: instaura a castração, quebra da ideia de completude, plenitude
  • Abre-se a ferida narcísica, o ideal não vai mais coincidir com o eu, busca por projetos investidos narcisicamente
  • Retorna a angústia da consumação do incesto devido ao desenvolvimento corporal

Menino

  • conflito edípico retorna
  • defesa homossexual: afastam da ameaça a castração, relacionam só com meninos, desvalorização e menosprezo pelo sexo oposto
  • o ficar, os namoricos estão mais relacionados a competição edípica, com o amigo do que com uma escolha madura de um parceiro
  • satisfação oral: fome, voracidade esportiva, agitação em geral
  • satisfação anal: palavrões, piadas sujas, eliminação de gazes em público, despreocupação com a limpeza (forma também de evitar contato com o corpo desconhecido)

MENINOS E MENINAS

  • emergência pulsional, amplos afetos e comportamentos, mais ou menos controlados pelo superego
  • defesa usada: socialização da culpa, amigos são fundamentais, grupo lhe faz sentir mais forte, cumplicidade
  • Primeiros investimentos exogâmicos, comparação modelo familiar e dos outros        

Menina

  • Conflito edípico retorno;
  • Defesa: negação do feminino, valoriza ter o falo, identificação com o masculino (camisetas largas, brincam com meninos);
  • Dificuldade em lidar com a falta, com a castração, não aceita a incompletude
  • Manifestação anal não muito aceita socialmente (soltar gazes, não tomar banho), então fica mais recalcado
  • Satisfação oral: dietas, preocupação com o peso, anorexia, bulimia.
  • Relação com a mãe: brigas e discussões, desqualifica a figura materna
  • Identificar-se com a mãe fálica do período pré-edípico seria permanecer em uma condição infantil de ausência de registro das diferenças, é necessário se deparar com a castração.
  • Defender-se da aproximação materna é recusá-la para depois se identificar com a mãe feminina        

ADOLESCÊNCIA INICIAL: PERMANÊNCIAS E MUDANÇAS

  • Pulsão genital e investimento exogâmico;
  • Prazer sexual, prazer novo;
  • Evolução do auto-erotismo para escolha de objeto;
  • Angústia pelas mudanças corporais e pela possibilidade da concretização das fantasias infantis incestuosas;
  • Modifica comportamento com seus pais, desinveste dos pais, a confiança e segurança depositadas nos pais serão buscadas em outros espaços e objetos;
  • Pais alvo de críticas e reprovações;
  • Sentimento dos pais: ambivalente, quer e não quer o crescimento do filho, sente orgulho e inveja, fase de envelhecência, conflitos na comunicação;
  • Levisky: importância da autoridade (ponto de referência para quando precisar deles) e diálogo dos pais (precisa ouvir e falar sem saber que está sendo escutado);
  • Pais saem do lugar de heróis e assistem a separação e crítica aos valores intrafamiliares;
  • Adolescente fica mais introspectivo, mais criativo, sensível, percebe mais, contribui para as transformações interiores. energia retirada dos pais volta-se pra ele, aumento do narcisismo.
  • Isso pode ser perigoso, pois acha que está imune a tudo.
  • Investimentos em ídolos, pais de amigos, amor platônico são importantes para que a libido não fique restrita ao eu e continue na realidade;
  • Desenvolvimento da auto-estima, mas também sentimento de insegurança, ego fragiliza e sente falta de orientações superegoicas;
  • Perda da ideia ilusória de proteção plena e absoluta
  • Sentimento de vazio (buraco deixado pelos pais que precisa ser preenchido)

AMIZADE        

  • Ocupará o lugar que fora dos pais (amizade idealizada) / busca no amigo as qualidades que gostaria de ter, escolha objetal narcísica, estar com um amigo para ele perfeito é ser perfeito/ relações fortes, intensas, que busca a exclusividade;
  • Amigos se completam e são cúmplices;

  • Masturbação: não precisa do outro, pois encontro com o outro é desejado, mas temido.
  • A masturbação também possibilita o conhecimento do próprio corpo, uma descarga da tensão sexual;
  • Para se experimentar a genitalidade é imprescindível aceitar a incompletude, de não ser suficiente sozinho.
  • À medida que vai se aceitando a necessidade do outro para obter prazer, a masturbação traz consigo a imagem do outro.

ADOLESCÊNCIA PROPRIAMENTE DITA: CONFLITIVAS NO CERNE DO EU

  • Auge do processo adolescente
  • Fase mais profunda e intensa da adolescência
  • Busca pelo autoconhecimento
  • Busca pela identidade
  • Abre-se espaço para o tema alteridade
  • Mais próximo do mundo dos adultos

Dois movimentos:

  1. Abandonar os objetos de amor da infância. As figuras parentais passam a estar internalizadas, separação dos pais, individualização
  2. Busca de novos objetos para amar

  • Primeiramente tenta preencher o vazio dos pais, depois dos conflitos edípicos elaborados é possível escolhas mais maduras e reais, relações estáveis e autênticas
  • Primeiras relações: tentativas com ingredientes edípicos muito parecidos com pais ou muito diferentes, percebe-se isso quando há uma supervalorização do objeto e depois uma desidealização
  • No começo da relação à paixão diminui a capacidade crítica, do pensamento e de análise;
  • Sensação de completude/ valoriza o outro no máximo. O outro é parte de si e não separado

Escrita:

  • Diário: zona intermediária, pode viver várias vezes através da fantasia o que deseja antes de colocar em prática, evita assim atuações. Estimula o ego nas funções de síntese e domínio
  • Escrita é um exercício simbólico, abre espaço de experimentação e de complexidade no exercício do pensamento

LUTO

  • Culturalmente é uma prática mais das meninas lutos (Ana Freud e Aberastury)
  • Estado de luto é resultado da perda do objeto de investimento, decatexia do objeto, perda de algo conhecido, elaborar essa perda para investir depois em algo novo

1) Luto pelo corpo infantil (perde corpo assexuado, fantasia da bissexualidade, elaboração: aceitação do novo corpo e da definição sexual). Não é só luto (Macedo).

  • Não é o luto de Freud em luto e melancolia.
  • No luto o objeto deixa de existir, depois toda lembrança do objeto é hipercatexizada, há desinvestimento do mundo e investimento na lembrança do objeto.
  • O investimento em outro objeto só acontece depois de finalizado o luto.
  • Para Macedo o adolescente não desinveste completamente de outros objetos, ao mesmo tempo que enluta os pais, o corpo infantil e a identidade infantil comemora os ganhos e conquistas adolescentes.

2) Luto pelos pais infantis, idealizados, herois, perde a ilusão da proteção plena (os primeiros modelos identificatórios sempre vão existir)

  • Adolescente passa tempos solitário, refletindo; esse refúgio é uma busca por forças internas
  • O luto dos pais é sofrimento pra ambos

3) Luto pela identidade infantil, cuidada, protegida, dependente, para assumir outro status

  • O novo que terá que enfrentar fascina, mas também é temido.
  • Sente-se seguro no grupo, pois este também assume papel paterno.
  • Tempo lógico: cada um tem seu tempo para elaborar suas perdas, nenhuma pressa interna ou externa ajudam esse trabalho.

ADOLESCÊNCIA FINAL: TEMPO DE PASSAGEM

  • Eu mais integrado, estável, os limites entre ele e o outro estão mais definidos
  • Período de consolidação e síntese, responsável pelo acesso a identidade adulta
  • Ingressar na vida adulta quebra definitiva nas idealizações infantis e suas fantasias
  • Período de preparo pra lidar com a vida adulta, responsabilidades, exigências...
  • Período de reformulação de projetos e ideais
  • Período em que a impulsividade cede espaço pra capacidade de planejar, fazer importantes escolhas e planos de vida.
  • Escolha profissional: mudança de papel social, ato de autonomia em relação aos pai
  • Trabalho: pode descarregar seus impulsos libidinais, agressivos, eróticos em algo reconhecido pela sociedade. Possibilita a concretização de seus ideais, possibilita independência financeir
  • Jovem passa a investir na profissão, que passa a fazer parte de sua identidade
  • Planos de sair de casa, exige trabalho psíquico
  • Matrimônio pode apresentar-se como uma possibilidade
  • O amadurecimento desperta vontade de cuidar como fora cuidado
  • É possível a paternidade de filhos e também de seus próprios projetos
  • É comum relações afetivas estáveis e plano de vida a dois

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