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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO: CICLO VITAL OBSERVAÇÃO DE UMA CRIANÇA

Por:   •  17/11/2016  •  Relatório de pesquisa  •  2.143 Palavras (9 Páginas)  •  1.405 Visualizações

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO: CICLO VITAL

OBSERVAÇÃO DE UMA CRIANÇA

1. Métodos

1.1. Sujeito

A criança observada é um garoto no inicio da meninice com 6 anos e está cursando o primeiro ano do ensino fundamental, com pais casados, é o filho caçula de três, sendo duas meninas de 8 e 11 anos respectivamente. A criança está um pouco abaixo da média de peso e altura para sua faixa etária: 1,08 m de altura e 18,8kg e isso se deve a problemas de saúde que a criança apresenta e que ainda não foram diagnosticados, mas suspeita-se de cistinose nefropática, doença rara e genética recessiva, com sintomas progressivos que acometem primeiramente nos rins e com o avanço, outros órgãos. Apesar do grave problema de saúde, a criança encontra-se bem.

1.2. Local

Casa de uma tia da criança.

1.3. Instrumentos de Pesquisa

Câmera filmadora, caderno e caneta.

1.4. Procedimentos

A criança foi observada durante 20 minutos, interagindo com outras crianças que estavam no local. Com mínima interação do observador.

2. Resultados

Foram observados aspectos físicos, perceptual, cognitivo, linguagem, personalidade e social. Chamarei a criança observada de Lucas.

2.1. Questões de ordem prática

Domingo 27/03/2016 às 16h00min.

No inicio da atividade Lucas estava assistindo vídeo no celular, sentado no chão.

Um primo mais velho de Lucas de 13 anos o chamou para brincar, mas disse que não queria.

O primo insistiu, então Lucas falou para ele ir tirando os brinquedos da caixa e colocando no chão (carrinhos e bonecos). Lucas continuou assistindo o vídeo durante o processo.

Lucas sentou-se e começaram a brincar com os carrinhos e bonecos, após alguns instantes ele percebeu que estava sendo filmado e falou ao primo: “Por isso que você quis brincar né?”.

O celular estava no chão ao lado dele e ás vezes ele interrompia a brincadeira para dar uma olhada no vídeo.

O primo pediu para ele parar de olhar o vídeo e brincar, então Lucas começou a pegar os carrinhos e os bonecos e a joga-los na caixa de brinquedo. Cada um que ele jogava dizia: “Olha a cesta, olha a cesta!”.

Alguns brinquedos caiam no chão, outros o primo de Lucas interceptava no ar, o primo pegou todos eles e colocou dentro da caixa.

Lucas disse a ele: “Pega o fusca!” (carrinho de brinquedo), o primo dizia: “Não”. E Lucas repetia: “Pega o fusca já”. O primo não o fez, então Lucas começou a bater na mão do primo reforçando: “Pega o fusca!”.

O primo não cedeu, Lucas começou a mostrar a língua para ele, o primo não pegou o brinquedo e então Lucas pegou o celular, deitou no chão com a cabeça na almofada e voltou a assistir ao vídeo.

Passado alguns minutos o primo se aproximou, Lucas mostrou e comentou sobre o vídeo com ele.

Depois de um tempo Lucas disse ao primo: “Se eu largar o celular você brinca de polícia? ‘mai’ eu que mando!” O primo não respondeu.

Havia um bebê na sala, primo mais novo de Lucas, sentado no colo da tia, e ele começou a brincar com o bebê fazendo- rir e olhava para a câmera.

O primo mais velho tirou a capa protetora do celular de Lucas e jogou-a no chão dizendo a ele que era o celular dele, Lucas olhou e disse: “Joga de novo!”.

A irmã do meio de Lucas entrou na sala e ficou brincando com o bebê junto a Lucas.

O primo mais velho de Lucas sentou-se no sofá e Lucas deitou-se no colo dele, após alguns minutos começaram a brincar de “luta”.

Depois de um tempo de brincadeira de luta, Lucas levantou correndo, se aproximou da tia e disse: “Me protege tia, eu te amo tia”. Assim que o primo recuou, Lucas foi até ele e começaram a “lutar” novamente.

O primo de Lucas estava com uma sacola na mão que continha uma peça de roupa, ele bateu a sacola na cabeça de Lucas, então Lucas jogou-se no chão e fechou os olhos, o primo mexia com ele, mas não havia reação da parte de Lucas.

O primo de Lucas precisou ir embora, Lucas queria ir junto, porém não havia espaço no carro, então ele começou a fazer birra e chorar.

Término da observação às 16h20min.

2.2. Questões de ordem teórica

A criança nessa faixa etária apresenta um grande desenvolvimento sensorial e motor, passa a ter mais confiança com seu próprio corpo e apresenta um crescimento muscular significativo. O fato da maioria se interessar por atividades físicas ajuda nesse fenômeno de crescimento muscular e também ao aumento da resistência. Algumas diferenças de gênero que se pode observar é que as meninas desenvolvem o esqueleto mais que os meninos na meninice, já estes por sua vez, possuem mais resistência e uma percepção espacial mais elevada que as meninas.

Nesse período, a criança desenvolve a chamada Atenção Seletiva, onde conseguem prestar mais atenção e se desviar das possíveis e várias distrações ao redor do foco principal, característica que até os 5 anos de idade ainda prevalece. Apresentam um grande desenvolvimento metalinguístico, conhecendo novas palavras e aperfeiçoando a memória de longo prazo que se desenvolve até criar um processo de Automatismo, onde determinadas coisas aprendidas se tornam automáticas ao recorda-las, desnecessitando de um esforço maior e não dependendo mais da memória de curto prazo. Também já conseguem identificar a reversibilidade das coisas, ou seja, que algo pode voltar a se tornar algo que era antes, o que na Primeira Infância ainda não era possível.

A organização do pensamento se torna bem explícito, já conseguem classificar os objetos que pertencem a grupos maiores, a terem diversas interpretações nas demais situações e capacidade de separar as coisas por uma ordem, de maior para menor ou mais para menos. Porém nessa faixa etária ainda não conseguem ter uma habilidade dedutiva no qual se pode imaginar uma situação que ainda não experimentaram, sendo assim ainda estão na fase indutiva, onde esse processo se dá ainda com base em suas próprias experiências para chegar a um aspecto geral.

Todas essas características são de acordo com os Estágios de Desenvolvimento Cognitivo de Piaget onde em suma, há esse grande avanço na questão locomotiva da criança, na memória e na linguagem.

A compreensão de si mesmo aumenta consideravelmente e isso acarreta, a partir de então, a formação da autoestima da criança. Segundo os Estágios Psicossociais de Erikson, na meninice há o desenvolvimento da produtividade x inferioridade, no qual a partir das influências tanto sociais quanto internas fazem a criança criar essa imagem de si mesma tendendo para o positivo ou negativo. O poder dessas influências sobre a autoestima que vai ser criada depende do quanto ela é importante para a criança e também no quanto ela valoriza determinada coisa, porque aqui ela já tem ideia do quanto ela é boa ou ruim em certa coisa, então se ela for boa em algo que se tem um grande valor para ela, logo aumentará sua autoestima, do mesmo que, se ela for boa em algo que não dá muito valor, isso não a ajudará em nada e apenas focará naquilo que é importante para ela, porém que não desempenha bem.

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