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Plantão Psicológico na Abordagem Fenomenológica

Por:   •  24/8/2019  •  Projeto de pesquisa  •  1.251 Palavras (6 Páginas)  •  202 Visualizações

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Plantão psicológico e a relação terapêutica: limites e possibilidade para atuação do estagiário de psicologia

Plantão Psicológico: “Um local onde existe uma sombra para o caminhante do ‘deserto da vida’, para que ele possa se recuperar, encontrar abrigo e continuar sua viagem” (MORATO,1999)[1].

Ivamara Pereira

Ao pensar na palavra “plantão”, Tassinari et all (2005)[2], em trabalho apresentado, assim apresentou a disposição temporal:

Segundo o Dicionário Petit Robert (1990), a palavra Plantão vem do francês planton, que, em 1584, foi utilizada para designar uma planta jovem. E o verbo plantar, do latim plantare, significava tanto semear (fixar na terra um vegetal), quanto enfiar o pé (a planta do pé, a face inferior do pé) e ficar aguardando. O sentido mais atual de Plantão, como um Serviço, foi usado pela primeira vez em 1790, para indicar o soldado de serviço – um sentinela fixo – que levava as ordens. Era assim denominado porque ele ficava plantado (de pé) em um lugar [ainda existente no serviço militar, agora chamado de sentinela, o que permite a entrada, guarda a entrada, etc.]. No sentido figurado, significava a situação de uma pessoa que espera de pé. Portanto, estar plantado é estar fixado na terra, aguardando, é estar disponível. E o sentido figurado de planta como algo vivo que se desenvolve, que cresce e precisa ser bem plantada aproxima-se da idéia de um Plantão Psicológico

Considera-se uma das atuações mais complexas do psicólogo a função de ouvir, da clínica, das múltiplas perspectivas encontradas em cada atendimento, por isso, o plantão psicológico é um instrumento fundamental que possibilita o desenvolvimento das habilidades do futuro psicólogo na condição de escuta e de gerenciamento da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) para acolhimento do cliente/paciente. Permite o desenvolvimento do cliente/paciente e do estagiário permitindo ganho para todos se for realizado como nos ensina Rogers (1966, 1983). Define-se, para este trabalho, ACP nos dizeres de Amatuzzi (2010, p. 23):

[...] encontra-se nas atitudes e valores subjacentes ao agir. Ela pode levar consistentemente a formas de agir conforme as situações, as pessoas, os momentos. A consistência última da ACP não está no nível de sua utilidade ou mesmo de sua eficácia, mas no nível do seu valor. Se não tenho sensibilidade para valores, jamais entenderei a abordagem centrada na pessoa; a não ser que a entenda como mera técnica. Mas, em última instância, ela não se justifica como uma técnica e sim, como uma ética: uma ética das relações humanas (interpessoais, comunitárias, sociais, políticas). Justificar a ACP é explicitar e fundamentar, no plano teórico, os valores que ela expressa. (g.n.).

Nesse contexto, o plantonista necessita trabalhar uma prática focada na:

[...] sustentação da postura de acolhimento e de pesquisa com relação aos sentidos da queixa; o olhar atento ao modo como o cliente se apresenta desde a chegada, no decorrer e desfecho do percurso de plantão; e o investimento na construção de uma relação de confiança. (BRESCHIGLIARI; JAFELICE, 2015, p. 226).

É na ética das relações humanas que o plantonista, fundado nas atitudes e nos valores, alcançara a confiança do cliente/paciente, por isso compreendemos que muito mais que uma abordagem psicoterapêutica a ACP é uma prática, que apesar de não ser exclusiva de ‘um fazer’ psicológico, estabelece um ‘modo de ser’ fundamentado em atitudes.

Por isso, o plantão psicológico, conforme determinado por Rocha (2009, apud BRESCHIGLIARI; JAFELICE, 2015, p. 227), é “uma modalidade singular de atendimento, tendo marcas específicas e a ideia central de acompanhar e facilitar o processo de significação da procura por ajuda psicológica.” (g.n.).

No momento do atendimento, o cliente/paciente recorta o fato da forma como o vê e expõe ao estagiário/aluno a versão aflitiva de incomodo, que será processada naquele momento no intuito de acomodar, de reduzir o conflito apresentado. Neste ato, a intervenção, o ouvir é permitir que a própria exposição seja já um processo reflexivo de ressignificação.

Apesar de existir esse processo de verbalização como uma ressignificação e a reformulação do próprio fato, o plantão psicológico se abre para o aluno/estagiário como uma fonte das diversas possibilidades de problemáticas trazidas pelos clientes/pacientes que poderiam ser confrontadas com as teorias estudadas ao longo do curso, experiência ímpar. Esse é o aspecto cognitivo relativo à assimilação da teoria, permitindo a Tendência Atualizante da ACP, segundo Hilleshein, Hilleshein e Ferreira (2008).

A Consideração Positiva Incondicional, outra marca da ACP, é a atitude de considerar a pessoa (cliente/paciente) como ela é, sem julgamentos, aceitando seus sentimentos e a expressão destes de forma que vivencie esta consideração, permitindo que o cliente/paciente sinta-se individualizado, a quem se permite ter os próprios sentimentos, suas próprias experiências, sem ser censurado (ROGERS, 1983). É nesse caminho que relação de confiança se estabelece e permite às partes envolvidas aprofundar o conhecimento experiencial.

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