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Politicas publicas

Por:   •  6/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.511 Palavras (11 Páginas)  •  343 Visualizações

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  1. Introdução

Grande maioria do sofrimento mental pode está relacionada a algum evento de vida marcante e os usuários buscam ajuda na Atenção Básica que fundamenta-se nos princípios do SUS, expressos na Constituição Federal de 1988: saúde como direito; integralidade da assistência; universalidade; equidade; resolutividade; intersetoralidade; visando a humanização do atendimento e participação social, pois a falta de conhecimento e estrutura familiar  são causas de sofrimento.  

É ponto estratégico para a transformação e adoção de outras práticas no campo da saúde, sendo sua organização de grande importância para se avançar na direção de um sistema de saúde que busca a qualidade de vida e bem estar das pessoas, procurando amenizar o sofrimento por elas vivido.

Para tanto, é muito importante o desenvolvimento de práticas que acolham, e que, na medida do possível, possam resolver ou minimizar os problemas em seu âmbito de ação, as famílias que podem possibilitar intervenções rápidas e efetivas na crise. O apoio matricial visa facilitar suporte técnico, em áreas específicas, às equipes responsáveis pelo desenvolvimento de ações básicas de saúde, sendo assim, torna-se possível compartilhar casos/situações com a equipe de saúde local, formando uma rede de apoio com uma equipe multidisciplinar.

Por meio do suporte matricial seria possível, entre outras ações, romper-se com a lógica do encaminhamento ao CAPS, muitas vezes vinculada a especificidade de um estigma de doença mental, o sistema de informação é fundamental para avaliação e planejamento das ações e serviços de saúde, sendo imprescindível incluir indicadores de Saúde Mental na Atenção Básica, já que atualmente esse é o nível privilegiado para a adoção das ações de Saúde Mental, no sistema de saúde para se evitar excluir, desse nível de atenção o acompanhamento às pessoas com grave sofrimento psíquico, restando a elas o caminho da institucionalização.

Tal inclusão nos permitirá perceber se a Atenção Básica tem, de fato, se responsabilizado pelo acompanhamento de pessoas com grave sofrimento psíquico e se tem conseguido preocupar-se e ocupar-se do sujeito e não apenas de sua doença. Portanto, a Atenção Básica se coloca como um dispositivo possível para promover outros modos de relacionamento com a Saúde mental, desconstruindo e construindo no interior das casas, na vizinhança, na comunidade ou no bairro, outras relações com as diferenças, pois o problema de saúde mental em crianças e adolescentes é comum, transtornos mentais graves e persistentes: esquizofrenia e psicoses afetivas, e por sofrer, em razão da esquizofrenia e da reação de exclusão social em sua comunidade.

Então é primordial diminuir as severas dificuldades de comunicação e expressão entre os envolvidos, desse modo, garantir-se-ia ao sujeito em sofrimento psíquico o mesmo espaço que as outras pessoas nas unidades de saúde, nas associações de bairro, nos espaços de trabalho e de lazer.  

  1. Cuidados da Pessoa que Sofre

As pessoas que buscam ajuda profissional por causa de sofrimento mental, na área de Saúde da Atenção Básica (AB) são muitas, geralmente com queixas de tristeza e/ou ansiedade.  Pesquisas realizadas no Brasil, cerca de uma em cada quatro pessoas que procuram a AB tem algum transtorno mental segundo a CID-10. Outros estudos mostram que se incluirmos também aqueles que têm um sofrimento mental pouco abaixo do limiar diagnóstico (os chamados casos subclínicos) a proporção chega a uma pessoa em sofrimento a cada duas pessoas que procuram a AB (GOLDBERG, 1995; BUSNELLO,1983; MARI, 1987; FORTES, 2008).

Existem dois outros conjuntos de situações, são os problemas relacionados ao uso do álcool, atingindo cerca de um em cada dez adultos, a outra são os chamados transtornos mentais graves e persistentes, que incluem a esquizofrenia e as psicoses afetivas (transtorno bipolar do humor). Esses são bem menos frequentes, cerca de dois em cada 100 adultos.

Estudaremos aqui a pessoa que sofre, e não as doenças ou transtornos. Quem são as pessoas que sofrem e são atendidas na AB e como se expressa seu sofrimento.

  • Pessoas que sofrem. O maior desafio dos serviços de Saúde, no entanto, é cuidar daqueles que estão doentes sem sofrer e dos que sofrem sem estar doentes. São os que estão doentes sem sofrer que fazem do diabetes, da hipertensão e da obesidade os fatores de risco mais comuns para as doenças cárdio e cerebrovasculares. São os que sofrem sem estar doentes que lotam as agendas da AB e inflam as estatísticas de prevalência de depressão e de ansiedade. Tomar a pessoa, e não a doença enriquece a compreensão do que a motiva a procurar ajuda e, portanto, permite um cuidado que se adapta à diversidade de todas as pessoas. Elas procuram ajuda na AB porque sofrem, e não porque tem uma doença. Muitos dos que sofrem e procuram atendimento, estão de fato doentes, mas dificilmente a doença explica todo seu sofrimento. Portanto, dizer que uma pessoa não está doente, não significa que ela não necessita de cuidado.
  • Sofrimento não é doença Quanto a fenomenologia indica que não há definição clara do que é patológico e que essas formas são complexas demais para caberem em pequenas categorias diagnósticas. Toda investigação causal, seja ela biológica, psicológica ou sociológica sobre essas formas mais comuns de sofrimento mental aponta para um grande número de fatores de vulnerabilidade, que interagem de forma dinâmica ao longo da história de vida de cada pessoa.  
  • Estigma e sofrimento. O eufemismo transtorno mental é grande e significa um sofrimento adicional para quem o carrega. A expressão doença mental e seus eufemismos podem induzir a pessoa, seus familiares e sua comunidade a, pelo menos, dois erros comuns que são:

Doença mental faz pensar em causa genética, hereditária, que determina e limita as possibilidades de vida para a pessoa. Isso simplesmente não é verdade para as formas mais frequentes de sofrimento mental na AB. Não há nenhuma evidência desse grau de causalidade genética (KENDLER, 2006).

Outro erro é associar a ideia de doença a um julgamento moral sobre a pessoa. Muitos dizem que o deprimido, ou o alcoólatra, é no fundo um fraco. Ou, no sentido inverso, é comum taxar um criminoso violento de doente mental (esquizofrênico, drogado). A peculiaridade da histérica, do bêbado ou do hipocondríaco transformasse em rótulo que afasta a pessoa de seu lugar na família, no trabalho ou mesmo na agenda do profissional de Saúde.

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