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Problemas e Conceitos Te¢ricos Estruturadores de Psicologia

Por:   •  5/5/2023  •  Projeto de pesquisa  •  2.927 Palavras (12 Páginas)  •  86 Visualizações

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Problemas e Conceitos Teóricos Estruturadores de Psicologia e Conceitos da Psicologia        Silvino-  -

Tema 5: Problemas e Conceitos da Psicologia

(Ver “Roteiro” da pág. 305)

27. As Grandes Dicotomias Relacionadas com a Explicação do Comportamento Humano:

  1. O objecto da psicologia: A psicologia é a ciência do comportamento e dos processos mentais a ele associados. O comportamento abrange reacções observáveis (gestos, mímica, reacções hormonais…), e processos mentais não directamente ou objectivamente observáveis (impressões, crenças, mentalidades…). Enquanto ciência a psicologia procura: descrever, explicar, prever e controlar o comportamento.
  2. As dicotomias em Psicologia: Ao longo da história do pensamento, o Homem constituiu um objecto privilegiado de interpretação. Aristóteles (séc.IV a.C.), com a sua obra “Acerca da Alma”, é considerado o iniciador da psicologia filosófica (entendida como o estudo da consciência, dos estados de “espírito”, e dos elementos que dela faziam parte: raciocínio, imaginação, sentimento, emoção, paixão)… Em 1879, Wundt, ao fundar o primeiro Laboratório de Psicologia Experimental, passa da psicologia filosófica (+teórica) à experimentação científica (+prática): é o começo da psicologia científica.

De Wundt até à actualidade foram sendo construídas teorias diferenciadas ou mesmo opostas sobre o comportamento baseadas em diferentes pressupostos, conceitos:

  1. Inato-adquirido: O comportamento e as capacidades individuais radicam-se em mecanismos inatos ou, ao invés, resultam da aprendizagem, da interacção do indivíduo com o meio. A opção radical por um destes aspectos é fundamental para motivar o comportamento.
  2. Continuidade-descontinuidade: no indivíduo e nas espécies há um processo evolutivo contínuo, em que cada nova etapa é a consequência dos passos anteriores, ou, pelo contrário, há rupturas entre passados e presente?
  3. Estabilidade-mudança: Há quem defenda a existência de um factor geral que, independentemente dos contextos tende a prevalecer no indivíduo. Contrariamente, outros autores preconizam a existência de mudanças radicais no modo de ser e de agir.
  4. Interno-externo: o que sou e o modo como me comporto resulta de factores intrínsecos ou extrínsecos?
  5. Individual-social: há quem enfatize o indivíduo como reflexo do contexto social, contrariamente a outros que fazem prevalecer a variável personalidade, o carácter.
  1. A complexidade do comportamento: a dificuldade de uma interpretação unânime do comportamento humano resulta exactamente da complexidade do ser humano, num conjunto de variáveis externas e internas em interacção. Significa isto que a opção por apenas um dos aspectos mencionados traduz-se por uma visão redutora, incompleta daquilo que é o comportamento.

28. Conceitos Estruturadores de Diferentes Concepções de Homem

  1. As diferentes correntes da psicologia: As divergências em psicologia não se devem apenas às dicotomias indicadas. Há correntes diferentes que privilegiaram perspectivas parcelares, baseadas em pressupostos distintos: umas – Wundt e Freud – centraram-se na componente mental (interna), outras – Watson – na componente comportamental (externa) e outras ainda – Piaget – na componente cognitivista e integradora.
  2. A componente mental: Wundt e Freud
  1. Wundt e a introspecção controlada: - Objecto da Psicologia para Wundt: estudar a consciência, os processos e conteúdos mentais. Wundt procura decompor tais conteúdos – perspectiva analítica – nos seus elementos mais simples: as sensações elementares (puras). Compreender como se associam ou se estruturam (organizam), dando origem a conteúdos mais complexos – concepção associacionista /estruturalista – é o objectivo da Psicologia. 
  2. Método utilizado: introspecção controlada / método introspectivo, baseado na auto-observação e na auto-descrição em contexto experimental. (ver  esquema p. 312). Crítica à concepção de Wundt sobre a Psicologia: quanto ao objecto (reduz o comportamento ao suporte mental consciente), ao método (caracterizado pela subjectividade) e à aplicabilidade (impraticável em crianças, deficientes mentais, estados emocionais extremos…).
  3. A oposição entre o associacionismo de Wundt e o gestaltismo: a aprendizagem processa-se por captação e somatório de estímulos ou pela captação de objectos como um todo? (p.313).

Freud e a Psicanálise: - As teses de Freud introduziram uma revolução nas concepções sobre o modo de entender o comportamento humano: 1º porque defende a existência de uma força controladora oculta do comportamento – o inconsciente; 2º porque acha que as forças instintivas associadas a esta força oculta tendem a prevalecer sobre a moral e a racionalidade; 3º porque procura demonstrar que cada pessoa, já desde bebé, é levada a satisfazer tendências eróticas.

  1. O inconsciente: o comportamento é, na perspectiva de Freud, orientado pela mente. A mente é constituída por uma zona inconsciente e outra consciente. O inconsciente é constituído pelo conjunto tendências instintivas e pelo conjunto de aspectos que, tendo sido recalcados, não satisfeitos, permanecem em “standby”; o inconsciente é dominado por forças instintivas de vida (eros, prazer, sexualidade) e por tendências de morte (agressividade, ódio).
  2. A censura: a tendência natural do Homem é a de satisfazer os desejos do inconsciente. Só que às tendências individuais do inconsciente opõe-se a repressão social (materializada nas proibições, nas normas, na moral). A censura é uma espécie de sentinela vigilante que serve de travão à satisfação das tendências instintivas socialmente condenáveis. No entanto, há momentos em que ela se torna menos vigilante (durante o sono, enquanto a pessoas falam descontraidamente): o trabalho do psicanalista parte destes descuidos da censura para poder reconstituir o passado problemático de cada pessoa.
  3. A estrutura do psiquismo: - Numa primeira explicação, Freud subdivide a mente em três zonas diferenciadas: a do inconsciente, a do subconsciente e a do consciente. Posteriormente acha que o psiquismo é regido por três forças: o id (instância primitiva psíquica, orientada por uma dinâmica do prazer, presente no indivíduo desde o seu nascimento, constituída por pulsões inatas, por desejos primários, pela busca do prazer; é amoral e pressiona continuamente o ego para concretizar as pulsões eróticas), o ego (tenta gerir as tendências opostas do id e do superego; está ligado à racionalidade, à consciência; forma-se a partir do primeiro ano de vida e, porque tende a ser moral, opõe-se aos desejos do id); o superego é hipermoral, constituído por regras e proibições interiorizadas sob a influência dos pais e da sociedade; é a base da consciência moral e actua de forma inconsciente).
  4. Mecanismos de defesa do ego: - Embora o ego procure conciliar as tendências opostas do id e do superego, quando isto não é possível geram-se tensões e conflitos tendentes a provocar neuroses. O ego faz-se valer, então, de estratégias inconscientes que procuram manter o equilíbrio intrapsíquico Dos mecanismos de defesa do ego, salientam-se:

- O recalcamento: leva a consciência a repelir pensamentos ou tendências provocadores de ansiedade, porque incompatíveis com a moral. O ego devolve ao id todas as pulsões incompatíveis; estas podem, assim, procurar formas disfarçadas de realização: através dos sonhos, dos actos falhados, dos lapsos de linguagem…

- A regressão [regredir = voltar atrás]: incapaz de enfrentar os problemas presentes, o indivíduo pode ser levado a refugiar-se psicologicamente numa fase ou estádio do desenvolvimento anterior.

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