Psicologia Aplicada ao Serviço Social

Psicologia Aplicada ao Serviço Social

Este relatório apresenta o resumo de alguns textos indicados pela ATPS (atividade presencial supervisionada). Após a leitura dos mesmos e as devidas orientações, pondo em prática todo conhecimento absorvido através do acompanhamento do trabalho de uma catadora de lixo (papelão) tem sua profissão, entre outras, como uma das favorecidas reconhecidas e humilhante.

Destaca-se ainda o estudo, a análise a compreensão e a participação da sociedade e dos órgãos governamentais na vida dos trabalhadores quem vive sobre intensa humilhação e invisibilidade social.

Um olhar sobre a atividade de Gari

O preconceito é um dos maiores entrave do desenvolvimento e do relacionamento da humanidade. O preconceito é uma arma que dói que perfura que maltrata. Somente sabe o que é esse sentimento, quem já sentiu e sente a cada olhar que mede as pessoas de cima a baixo. Discrimina-se por quase tudo: pelo vestuário, pela linguagem, pela cor, pelo credo, pela posição social, etc.

Desde os tempos remotos há o preconceito entre os povos. Na antiguidade os povos conquistadores tratavam os povos conquistados como escravos. Imagine até os Romanos escravizaram Gregos! Então a lei do "mais forte" sobreviveu até os dias de hoje.

Hoje em dia não temos pessoas escravizadas, pelo menos abertamente, em nossa sociedade, mas o preconceito cria uma atmosfera de humilhação que baixa a alta-estima do indivíduo tornando-o ainda mais recluso em seu modo de se ver.

Os indivíduos quando exercem suas profissões na sociedade provocam influencia social. A expressão de suas palavras e de suas ações é fundamental para exercer sua cidadania. O falar e ser ouvido, o agir e provocar mudanças é atos de manifestação de poder social. Esse poder nos torna socialmente visível.

Um dos seguimentos sociais que mais sofrem preconceito dentro de sua atividade são os garis e varredores de rua de nossa sociedade. Os garis e catadores de lixo se percebem visíveis na sociedade?

Ao observarmos entrevistas feitas com vários garis de uma cidade X, vislumbramos que apesar de todo preconceito com que as sociedades os vêem, os garis enfrentam esse fator com a força de quem tem que levar o sustento do dia a dia, com muito suor no rosto e pouco reconhecimento tanto pessoal como salarial.

O fenômeno da “invisibilidade Social” acontece quando o ser humano olha o próximo com desdém ou em muitos casos não chega nem a olhar para o outro por acreditar que existe um abismo na relação social entre os dois e isso é muito explicito nos preconceitos raciais, trabalhistas, religiosos e de opções sexuais.

“O gari “Arnaldo” (nome fictício) dá o seguinte depoimento quanto à invisibilidade social que sofre todos os dias:’’ Eu me sinto uma pessoa discriminada, porque tem gente que nos recua, procura nem aproximar da gente e falar mau da gente por causa do cheiro do lixo que eles mesmos produz, mas não reconhece nosso trabalho porque a gente limpa o ambiente pra eles mesmo.” O gari “César” (nome fictício) complementa: “Eu me sinto muito humilhado porque as pessoas passam perto da gente e é como se a gente não existisse, é como se a gente fosse um nada, nem bom dia ou boa tarde dá. Esses dias tava passando na rua com o carrinho de gari, ai passou um colega meu ele olhou pra mim virou a cara pra um lado, pro outro e fingiu que nem me viu, ai a gente vê como é o ser humano, só porque a gente tá de uniforme de gari discrimina, acha que não é gente não, mas a gente continua sendo ser humano.”

Uma das seqüelas que ocorrem dentro do fenômeno da invisibilidade social, se vê dentro da própria classe dos garis. Observa-se que a identidade dos trabalhadores é tão depreciada que até mesmo entre eles é normal a perda de identidade nos primeiros dias de trabalho com um apelido de batismo, fato esse que se torna uma característica marcante do profissional. Em geral, os apelidos indicam alguma peculiaridade do gari. “Do segundo dia em diante, a gente já entrou no clima, aí já viu como é, brincadeira e tudo. Mas, não têm não, meus amigos bagunçam. Até hoje meus

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