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REFLEXÕES SOBRE A PSICOLOGIA E A MORTE

Por:   •  28/10/2019  •  Artigo  •  6.534 Palavras (27 Páginas)  •  296 Visualizações

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CURSO DE PSICOLOGIA

DISCIPLINA DE PESQUISA EM PSICOLOGIA II

 GABRIEL HENRIQUE LEMOS TRAZZI

REFLEXÕES SOBRE A PSICOLOGIA E A MORTE.

PORTO ALEGRE
2018

GABRIEL HENRIQUE LEMOS TRAZZI

REFLEXÕES SOBRE A PSICOLOGIA E A MORTE.

Artigo apresentado ao curso de Psicologia da escola de ciências da saúde da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul como requisito para aprovação na disciplina de Pesquisa em Psicologia II.

Orientador: Prof. Ângelo Brandelli Costa

PORTO ALEGRE
2018

REFLEXÕES SOBRE A PSICOLOGIA E A MORTE

Gabriel Henrique Lemos Trazzi

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS

Porto Alegre, RS – Brasil

Resumo:

O presente estudo busca traçar uma conceituação teórica sobre a temática da morte e sua relação com a psicologia. A partir de uma revisão narrativa de literatura, buscou-se realizar uma análise interpretativa através de conteúdos diversos sobre a temática, a fim de compreender o fenômeno da morte correlacionado aos possíveis enlaces para o profissional da saúde e da psicologia. O exercício proposto permitiu a criação de um espaço de discussão, revelando a importância da psicologia como ciência em se ocupar do estudo da morte e sua esfera subjetiva; assim como evidenciar a atuação dos profissionais da psicologia neste contexto, avaliando-se as diferentes possibilidades de intervenção; e refletir sobre os possíveis impactos psicológicos para os profissionais da saúde que atuam diretamente com a morte.

Palavras-chave: Morte, tanatologia, psicologia

Abstract:

The present study seeks to draw a theoretical conceptualization about the theme of death and its relation with psychology. Based on a narrative review of literature, it was sought to perform an interpretive analysis through different contents on the subject, in order to understand the phenomenon of death correlated to possible links to the health professional and psychology. The proposed exercise allowed the creation of a space for discussion, revealing the importance of psychology as a science in the study of death and its subjective sphere; As well as showing the performance of psychology professionals in this context, evaluating the different possibilities of intervention; And reflect on the possible psychological impacts for health professionals who act directly with death.

Keywords: Death, tanatology, psychology

Objetivos

O presente artigo foi realizado a partir de uma revisão narrativa, objetivando os enlaces possíveis envolvendo o profissional da psicologia sob contato com a morte. Para tal, foi objeto de estudo a conceituação histórica de morte, o valor subjetivo da mesma e os aspectos médicos e psicológicos envolvendo a finitude da vida e o moribundo.

Se mostrou um  importante objeto de estudo a revisão histórica a respeito das concepções da morte,  criando-se, assim, um campo fértil para o desenvolver de nossa linha de raciocínio. Desta maneira, analisando-se de forma biológica, a morte se refere ao fim da vida, sendo o desfecho final a todos os seres vivos. Porém, em aspectos antropológicos, a morte representa muito mais que apenas o fim da vida. O ser humano, dotado de autoconsciência, tem como a representação de morte um sentido muito mais profundo e subjetivo. De acordo com Santos (2009), morrer é mais do que um evento biológico; tem uma dimensão religiosa, social, filosófica, antropológica, espiritual e pedagógica.  Ao longo da história humana, o sentido e o valor atribuído a morte variou-se de forma constante. Sendo tratada como tabu por algumas culturas e por outras sendo tratadas com louvor, a morte é algo que sempre fará presença no cotidiano humano, não importando crença, cultura, idade e sociedade.

Os profissionais de saúde, dentre eles o psicólogo, devem ser capazes de lidar com situações complexas quando se é envolvido com o cenário da morte. Para tal, como destaca Bruscato, Amorim, Fregonese e David (2009), ao longo do Seculo XX, o desenvolvimento do modelo biopsicossocial permitiu uma nova organização dos profissionais da saúde, que evoluiu, de um sistema tradicional centrado no médico e que visava à cura da doença, para um modelo que inclui diferentes categorias profissionais, cada uma com seu conhecimento, habilidades técnicas e perspectivas distintas, e que têm, como objetivo, a promoção de saúde.

No contexto de finitude humana, a denominada fase terminal, se mostra necessário um engajamento específico da equipe de saúde. Paras esses casos, foram-se instaurados os cuidados paliativos, que se consistem na integração de conhecimentos de várias especialidades. Cuidados paliativos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), se caracterizam por:

Cuidado Paliativo é a abordagem que promove qualidade de vida de pacientes e seus familiares diante de doenças que ameaçam a continuidade da vida, através de prevenção e alívio do sofrimento. Requer a identificação precoce, avaliação e tratamento impecável da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual. (Organização Mundial da Saúde, 2002).

A psicologia como abrangente área de estudo deve ser capaz de encarar a temática envolvendo a morte e seus processos. A abordagem psicológica no contexto de fase terminal necessita de características específicas e próprias. De tal maneira, assinala Maciel (2011), no contexto de terminalidade a ação da Psicologia tem importante papel no controle e vigilância das necessidades emocionais de pacientes e familiares, atuando de forma zelosa para manter, ao máximo, a identidade do doente e os valores familiares.

A partir desse pensamento, o presente estudo objetivou compreender o funcionamento de tal relação entre o profissional da psicologia e o paciente em contexto de fase terminal e morte, assim como as abordagens utilizadas pelo profissional e a saúde psíquica do mesmo. Houve-se também um foco na subjetividade do psicólogo e dos profissionais de saúde, levando-se em conta identificar possíveis riscos à saúde psíquica dos profissionais imersos neste meio.

Método

O presente artigo foi realizado a partir de uma revisão narrativa, buscando em fontes bibliográficas e eletrônicas a fundamentação teórica que visasse responder aos objetivos propostos. Segundo Gil (2010) a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de materiais já produzidos, sendo constituídos principalmente por livros e artigos científicos. Sendo sua principal vantagem no fato de permitir ao investigador o acesso a uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente.

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