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Resenha: "Deixando o Preconceito de Lado e Compreendendo o Behaviorismo Radical"

Por:   •  15/2/2021  •  Resenha  •  1.159 Palavras (5 Páginas)  •  545 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”

CAMPUS DE BAURU

GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

GABRIEL UNGARETTI

RESENHA DO TEXTO: Deixando o Preconceito de Lado e Entendendo o Behaviorismo Radical (GUIMARÃES, 2003)

BAURU/SP

2021

Referência Bibliográfica:

GUIMARÃES, R. P. Deixando o Preconceito de Lado e Entendendo o Behaviorismo Radical. Psicologia Ciência e Profissão, Salvador, v. 23, n. 3, jul. 2001/fev. 2003, p. 60-67.

Credenciais do autor:

Rodrigo Pinto Guimarães é graduado em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia (2002) e mestre em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2005).

Resenha

        Em “Deixando o Preconceito de Lado e Entendendo o Behaviorismo Radical” (2003), o psicólogo experimental R. P. Guimarães destaca os indevidos julgamentos que são feitos ao behaviorismo radical. Segundo o autor, esses julgamentos levantam uma discordância infundada e até preconceituosa em relação a tal abordagem da Psicologia, uma vez que as críticas feitas demonstram uma problemática no entendimento das diferenças entre o behaviorismo radical de Skinner e o metodológico de Watson, além de fazerem atribuições e generalizações indevidas a respeito do pensamento e posicionamento de Skinner (GUIMARÃES, 2003, p. 60-64). Diante disso, Guimarães (2003) busca explicar as diferenças entre os modos de pensar materialista e idealista, assim como as diferenças entre tais behaviorismos, para que o behaviorismo de Skinner seja devidamente compreendido e o preconceito para com essa abordagem e autor seja superado.

Dessa maneira, inicialmente, o autor do texto em questão abarca uma análise epistemológica, explicitando as diferenças entre o modo de pensar idealista e o materialista. Para o autor, compreender as diferenças entre essas concepções de pensar é uma forma que auxilia no entendimento da maneira pela qual o behaviorismo radical toma o comportamento como objeto de estudo (GUIMARÃES, 2003, p. 60). Sendo assim, behaviorismo, a partir de seu pensar antimentalista e materialista, ou seja, que nega a causalidade não funcional e intermediada por uma mente, considera que as causas do comportamento residem na dimensão física e natural (GUIMARÃES, 2003, p. 61).

Após essas considerações e desmistificações acerca do behaviorismo radical, Guimarães (2003) parte para uma análise histórica acerca da constituição do behaviorismo, ilustrando os percursos tomados por Watson e Skinner, assim como as suas diferenças na forma concebiam seus respectivos modelos de psicologia. Assim, o autor em questão demonstra como o behaviorismo metodológico e o radical se divergem quanto aos seus respectivos paradigmas de comportamento, em que Watson concebe um modelo mecanicista, determinista, reducionista e inspirado no positivismo (GUIMARÃES, 2003, p. 63), enquanto Skinner, um modelo de contingências de controle e influenciado pelo darwinismo (GUIMARÃES, 2003, p. 62 e 64).

Mediante a essas explicações, o texto supracitado finaliza sua desmistificação pontuando as últimas “[c]ríticas [p]reconceituosas e [i]nfundadas” (GUIMARÃES, 2003, p. 65) a respeito do behaviorismo radical. Dentre essas críticas, o autor cita a falsa crença que se tem sobre essa corrente da Psicologia não aceitar a existência de comportamentos inconscientes, assim como a associação da terminologia do behaviorismo de forma pejorativa (GUIMARÃES, 2003, p. 65). Dessa forma, a partir das explicações feitas por Guimarães (2003), nota-se que, de fato, existe um preconceito para com o behaviorismo radical e suas construções teóricas.

Tomando como base essas descrições, pode-se aferir que o texto de Guimarães (2003), a partir de uma linguagem simples e autêntica, possui uma contribuição fundamental para destacar o tema do preconceito com relação ao Behaviorismo, especificamente, ao radical, pois, de fato, o Behaviorismo é alvo de injustiças. É possível notar isso a partir de Pelaez, Gewirtz e Wong (2008), os quais argumentam em seu texto sobre os manuais de psicologia do desenvolvimento não serem fiéis às contribuições do Behaviorismo para essa área da psicologia. Portanto, o autor supracitado destaca uma temática de importância a ser discutida na Psicologia em geral.

Além disso, a maneira como Guimarães (2003) discorre sobre a temática, valendo-se de interlocuções e de usos da primeira pessoa do discurso, pode, a princípio, trazer desconforto ao leitor assíduo e familiarizado com a aspereza da linguagem de um artigo acadêmico. Isso se dá uma vez que, em trechos como “[...] imagine que você esteja dirigindo seu carro novo” e em “Afinal de contas, quem melhor do que eu mesmo para saber o que está acontecendo comigo?” (GUIMARÃES, 2003, p. 61 e 64), o autor aproxima-se do leitor e da oralidade, o que promove uma linguagem mais simples e inteligível, fugindo da sinuosidade de escrever academicamente. Assim, traz-se uma forma de escrever mais acessível e fluida para o âmbito acadêmico.

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