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Resenha - O caso Dora

Por:   •  23/8/2017  •  Resenha  •  2.310 Palavras (10 Páginas)  •  1.269 Visualizações

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SOCIEDADE EDUCACIONAL LEONARDO DA VINCI S/S LTDA FACULDADE METROPOLITANA DE BLUMENAU – FAMEBLU[pic 1]

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Resenha - O caso Dora

  • Identificação da obra:

Freud, Sigmund – Um caso de histeria, três ensaios sobre a teoria da sexualidade e outros trabalhos. Editora Imago, 1969.

  • Apresentação da obra:

O caso Dora retrata uma história de neurose histérica ocorrido no início do século XX o qual Freud atendeu por um curto período de tempo, retratando as ocorrências da vida intima e familiar da paciente. Teorizando e explicando várias questões sobre histeria, sonhos, complexo de Édipo e recalcamento, o autor nos leva através de uma história verídica para compreender toda a rede de sintomas e fenômenos psíquicos que enquadram tal psicopatologia.

  • Descrição da estrutura:

O texto se divide em quatro partes importantes, sendo elas, “o quadro clinico” no qual é retratado toda a história, “o primeiro sonho” e “o segundo sonho” no qual o autor discorre sobre o mesmo baseando-se em sua teoria da vida onírica e por fim, “posfácio” no qual ele fala sobre as dificuldades da análise, transferência e suscita algumas observações.

  • Descrição do conteúdo:

Este caso, escrito e publicado no início do século XX, retrata a história de uma moça histérica de apenas 18 anos que Freud atendeu por três meses, tendo as informações do caso sido passados pelo pai da mesma tanto quanto por observação do próprio autor. A família da paciente era composta sua mãe, seu irmão mais velho e por seu pai – dominante, talentoso, industrial e bem de vida -, o qual Dora era muito pegada. A relação dos dois, devido a graves doenças que acometiam o pai durante vários anos, teve um aumento gradativo da ternura, quando ele ficou tuberculoso, ocasionando assim, a mudança da família para outra cidade – denominada de “B” - mais propícia para a recuperação do mesmo por 10 anos, onde o pai eventualmente ausentava-se, quando bem de saúde, para visitar suas fabricas.

Por complicações na retina o pai teve sua visão reduzida, quando Dora tinha 10 anos, e após dois anos, teve uma crise confusional, paralisia e perturbações psíquicas, quando então foi consultar-se com Freud, onde o autor teve seu primeiro contato com a alguém da família. Freud, porém, não conheceu a mãe da paciente, porém suscita que a mesma sofria de uma neurose obsessiva – psicose da dona de casa – como o autor coloca, e sua relação com Dora não era das melhores.

Aos oito anos de idade, a paciente apresentou dispneia crônica; aos 12 anos, sofria de dores de cabeça e acessos de tosse nervosa, tendo as dores de cabeça desaparecido aos 16 anos. Durante seu tratamento, ainda tossia muito e perdia a voz corriqueiramente, tendo sido a dispneia crônica, em sua primeira infância, apresentados como o início sintomático. Dora evoluiu tornando-se desanimada e de caráter insatisfatório – principais sintomas -, seja consigo ou com a família, nada a satisfazia, tornando sua relação com o pai e com a mãe um laço complicado e nada amistoso.

Também evitava grandes contatos com outras pessoas, tomada pela fadiga e falta de concentração, quando podia reservava-se aos estudos. Neste mesmo período seus pais encontraram uma carta em sua escrivaninha na qual Dora se despedia deles pois não suportava mais viver, e após uma breve discussão com o pai a paciente teve seu primeiro ataque de perda de consciência. Segundo o autor, os sintomas são clássicos de uma histeria – dispneia, tosse nervosa, afonia e enxaquecas juntos com depressão, insociabilidade histérica e vazio existencial.

Em “B”, os pais de Dora fizeram amizade com um casal que ali vivia a muitos anos, chamados de Sr. e Sra. K. A mãe desta família cuidara do pai de Dora durante um longo período de sua enfermidade e o Sr. K tinha uma estreita relação com a paciente, sendo amável e fraternal com a mesma, levando-a para passear, presenteando-lhe sem aparentar nenhuma segunda intenção até Dora contar a sua mãe a proposta amorosa que recebera do Sr. K após um passeio no lago. Ao ser questionado sobre, o Sr. K negou qualquer atitude e levantou suspeitas sobre a mesma, devido aos seus interesses sexuais e a persistência de Dora pelo rompimento das relações entre as famílias.

Em sua casa havia outra pessoa inclusa, no caso, uma governanta, a qual tentou por várias vezes elucidar para a paciente sobre as divergências entre uma amizade e um relacionamento amoroso, o qual era o caso do que ocorria entre a Sra. K e o pai de Dora. A paciente, porém, segundo o autor, constatou que apesar da impressão de amiga que a governanta passará relacionava-se como pretexto para um desatino para com o a Sra. K, pois segundo a paciente, a mesma estava apaixonada por seu pai e conseguinte rompia-se em uma dialética – era amistosa e “quase mãe quando o pai estava e rude e “alheia” quando o pai não estava.

Durante o tratamento, a paciente contou que aos seus 14 anos o Sr. K armou um encontro com a mesma em sua loja, induzindo a situação para permitirem-lhes a ausência de todos, tendo estreitado Dora contra si e dando-lhe um beijo nos lábios, sendo este o primeiro momento de excitação sexual, porém, seguido de uma violenta repugnância. Nesta questão, houve um deslocamento, a sensação sadia de excitação genital foi convertida em desprazer, não se tornando permanente, porém, como resquício, Dora disse que continuou sentido uma pressão na parte superior do corpo após o ocorrido, formando assim três sintomas, repugnância, pressão na parte superior do corpo e evitação de afetuosidade com homens. A paciente afirma ser dada como moeda de troca pelo pai, pela complacência de aceitar a intimidade com sua esposa, Sra. K.

Dora alternava entre a saúde e a doença, assim como a Sra. K com a presença/ausência do marido – quando o Sr. K viajava estava perfeitamente saudável, em seu retorno, adoecia-, já Dora era ao contrário e a ausência do Sr. K lhe fazia sucumbir a afonia. Segundo Freud, Dora em se tratando na relação funcionava de forma antagônica a Sra. K, dando margem a seguinte interpretação de que adoeceria na ausência, e curar-se-ia na presença. Durante a análise, Freud oportunamente atribuiu a tosse da paciente a uma interpretação de uma situação sexual fantasiada – sexo oral -, que lhe acometia tão incessantemente que fazia-lhe ter estímulos que causavam lhe coceira na garganta, tendo em pouco tempo desaparecido a tosse.

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