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Resenha: Relações entre desenvolvimento humano deficiente e educação

Por:   •  26/10/2019  •  Resenha  •  1.966 Palavras (8 Páginas)  •  363 Visualizações

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RESENHA

DISCIPLINA: COND. ESPECIAL DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

PROFª: MST CONRRADO HENRIQUE PEREIRA

Alunos:

Eugênio Alves

Roberto Gonçalves de Oliveira

TEXTO: RELAÇÕES ENTRE DESENVOLVIMENTO HUMANO, DEFICIÊNCIA E EDUCAÇÃO: CONTRIBUIÇÕES DA ABORDAGEM HISTÓRICO-CULTURAL

 

   Tratando dos temas desenvolvimento, deficiência e educação, o texto trás algumas considerações de Vygotsky com relação ao desenvolvimento humano e educacional de pessoas portadoras de necessidades especiais, mostrando que alguns estudiosos e pesquisadores  brasileiros têm manifestado interesse em suas colocações e que deram origem a vários trabalhos como artigos, livros, dissertações e teses, dando destaque ao desenvolvimento humano do sujeito com deficiência e ao papel das interações sociais.

   Inicialmente a autora do texto contextualiza a época em que Vygostsky desenvolveu seu estudo sobre esse assunto tão atual e ainda tão carente de ações que possam diminuir as diferenças entre indivíduos “normais” e os portadores de necessidades e especiais.

   Vygotsky via nas relações sociais a origem de todos os processos humanos os quais devem ser compreendidos em seu caráter histórico-cultural; considera que o homem dá significado às coisas e a si mesmo através da experiência social.

   Em sua concepção as leis gerais do desenvolvimento são iguais para todas as crianças, entende que há particularidades na organização sociopsicológica da criança com deficiência e por isto seu desenvolvimento requer caminhos diferentes e ferramentas especiais, o que estabelece a necessidade da compensação a qual deve ser entendida não como uma questão complementar na formação da criança, mas sim como ponto principal.

   Dessa forma o sucesso ou insucesso da atividade humana de um indivíduo portador de alguma necessidade especial, depende da qualidade das condições que o grupo social a que pertence lhe oferece. Não é a deficiência em si que sela o destino do indivíduo e sim a forma como essa deficiência é significada, pelas formas de cuidado e educação oferecidas ao indivíduo, ou seja, pelas experiências que lhe são proporcionadas.

   No tópico caminhos alternativos e recursos especiais, a autora relata que Vygotsky destaca a importância de considerarmos que a vida em sociedade está preparada e produzida para os indivíduos ditos “normais, por isto a dificuldade dos indivíduos portadores de necessidades especiais adentrarem esse contexto para auxiliar em seu desenvolvimento.

    Para Vygotsky a teoria comportamental se equivoca ao querer aplicar experimentos feitos com animais à crianças, desconsiderando assim a sua condição de ser humano,e que o ser humano portador de condições especiais necessita de mecanismos de compensação para alcançar uma melhor condição de desenvolvimento.

     A educação de indivíduos com algum tipo de deficiência deve ter como objetivo, oferecer condições a este indivíduo para que ele seja capaz de solucionar problemas que venham a surgir na sua vivência diária, não deve ser ter como foco a deficiência em si, pois independente de ser portador ou não de necessidades todos os indivíduos têm potencialidade para desenvolver as funções psicológicas superiores.

    A particularidade da educação especial é que ela demanda a promoção de experiências que, por caminhos diferentes, busquem alcançar as mesmas metas da educação regular, este é um ponto de suma importância para o desenvolvimento cultural da criança, juntamente com outro não menos importante que é inserção social nos diferentes espaços de atividade por onde deseje se movimentar. No que diz respeito ao trabalho Vygotsky não concorda com as atividades de característica repetitiva, ou aquelas que velam a mendicância através da venda de objetos.

     Vygotsky é contrário ao enfoque dado pela escola especial ao sensorial e ao elementar, o qual faz crer que o problema do indivíduo são as limitações orgânicas, o qual seria solucionado através do supertreinamento dos sentidos que estão sadios, e do ponto de vista da teoria sensualista a falta de um dos sentidos teria como resultado a limitação do conhecimento e a da significação da realidade.

      Adotando-se esta visão, a escola especial, considera a criança portadora de retardo mental incapaz de pensar, mas de fazer distinção entre odores, cores, sons, etc...

      Segundo Vygotsky a falha nesse modelo de escola, inicia-se no diagnóstico, o qual é feito sem levar em conta os aspectos dinâmicos e as potencialidades da criança, predeterminando o seu desenvolvimento de acordo com a deficiência que apresenta. A partir do diagnóstico feito de forma equivocada vai gerar modelos de avaliação do desempenho escolar e um planejamento educacional, igualmente equivocados, deixando a educação com ares de filantrópica, sem atrativos, com propostas pedagógicas que menosprezam a capacidade real das crianças portadoras de necessidades especiais, voltadas apenas para o que lhes “falta” e orientadas para habilidades básicas e hábitos automáticos. Junto com outros estudiosos do assunto, Vygotsky sugere que o diagnóstico e a educação devem ter uma visão mais à frente, considerando o desenvolvimento em sua dinâmica e privilegiando os potenciais e talentos de cada criança; e principalmente que as metas sejam as mesmas tanto para as crianças “normais” quanto para as com necessidades especiais. Dessa forma, mesmo que a criança com deficiência mental, por exemplo, necessite de um tempo maior para aprender e procedimentos especiais, aprenderão o mesmo que as outras crianças e terão a mesma preparação para sua vida futura. Isto não quer dizer que a criança com deficiência mental chegará com certeza a ter as mesmas capacidades que aqueles que não apresentam esta condição, mas sim que não há limites predeterminados do que conseguirá atingir, portanto as metas não podem ser subestimadas.

      Os Caminhos alternativos e os recursos especiais devem ser concebidos em conformidade com o desenvolvimento cultural, e envolver necessariamente o grupo social, as outras pessoas, e o educador.

       Para as crianças portadoras de deficiência mental, o educador, por meio de técnicas e procedimentos, deve buscar a compensação para libertar a criança das impressões perceptuais concretas, desafiando seu nível de capacidade, e atuando para que a mesma seja capaz de solucionar problemas que venham a se apresentar no transcurso de sua vida. O educador precisa privilegiar as potencialidades e talentos inerentes a cada criança, e jamais estabelecer limites para o que pode ser alcançado. Até mesmo nas limitações intelectuais mais severas é possível se criar forças compensatórias, nesta situação outra pessoa faz pela criança aquilo que ela ainda não é capaz de fazer, tornando-se seu intelecto, sua vontade e sua ação, até que ela consiga ir assumindo essas funções.

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