Resenha - sentido para o viver

RESENHA:  Sentido para o viver.

Fávero, Roberto Carlos. Humanismo: uma releitura existencial de Albert Camus e Jean-Paul Sartre. Porto Alegre: Editora Evangraf Ltda. 2007. 116 pg.

 Humanismo: uma releitura existencial de Albert Camus e Jean-Paul Sartre se trata da tese apresentada no programa de pós-graduação em filosofia do Centro de ciências humanas da Universidade do Vale do Rio do Sinos – UNISINOS (São Leopoldo) em 2006. O autor, Roberto Carlos Fávero é padre e educador, atuou na paróquia Santo Antonio em Bento Gonçalves (RS) onde colaborou com artigos no Jornal Gazeta, sendo transferido para a Paróquia da cidade de Fagundes Varela.  Nasceu em Nova Roma do Sul/RS. Licenciou-se em Filosofia na Universidade Católica de Pelotas, graduou-se em Teologia na PUCRS e especializou-se em Filosofia na UCS. Defendeu sua dissertação de Mestra do em Filosofia na Unisinos. Atualmente, coordena o CONER (Conselho Religioso), é professor titular da Faculdade Cenecista, padre, orientador e conferencista. Pesquisador em Filosofia Contemporânea com ênfase no Humanismo. 

O livro nos apresenta o estudo e as reflexões sobre o humanismo de Camus e Sartre. A avaliação das obras destes filosofos no contexto histórico do século XX, os dramas, as lutas, as conquistas dos homens, um século marcado pelas guerras mundiais, o holocausto nazista, as explosões das bombas atômicas no Japão, as ditaduras militares na America latina, o genocídio e o etnocidio das minorias, o arrasamento do World Trade Center, etc., Em meio a todos os conflitos surge o pensamento existencialista.

O Livro enfoca a possibilidade de um novo humanismo e através de um dialogo com os principais comentadores dos filósofos franceses mostra a angústia existencial que acomete o nosso momento histórico, a grande interrogação a ser respondida pelo trabalho de dissertação é se há no pensamento de Camus e Sartre uma proposta de humanismo que aponte para uma nova valorização do humano. Para investigar esta questão o autor apresenta no primeiro capitulo a biografia de Camus, seu ambiente cultural e filosófico possibilitando ao leitor visualizar a existência tumultuada do filosofo. Apresenta a argumentação de suas principais obras e sintetiza as suas principais teses.  No segundo capitulo o autor apresenta a biografia de Sartre, seu ambiente filosófico e seus posicionamentos, e ao longo deste capitulo também faz uma aproximação entre os dois filósofos, Camus e Sartre. No terceiro capitulo são examinadas as condições de possibilidade do Humanismo na atualidade. No final são apresentadas as conclusões do autor em relação ao estudo.

Na obra o autor faz uma leitura do que é dito por Camus em suas diversas obras, mostrando que Camus procurou mais sensibilizar do que convencer por argumentos, estando atendo as sutilezas do pensamento desvelando o pensamento do autor levando o implícito ao explicito. Na analise de suas obras mostra como Camus analisa o absurdo e o vê como ponto de partida das ações humanas. Também é analisado a intima ligação entre o absurdo e a revolta, e a revolta como missão de solidariedade e que permite ao homem tomar consciência de seu próprio valor, na razão da sua existência e da existência de outras pessoas. A revolta vista como um ato contra a condição humana injusta e intolerável, Camus é mostrado  reivindicando condições humanas melhores.