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Por:   •  12/5/2014  •  2.265 Palavras (10 Páginas)  •  303 Visualizações

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ATPS Desenvolvimento econômico

CAP. 11 – OUTRAS ABORDAGENS DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

11.1 – Teoria evolucionária do desenvolvimento econômico

Para a teoria evolucionária, existem falhas tanto no mercado quanto no governo. As instituições necessitam de constantes modificações para se ajustarem ao mercado e diminuir suas falhas. Consequentemente o bem-estar social aumenta.

No conceito de desenvolvimento está implícito as ideias de transformação e evolução, principalmente em áreas sociais, culturais, tecnológicas e na estrutura econômica de um país. Já o crescimento tem como forma principal a expansão quantitativa do produto de um país.

11.1.1 – Evolução das espécies

O termo evolucionismo deriva da teoria da evolução que relaciona as modificações graduais das espécies. Esta teoria fora desenvolvida por Lamarck e Charles Darwin. Na economia evolucionária, as transformações sociais, técnicas e econômicas das instituições relacionam-se coma melhoria da eficiência, resultando em um maior nível de renda e bem-estar para a população.

Para Lamrck, as espécies sofrem mutações devido ao ambiente em que vivem. A evolução se dá de acordo com as adaptações que o indivíduo necessita para estar em um determinado local. Já a obra A origem das espécies (1859) de Darwin, aborda o princípio da seleção natural (onde os mais aptos sobrevivem). Para o autor um dos fatores principais para evolução é a luta pela vida.

O organismo mais bem adaptado ao meio (lamarckismo) teria melhores condições de sobrevivência (darwinismo) e de transmissão hereditárias de suas mutações (mutacionismo).

A teoria evolucionária do desenvolvimento é uma aplicação da teoria da evolução das espécies de Lamarcke Darwin. A teoria parte do pressuposto de que o meio sociocultural exerce influência direta sobre as variáveis econômicas.

11.1.2 – Etapas do desenvolvimento de Rostow

A teoria de Rostow, criada em 1971, foi dividida em seis etapas:

• Primeira etapa: A sociedade é mais tradicional, a produtividade é baixa devido aos instrumentos de trabalhos serem mais primitivos;

• Segunda etapa: Surgem as pré-condições para o crescimento auto-sustentado. Adoção do progresso técnico na agricultura e na indústria e a expansão de mercados mundiais. O Estado é induzido a gastar em benefício da população.

• Terceira etapa: Ocorre a “decolagem” do crescimento econômico com o surgimento de novas indústrias, de inovações tecnológicas sendo implementadas na produção, com novas fontes de matérias-primas no país. O nível de emprego no setor de serviços se expande.

• Quarta etapa: “Marcha para a maturidade”; a economia assimila a tecnologia, existe um longo crescimento econômico continuado. A indústria de bens de capital é implantada e a economia aumenta suas exportações.

• Quina etapa: A era do consumo em massa, os setores de bens duráveis e os serviços que aumentam o bem-estar da população são os setores que apresentam maiores taxas de crescimento;

• Sexta etapa: A população troca o consumo por lazer e outros valores, como a família mais numerosa, mais cultura e religiosidade.

Apesar do sucesso em seu lançamento em 1971, a teoria de Rostow não é muito aceita nos dias de hoje pela dificuldade de empregá-la às características diversificadas de cada país. Os países não passam exatamente pelos mesmos estágios no desenvolvimento de suaseconomias. Um exemplo citado no livro é o da economia norte-americana, que surgiu, desde o início de sua formação, na forma capitalista.

11.1.3 – Teoria evolucionária de Guha

Para os economistas clássicos, o meio sociocultural é uma variável importante para explicar o crescimento econômico. Adam Smith defende que o meio socioeconômico (variável exógena) age sobre o sistema, determinando o comportamento das variágena) age sobre o sistema, determinando o comportamento das variconudiçe aumentar o bem-estar socialveis econômicas. Para Ricardo, mudanças institucionais, que influenciam o nível de vida dos trabalhadores, alteram variáveis como: oferta e demanda por trabalho, taxa de lucro, acumulação de capital, etc.

Na teoria evolucionária, o meio sociocultural afeta e é afetado pelas variáveis econômicas. O organismo social comporta-se como um ser vivo, que se contrai e expande pelas ações do homem e das instituições.

A grande questão da teoria do desenvolvimento é explicar porque o crescimento ocorre em algum lugar e em determinada época. Busca-se conhcer os fatores de crescimento. São eles: econômicos, sociais e políticos. Na dinâmica do crescimento, o comportamento dos agentes econômicos fica influenciado por essas variáveis. A motivação forma a força que está por trás dessa dinâmica.

Para Marx e Schumpeter, o processo social determina-se pela motivação econômica, emquanto para Guha a motivação é biológica.

Os seres humanos se comportam de acordo com seus instintos, pricipalmente pelo da sobrevivência. Desse modo, o processo social adquire uma forma evolucionária, onde os agentes econômicos lutam para sobreviverem. Através daconcorrência, o ambiente socioeconômico muda e a sociedade tem que se adaptar a nova situação. Essa adaptação reflete as leis da evolução e da seleção natural entre os indivíduos.

Adaptação das sociedades humanas a seu ambiente

A tese de Guha é a de que o crescimento econômico se interpreta melhor em função do processo evolucionário. O comportamento do homem em relação ao ambiente é adaptativo, ou seja, ele adquire especializações e vantagens comparativas e organiza-se socialmente em função do ambiente em que vive. De acordo com Guha, sua integração a outros grupos evita a degeneração e provoca sua evolução biológica. O mesmo ocorre com as instituições econômicas e sociais.

O desenvolvimento emerge das ações do ambiente, mediante adaptações e ajustamentos. Assim, o nível de desenvolvimento de uma sociedade não se mensura apenas por sua renda, mas principalmente pelo seu nível de educação, cultura, em seu acesso aos serviços de saúde, etc.

Políticas de ajustamento

A escolha de políticas de ajustamento sempre fizeram parte da história das instituições, até nas mais liberais. Cabe ao Estado regular a ação dos agentes econômicos e agir no sentido de maximizar o bem-estar social.

Forças motivadoras do crescimento

A economia cresce de acordo com estímulos específicos que são transmitidos para todo o sistema, transformando-o. Segundo Guha, as forças que movem o crescimento dividem-se em forças primárias (impulsos autônomos) e em suas repercussões secundárias (forças induzidas). Os impulsos autônomos do crescimento derivam:

a) Da expansão das exportações e de transferências líquidas do exterior;

b) Do crescimentodemográfico (expandindo a demanda por bens de consumo);

c) Do efeito demonstração sobre o consumo (que estimula as pessoas a disputar maiores rendas e a poupança para consumo futuro);

d) Dos gastos militares.

Com a demanda por bens de consumo aumentando, há a necessidade de inovar modos de produção para economizar recursos escassos. Existem duas variáveis que aliviam a pressão dos fatores escassos sobre o crescimento. São elas: as economias de escala e a mudança técnica. Elas reduzem os custos do fator escasso e permitem economiza-lo.

Historicamente, a pressão demográfica e a competição militar foram importantes fatores no processo de crescimento. Segundo Guha, isso se explica devido o instinto de preservação e pela formação de gostos específicos na sociedade, aumentando e diversificando o consumo.

Expansão das exportações e mudança econômica

O Estado desempenha um papel importante manipulando as políticas de estímulo às exportações. Porém, é o indivíduo que promove o desenvolvimento, impulsionando as variáveis-chave responsáveis pelos impulsos autônomos. O crescimento das exportações e do mercado interno que os indivíduos induzem, expandem as inovações.

As exportações dependem do crescimento demográfico mundial, do nível de renda externa e das elasticidades-preço da demanda dos bens exportados. A base exportadora, ao se concentrar em uma região, gera economias de escala, por efeitos de suas vantagens comparativas.

O grau de concentração da renda influencia a evasão dos efeitos de encadeamento das exportações, por meio do aumento das importações de bens supérfluos e das despesas de turistas nacionais no exterior. Baixossalários também podem reduzir os efeitos das exportações.

O desenvolvimento na América Latina vem sendo dificultado pela pequena dimensão do mercado interno e pela incapacidade de encontrar produtos alternativos para exportar.

De acordo com Guha, o crescimento acelerado só pode ser mantido pelo progresso técnico. A pressão sobre os fatores escassos cria demanda por tecnologia poupadora desses recursos. As inovações tornam-se induzidas pelas necessidades e elas constituem-se em inovações técnicas, políticas e institucionais. As inovações tecnológicas, como fator de mudança, exercem papel essencial na teoria schumpeteriana, que também apresenta caráter evolucionário.

11.2 – Desindustrialização das economias avançadas

A desindustrialização resultou do crescimento do desemprego e da redução do emprego industrial em relação ao emprego total, principalmente no Reino Unido. Algumas razões levaram a este quadro, e mais forte foi o fato de o progresso técnico levar à substituição de trabalho por capital no setor industrial, não compensado por um crescimento maior na produção manufatureira.

Com o uso de máquinas mais potentes, o emprego de robôs em operações perigosas e de alta precisão, a informatização e a racionalização do processo produtivo, liberam-se trabalhadores, com o consequente incremento da produtividade do trabalho. Essas modificações estruturais teriam acorrido mais intensamente no Reino Unido, desde 1970, com o aumento do desemprego.

11.2.1 – Desempenho econômico do Reino Unido

Em 1950, o Reino Unido apresentava vantagem em relação a outros países em seu produto per capita, como mostra a tabela a seguir:

|Países |Vantagemdo Reino Unido |

|Japão |70% |

|Itália |52% |

|Alemanha |35% |

|França |15% |

Em 1981, apenas a Itália continuava com seu produto per capita inferior ao Reino Unido, na faixa de 5%. Em relação aos demais países, era apresentado o seguinte quadro:

|Países |Vantagem sobre o Reino Unido |

|Japão |15% |

|Alemanha |24% |

|França e Dinamarca |20% |

|Bélgica |14% |

|Holanda |13% |

|Áustria |12% |

A taxa de crescimento do setor industrial declinou de 3,7% para 2,7%. Na crise do petróleo, em 1973, o desemprego aumentou em diversos países como EUA e Bélgica, mas no Reino Unido a queda foi bem superior.

A tabela a seguir mostra o crescimento industrial no período de 1965/1980;

|Países |Crescimento industrial |

|Reino Unido |-1,2% |

|Japão |9,4% |

|França |5,2% |

|Itália |5,1% ||Alemanha |3,3% |

|EUA |2,5% |

11.2.2 – Fatores de oferta da desindustrialização

Alguns fatores explicam a desindustrialização no Reino Unido, além da maturidade industrial. Um deles é o declínio da taxa de lucro, levando os capitalistas a procurar outros países onde alocar seus investimentos. Outro fator seria o dois choques do petróleo, em 1973 e 1979, que teriam aumentado os custos de produção.

Vários países desenvolvidos estão participando do processo de globalização, mas com certeza, o Reino Unido é o que está enfrentando com mais intensidade as consequencias da desindustrialização.

Em 1979, Margareth Thatcher (conhecida como a Dama de Ferro) foi eleita. Ela adotou um rigoroso plano de ajuste, com intenso programa de privatização, elevando a produtividade da economia nos anos 80. A valorização cambial decorreu tanto da política econômica de Thatcher, como no início da exploração do petróleo no Mar do Norte, que provocou superávits comerciais, em vez dos déficits da maioria dos concorrentes.

Toda a política econômica da Dama de Ferro foi no sentido de privilegiar a estabilização em detrimento da redução do desemprego. Porém, o menor ritmo do crescimento econômico tem também explicação sociológica de mais de um século na opinião de Beckerman: a resistência dos sindicatos à inovação tecnológica porque implica desemprego, e a impotência do empresariado em vencer tal resitência. Essa é a tese marxista, segunda a qual o crescimento econômico fica obstruído pelo aumento dos conflitos trabalhistas no pós-guerra.

Primeira lei de Kaldor

Kaldoracreditava que as baixas taxas de crescimento da economia britânica resultavam da perda de dinamismo de sua indústria pela inelasticidade da oferta de trabalho.

Na primeira lei de Kaldor, o autor defende que existe uma forte relação entre o crescimento da produção manufatureira e o crescimento do produto nacional bruto. Problemas de rigidez da oferta do trabalho estariam reduzindo o crescimento do setor industrial, afetando o crescimento econômico global.

Lei de Verdoorn

Expressa a relação entre a taxa de crescimento da produtividade do setor manufatureiro e a taxa de crescimento de sua produção. Essa relação é utilizada para explicar a desindustrialização das economias avançadas (em particular, a do Reino Unido). Quanto maior a taxa de crescimento da produção industrial, maior será a taxa de crescimento da produtividade do trabalho neste setor.

Pm = α + bgm

onde: α: é a parcela da taxa de crescimento da produtividade que independe do crescimento da atividade manufatureira e b é o coeficiente de Verdoorn.

Segundo a lei de Verdoorn, quando a indústria cresce, ela drena mão-de-obra e outros recursos parcialmente ociosos nos setores de mais baixa produtividade, que apresentam rendimentos decrescentes, como agricultura e a mineração, aumentando a produtividade média da economia.

A segunda lei de Kaldor é uma variante da lei de Verdoorn, com a diferença que, em vez da taxa de crescimento da produção manufatureira, entraria a taxa de crescimento do emprego industrial, ficando deste modo:

Pm = α / (1- α) + [b / (1-b)] em

Essa equação implica que maiorcrescimento do emprego no setor industrial gera maior produtividade.

Terceira lei de Kaldor

A terceira lei de Kaldor afirma que a taxa de cresimento da produtividade do conjunto da economia depende diretamente do crescimento do produto e do emprego do setor manufatureiro e está negativamente associada com a taxa de crescimento do emprego no setor não manufatureiro.

O próprio Kaldor reconheceu que o menor dinamismo da economia britânica é explicado pela redução de sua competitividade internacional e não pela oferta insuficiente de recursos produtivos. Esta tese foi corroborada por vários estudos, segundo os quais a queda do nível de emprego do setor industrial britânico resultou do enfraquecimento da demanda externa por seus produtos. A ideia que está por trás dessa hipótese é a de que o crescimento da demanda interna de fatores e a adoção de novas tecnologias são governados pelo crescimento da demanda externa de produtos manufaturados.

11.2.4 – Desindustrialização e desenvolvimento econômico

O crescimento da demanda gera novos aumentos da produção, com economias de escala e aumentos da produtividade. Forma-se um círculo virtuoso do desenvolvimento; pelo contrário, o declínio da escala de produção, por perda de mercado, exerce um efeito depreciativo sobre a produtividade e o nível da atividade econômica.

O elemento central dessa análise é a relação entre crescimento industrial e o crescimento da produtividade, no contexto da teoria da causação circular acumulativa de Mydral, engendrando o desenvolvimento econômico auto-sustentado. Nesse processo, há intensa mudança estrutural e crescimento dos diferenciais de produtividade entre os

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