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SONHOS E SINTOMAS

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Por:   •  26/2/2015  •  2.518 Palavras (11 Páginas)  •  766 Visualizações

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SONHOS

A teoria dos sonhos proposta por Sigmund Freud em 1900 o que antes, era interpretado como símbolos ou premonições agora é visto como particularidades de nosso inconsciente. Freud parte do princípio de que todo sonho tem um significado, embora oculto, da realização de desejos. Os desejos reprimidos na vida de vigília muitas vezes estão relacionados com os nossos desejos mais primitivos vetados fortemente pela moral vigente. Interpretar um sonho significa conferir-lhe um sentido, isto é, ajustá-lo à cadeia de nossas faculdades mentais.

Em 1900, Freud publicou sua obra Die Treumdeutung (A Interpretação dos Sonhos). Em seus textos, ele descreveu minuciosamente o trabalho dos sonhos, sua importância e utilização no processo analítico. Ele também afastou essa temática das crenças religiosas e culturais, as quais vinculavam o sonho a uma experiência premonitória e supersticiosa herdada da Antiguidade através do senso comum (OLIVEIRA, 2011).

o livro a Interpretação dos Sonhos marca a passagem para um modelo que investiga não apenas as manifestações psicopatológicas, mas capaz de dar conta do psiquismo em geral. No Capitulo VI do livro, Freud elabora o primeiro grande modelo do aparelho psíquico. O psiquismo é composto por dois grandes sistemas: inconsciente e pré-consciente/consciente – que são separados pela censura, que através do mecanismo do recalque, mantêm certas representações inaceitáveis fora do sistema consciente. Mas essas representações exercem uma pressão para tornarem-se conscientes e ativas. Ocorre um jogo de forças, entre os conteúdos reprimidos e os mecanismos repressores. Como resultado desses conflitos há a produção das formações do inconsciente: os sintomas, sonhos, lapsos e chistes (Moura 2008).

A elaboração de um sonho, segundo Freud (1915), ocorre porque “existe algo que não quer conferir paz à mente. Um sonho, pois, é a forma com que a mente reage aos estímulos que a atingem no estado de sono”. Alguns dos estímulos dos quais Freud fala podem ser restos diurnos, sensações fisiológicas. Outros estímulos podem ser os pensamentos ocultos, inconscientes, formados por desejos antigos, recalcados pela censura do Superego.

Em “A Interpretação dos Sonhos” Freud criou o termo conteúdo manifesto para referir-se à experiência consciente durante o sono, correspondendo ao relato ou descrição verbal do sonho, ou seja, aquilo que o sonhante diz lembrar. Já o conteúdo latente corresponde às idéias, impulsos, sentimentos reprimidos, pensamentos e desejos inconscientes que poderiam ameaçar a interrupção do sono se aflorassem à consciência claramente (REIS, 2009).

O conteúdo latente mostra-nos estruturas recalcadas que tentam emergir. O conteúdo latente é o verdadeiro sonho, o conteúdo manifesto é o que o sujeito conta, sendo um disfarce do verdadeiro sonho. O trabalho de sonho ou elaboração onírica é a passagem do latente ao manifesto. Basicamente podemos dizer que o conteúdo latente é inconsciente e o conteúdo manifesto é consciente. Além disso, o conteúdo latente é algo semelhante a um impulso, enquanto o conteúdo manifesto é uma imagem visual. Finalmente, o conteúdo manifesto é uma fantasia que simboliza o desejo ou impulso latente já satisfeito, isto é, trata-se de uma fantasia que consiste essencialmente na satisfação do desejo ou do impulso latente.

Segundo Silva e Sanches (2011), o conteúdo latente do sonho é a primeira parte do processo de sonhar formado por três componentes: I- impressões sensoriais noturnas; II- pensamentos e idéias relacionadas às atividades do dia (fragmentos do nosso cotidiano, antes de pegamos no sono); III- impulsos do ID. São as impressões sensoriais do indivíduo que se referem ao que os sentidos capturam mesmo durante o período de dormência (os barulhos ao seu redor; seus desejos, como beber água, calor, frio, etc.) tudo o que podemos adquirir nesse estágio se refere ao conteúdo latente do sonho.

O Sonho manifesto não é senão, portanto, nada mais que o resultado de um conjunto de operações (o trabalho do sonho) que transformam os seus componentes, ou seja, transformam os estímulos corporais, os restos diurnos, os pensamentos do sonho, etc. O produto final resultante de todas essas transformações é, então, a experiência onírica (REIS, 2009).

LOPES. R.B Os Sonhos na Concepção de Freud. Diponível em: <https://psicologado.com/abordagens/psicanalise/os-sonhos-na-concepcao-de-freud> Acesso em: 21 set. 2014

SINTOMAS

Os sintomas são ou uma satisfação de algum desejo sexual ou medidas para impedir tal satisfação e, via de regra, têm a natureza de conciliação, de formação de compromisso entre as duas forças que entraram em luta no conflito: a libido insatisfeita, que representa o recalcado, e a força repressora, que compartilhou de sua origem. É esse acordo entre as partes em luta que torna o sintoma tão resistente.

Em "Os caminhos da formação dos sintomas", Freud (1917/1980) esclarece que "pelo caminho indireto, via inconsciente e antigas fixações, a libido finalmente consegue achar sua saída até uma satisfação real – embora seja uma satisfação extremamente restrita e que mal se reconhece como tal" (p. 421-422, grifo nosso). Para romper o recalcamento, a libido encontra as fixações necessárias nas experiências do início da vida sexual, que, por ocorrerem numa época de desenvolvimento incompleto – marcado pelo estado de desamparo e dependência absolutos –, são capazes de ter efeitos traumáticos. Conforme Freud, "de algum modo, o sintoma repete essa forma infantil de satisfação, deformada pela censura que surge no conflito, via de regra transformada em uma sensação de sofrimento e mesclada com elementos provenientes da causa precipitante da doença" (p. 427).

o sintoma é concebido, de início, como a expressão do recalcado. O trauma é a base real do sintoma e o real derradeiro é, em Freud, a castração. Porém, a partir dos dados da experiência clínica, Freud conclui que o trauma é, via de regra, suposto ou inferido, o que o leva ao abandono da teoria do trauma e à concepção da teoria da fantasia, em que o trauma é tido como parte da realidade psíquica do sujeito e fundamento da fantasia. O sintoma é, então, definido como a realização de uma fantasia de conteúdo sexual, ou seja, representa, na totalidade ou em parte, a atividade sexual do sujeito provinda das fontes das pulsões parciais, normais ou perversas.

Foi a partir do discurso da histérica que pôde demonstrar que o sintoma tem um sentido, um sentido inconsciente, ou seja, o sintoma diz alguma coisa, mesmo que o sujeito nada saiba disso.

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