STRESS E CARACTERÍSTICAS

INTRODUÇÃO

O estresse, o mal-do-século como tem sido chamado, em maior ou menor grau, faz parte da vida de todo ser humano. Ingrediente indispensável, fator de desgaste, inimigo da boa qualidade de vida, deteriorador da saúde emocional e física. Se for um propulsor, também pode ser fonte de malefícios, muitas vezes difíceis de contornar. Muitas situações características da contemporaneidade contribuem para o estresse, tais como a agitação da vida moderna, os altos fatores de competitividade presentes desde a infância, a ambição desmedida, a violência cada vez mais freqüente no cotidiano, e, favorecidos pelo rápido desenvolvimento da tecnologia, o número cada vez maior de informações e as exigências impostas pelo mercado de trabalho em acompanhá-las, seja no campo profissional ou no afetivo, produzindo no homem destes tempos maior pressão e, em conseqüência, às vezes até impedindo o desenvolvimento da própria capacidade para a plena forma.

Os males relacionados ao estresse são considerados um grande problema porque resultam, tanto para a empresa quanto para o trabalhador, em perdas incontáveis de dias por faltas ao trabalho, bem como baixa produtividade, decisões equivocadas e boa qualidade de vida reduzida. A condição do mercado de trabalho tão competitivo e estimulante submete o profissional à pressão, freqüentemente associada ao local de trabalho, e pode, ao longo do tempo, com prejuízo ao desempenho e à motivação, levá-lo ao estresse.

A maioria das pessoas lida com o estresse apenas quando já não tem controle das situações, quando se sente mal ou quando a sua auto-estima está baixa. O ideal, sob estado de pressão, é controlar-se, mesmo quando se está sentindo bem, confiante em suas habilidades, e de posse do controle da situação. Com estas condutas, evita-se que a pressão se transforme em estresse.

Existem também, além da capacidade individual, muitos fatores estressantes relacionados a influências externas, tais como família, poluição sonora, etc. Mas a condição para o estresse varia de pessoa para pessoa. O que é estimulante para alguns pode ser assustador para outros.

A linha entre a pressão saudável e a pressão nociva é bastante tênue. Para controlar o estresse, é preciso reconhecê-lo e deve-se estar consciente da própria reação a ele. Quando submetido a um excesso de pressão, perde-se a capacidade de enfrentá-la, fica-se irritadiço, frustrado, ansioso e tenso. Pequenos inconvenientes geram uma crise. No entanto, a tensão excessiva, a insônia e a pressão sangüínea alta são obstáculos para a resolução de problemas causadores do estresse. O estresse, cujo tempo de duração é longo, pode provocar derrames e ataques de coração.

Muitos percebem que sofrem do estresse, mas, às vezes, o aceitam como parte natural do próprio trabalho e até mesmo se sentem orgulhosos desse estado. Convém esclarecer que há quem julgue os sintomas também um sinal de fraqueza, procurando escondê-los e evitando o assunto, acreditando que o fato de admitir que não é capaz de enfrentar o problema é admitir o próprio fracasso.

A forma como se vê o estresse vai determinar a disposição para controlarem si mesmo e nos outros. Se, para a pessoa, o estresse é um sinal de fraqueza ou uma marca distinta, é improvável que faça algo para manter a pressão sob controle ou para compreender o estresse alheio.

1 ESTRESSE E SUAS CARACTERÍSTICAS

“Vida malvada, agitada, sem horas para fazer tudo o que está previsto na agenda. Um dia, o corpo fraqueja, o coração estoura e a cabeça já não consegue pensar. Viver em “alta voltagem” tem conseqüências arrasadoras. Procure encostar à berma e descansar. É o conselho que os especialistas repetem”.

O estresse antes era somente um termo utilizado entre os físicos para classificar uma determinada força exercida contra o material, mas foi o austríaco Hans Selye que aplicou a terminologia da medicina, no fim da década de 40. Hans definiu o estresse como uma resposta não específica do organismo a qualquer situação externa, uma espécie de pressão mental.

O estresse é mais comum do que a gente imagina, o stress no trabalho foi identificado como sendo o segundo problema de saúde mais importante na UE. A conclusão foi apresentada pela ministra da Saúde espanhola, Ana Pastor, no início do I Congresso Europeu sobre Prevenção de Riscos.

Cada vez mais se reconhece que o estresse no trabalho tem conseqüências indesejáveis para a saúde dos trabalhadores, bem como das empresas em que trabalham.

Várias das patologias hoje estudadas pela Medicina do Trabalho têm íntima correlação com o estresse. O desgaste a que pessoas são submetidas nos ambientes e nas relações com o trabalho é fator dos mais significativos na determinação de doenças.

A Organização mundial da saúde o classifica como epidemia global. A prevenção parece ser a melhor receita para combatê-lo. A vida moderna transformou-o num fardo, a cadeia química entra em ação a qualquer hora e alerta para ameaças prosaicas, como um atraso na entrega de um trabalho.

Assim pretendemos abordar neste trabalho a questão do estresse ligado a situação de trabalho, explorando as características desta síndrome e propondo algumas medidas preventivas e de tratamento.

O estresse faz parte da realidade das organizações há muito tempo, e constitui-se como um “vírus” que inibe o potencial humano. È um indutor de fortes disfuncionamentos e elevados custos nas organizações em geral e nos indivíduos em particular.

Existem estudos que concluem que 75% dos trabalhadores experimentam condições físicas ou mentais relacionadas com o estresse. No Japão o “Karoshi” (morte por excesso de trabalho) estima-se em cerca de 30.000 mortes por ano.

Interessa perceber quais as características das situações que nas organizações tenderão a gerar estresse na maioria das pessoas e, portanto, a serem consideradas como fontes de estresse. Assim o resultado de mais de 25 anos de investigação sobre o assunto resultam nas identificações das seguintes fontes de estresse:

Características físicas do ambiente de trabalho

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