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Saúde Mental e Trabalho: Uma Investigação do Estresse em jornalistas da empresa Midiamax.

Por:   •  20/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.623 Palavras (11 Páginas)  •  261 Visualizações

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Saúde Mental e Trabalho: Uma Investigação do estresse em jornalistas da empresa Midiamax.

Bianca da Silva Pellini Jacqueline Silva Máscoli Izabeli Cristine Rodrigues Mariana Fiorenza Bianchi

Simone Rodrigues de Melo Constantino Vitória Regina de Almeida Correia

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Resumo. O objetivo desta pesquisa é contribuir acerca do estudo sobre o estresse entre profissionais do jornalismo, procurando identificar fatores presentes no ambiente de trabalho que possam resultar no estresse e/ou adoecimento dos trabalhadores da empresa Midiamax. Foram entrevistados 17 jornalistas (colocar depois o número de homens e mulheres), com a variação de idade entre ……,

Resumo em Inglês

Resumo em Espanhol


No presente artigo, discutiremos a questão do trabalho e estresse a partir de uma análise comparativa de pesquisas sobre o trabalho de jornalistas em uma empresa situada em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Diante do tema escolhido, optou-se pela ênfase nos referenciais teóricos das pesquisas voltadas para o campo da saúde mental e trabalho, utilizando como base central a psicodinâmica do trabalho, estudo popularizado pela escola dejouriana.

As transformações no modo de trabalho e produção em curso no ocidente, resultado do avanço tecnológico e da ascensão do capitalismo, têm feito eclodir os debates - principalmente dentro das universidades - sobre a organização do trabalho, das relações com o mesmo e dos problemas psicológicos gerados pela desumanização do sujeito.

Com as alterações e avanços na tecnologia, insere-se ao ambiente de trabalho máquinas e recursos que obrigam os trabalhadores a adaptarem-se rapidamente se desejarem permanecer empregado. Diante disso, é válido ressaltar o conceito de exército industrial de reserva, apresentado por Karl Marx (1818-1883) na crítica da economia política. De acordo com Trindade (2017), comentando sobre o conceito supracitado

essa massa de trabalhadores “sobrantes” foi formada pela elevação da composição orgânica do capital em sua parte constante (inserção de máquinas, aparatos tecnológicos, instalações etc.) em concomitância com a redução de sua parte variável (força de trabalho) (p. 226, 227).

Ou seja, com o avanço na produção de capital e da tecnologia, além das formas diversas de explorar o proletariado, junto à precarização do trabalho, os trabalhadores se vêem diante de uma situação de péssimas condições de trabalho, seja estas no ambiente onde se trabalha ou no baixo salário. Entretanto, para a grande massa, é melhor se manter um trabalho precarizado do que não ter nenhum, pois, mesmo que seja um ambiente degradante, receberá o mínimo para a sobrevivência.


Essa decisão acarreta diversas consequências negativas ao trabalhador, que tende a adoecer. E esse adoecimento pode apresentar-se de modos diferentes como depressão, ansiedade e estresse, que é o objetivo de estudo deste artigo.

A psicodinâmica é uma abordagem teórica, clínica e metodológica que busca entender as relações entre trabalho e saúde mental. Tem influência de várias áreas de conhecimento, como a antropologia, filosofia, sociologia, psicanálise e ergonomia.

Foi fundada por Christophe Dejours na França a partir dos estudos da psicopatologia do trabalho. Na década de 1990, a psicodinâmica do trabalho afasta-se da psicopatologia do trabalho, pois terá um outro objeto de estudo: as vivências de prazer e sofrimento.

No final da década de 1990, o foco amplia-se ainda mais pois a abordagem começa a buscar estudar os efeitos do trabalho sobre os processos de subjetivação, estratégias defensivas e patologias sociais relacionadas ao trabalho e que patologias sociais estão sendo desenvolvidas a partir da relação com o trabalho.

Nos estudos da psicopatologia, observou-se que dentro de ambientes de trabalho degradantes, com condições adversas, algumas pessoas podem sofrer adoecimento e outras não. Dejours começa questionar-se como essas pessoas que não adoecem fazem para manter-se trabalhando. Ele faz o questionamento da seguinte forma “[...] como fazem estes trabalhadores para resistir às pressões psíquicas do trabalho e para conjurar a descompensação ou a loucura?” (DEJOURS, 1994, p. 127).

Adiante, Dejours começa interessar-se pelos recursos que as pessoas que não adoecem desenvolvem e como fazem para resistir aos ataques à seu psiquismo, começando a utilizar o conceito de normalidade.

As pessoas que não estão adoecidas são tidas como “normais”, porém essa normalidade implica no desenvolvimento de estratégias para lidar com o sofrimento. Ou seja, “estar normal” no ambiente de trabalho não significa que o sujeito não sofre, e que ele não luta contra esse sofrimento.

O estado da normalidade pode ser definido como um equilíbrio dinâmico e instável na luta contra o adoecimento. De um lado temos os efeitos nocivos das situações de trabalho e de outro defesas psíquicas.

Para Dejours (2004) o trabalho é:


[...] aquilo que implica, do ponto de vista humano, o fato de trabalhar; gestos, saber fazer, um engajamento do corpo, a mobilização da inteligência, a capacidade de refletir, de interpretar e de reagir às situações, é o poder de sentir, de pensar, de inventar, etc. [...] é, um certo modo de engajamento da personalidade para responder a uma tarefa delimitada por pressões (materiais e

sociais). ( p. 28)

A partir da citação de Dejours, podemos afirmar que para o autor, então, a definição  de trabalho implica no fato de trabalhar, é o de passar pela ação e movimento do trabalho. O trabalho é um engajamento completo da pessoa: do corpo e da mente (intelecto, pensamento, criação). Existe um engajamento do corpo e da mente para responder a uma realidade concreta, que demanda algo específico do sujeito.

Se traduz no engajamento do trabalhador e nas suas contribuições para dar conta das prescrições estabelecidas ao mesmo tempo em que gerencia os imprevistos do dia a dia.

Podemos exemplificar as afirmações acima nas situações dos profissionais participantes deste trabalho: jornalistas de uma empresa de jornal eletrônico, que tem demandas (prescrições) a atender, uma meta diária ou um manual de procedimento em seu trabalho, e que irão se confrontar com diversos imprevistos que não constam nas metas ou nas demandas diárias e que os mesmos não sabem como lidar. Então, o trabalho é o que o trabalhador contribui para que ele possa ao mesmo tempo dar conta do que lhes é demandado e também gerenciar os imprevistos

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