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TCC - Sofrimento Psiquico

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Por:   •  7/7/2014  •  9.411 Palavras (38 Páginas)  •  1.067 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

1.1 Estrutura do Trabalho

A presente pesquisa está estruturada em cinco capítulos: introdução, marco teórico, método, apresentação e análise dos dados e considerações finais.

No primeiro capítulo, encontra-se a estrutura do trabalho, problemática, pergunta de pesquisa, objetivos e justificativa.

No segundo capítulo, ressalta-se o marco teórico sobre as atribuições da Medicina do Trabalho. Demonstra-se o ser humano numa visão biopsicossocial para que se possa entender a construção da Medicina Psicossomática. Disserta-se sobre o sofrimento psíquico e sua relação com o trabalho; e, por último, abordam-se as doenças relacionadas ao trabalho.

No terceiro capítulo, destaca-se o método utilizado na elaboração da pesquisa, sua classificação, seu tipo e instrumentos usados para a coleta e análise dos dados.

No quarto capítulo, destaca-se a apresentação e análise dos dados, apresenta-se o perfil dos entrevistados e as categorias formadas a partir das respostas obtidas dos mesmos.

No último capítulo, apresentam-se as considerações finais.

1.2 Tema

O médico do trabalho e sua percepção sobre o sofrimento psíquico relacionado ao adoecimento no trabalho.

1.3 Problemática

A partir de 1980, intensificou-se o uso de novas tecnologias, tanto na área industrial como na de serviços como o uso da informática, da Internet, o que acarretou um aumento crescente de desempregados. A ameaça de perder o emprego virou causa freqüente de adoecimento. Ansiedade, angústia, depressão, medo, tensão e estresse passaram a fazer parte do vocabulário comum dos trabalhadores.

Atualmente, as pessoas vivem pressionadas por incertezas, frustrações e medos diversos e, no ambiente de trabalho, essas pressões colocam, freqüentemente, o empregado em situações de risco psíquico e físico, que comprometem sua qualidade de vida. Os trabalhadores das áreas operacionais estão mais sujeitos a ambientes e condições insalubres, enquanto os da área gerencial estão convivendo geralmente com níveis elevados de estresse, que afetam cotidianamente, corpos e mentes.

Novas formas de gestão da força de trabalho foram introduzidas, bem como novas formas de controle da força de trabalho. O mundo do trabalho transforma-se, transformando o próprio trabalhador. Esta situação mascara muitas vezes os mecanismos de exploração, os laços de solidariedade são substituídos por uma competição selvagem, um individualismo exacerbado, perdendo-se o sentido coletivo e social da ação humana.

A partir desta contextualização, no decorrer da história acerca da relação entre o ser humano e a realização do trabalho, percebe-se que essa realidade adentra o psiquismo humano e fere-o, fazendo com que as pessoas se sintam exigidas e criem um sentimento de impotência e de desvalorização, que pode levá-las a degenerar-se rapidamente, aviltar em si qualquer potencial humano que pudesse se somar às conquistas da civilização (HELOANI & CAPITÃO, 2003).

Sobre a insatisfação e o conteúdo significativo da tarefa, Dejours (1992) afirma que a organização do trabalho, concebida por um serviço especializado da empresa, estranho aos trabalhadores, choca-se frontalmente com a vida mental e, mais precisamente, com a esfera das aspirações e motivações e dos desejos. Acrescenta que, via de regra, quanto mais a organização do trabalho é rígida, mais a divisão do trabalho é acentuada, menor é o conteúdo significativo do trabalho e menores são as possibilidades de mudá-lo.

A adoção de novas tecnologias e métodos gerenciais facilita a intensificação do trabalho que, aliada à instabilidade do emprego, modifica o perfil de adoecimento e sofrimento dos trabalhadores, expressando-se, entre outros, pelo aumento da prevalência de doenças relacionadas ao trabalho, com o surgimento de novas formas de adoecimento como o estresse e a fadiga física e mental, bem como outras manifestações de sofrimento relacionadas ao trabalho como as Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT).

O autor também ressalta que o sofrimento mental como a depressão, a síndrome do pânico e a fadiga são proibidos de se manifestarem numa organização de trabalho. Só a doença é admissível. Por isso, o trabalhador deverá apresentar um atestado médico, geralmente acompanhado de uma receita de psicoestimulantes ou analgésicos. A consulta médica termina por disfarçar o sofrimento mental: é o processo de medicalização, que se distingue bastante do processo de psiquiatrização, na medida em que se procura não somente o deslocamento do conflito homem-trabalho para um terreno mais neutro, mas a medicalização visa, além disso, a desqualificação do sofrimento humano. Para o autor, somente o sofrimento físico pode ser reconhecido pela organização do trabalho, enquanto que o sofrimento mental e, em particular, a ansiedade, não tem o direito de existir no local de trabalho. Assim, recusar-se a retomar o trabalho por ansiedade, equivaleria a demissão, automaticamente, sem indenização, nem pensão. Somente uma doença mental caracterizada permitiria a aquisição de um status de invalidez. Então, o medo não pode ser considerado uma doença mental. A única saída é a medicalização do medo. A persistência de cefaléias, vertigens, problemas visuais, de equilíbrio é bem adequada, servindo de ponto de apoio e de apelo ao processo de medicalização.

O problema central da interpretação da dor “só como psicológica” não pode ser subestimado pelo médico do trabalho no processo de culpa do paciente, que sempre expressa vários tipos de tensões. Como por exemplo: conflito de interesses, excesso ou falta de desafios na vida profissional ou pessoal, falta de repouso e condicionamento físico inadequado. Pode ainda ser decorrentes de falha no diagnóstico médico que, por exclusão de alternativas e sem um diagnóstico específico, atribui a questões íntimas do paciente a expressão das dores (FRANÇA, 1999).

Ainda segundo a autora “muitas vezes, os sintomas mentais não são relatados pelos pacientes e não são investigados pelo médico no momento da consulta clínica, numa espécie de conluio, como se os dois preferissem centrar o problema em razões exclusivamente físicas” (FRANÇA, 1999, p.56).

Desta forma, verifica-se que a maioria dos problemas referente à Saúde do Trabalhador ocorre porque não se tem aplicado devidamente um diagnóstico e terapêutica, que

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