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TEXTO: "NEUROSE E NÃO-NEUROSE: PSICOGÊNESE"

Por:   •  15/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.018 Palavras (5 Páginas)  •  376 Visualizações

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TEXTO: "NEUROSE E NÃO-NEUROSE: PSICOGÊNESE".

O eixo narcísico diz respeito ao processo de constituição da estrutura denominada eu, formando pelo desenvolvimento progressivo do ego, de suas fronteiras e das funções psíquicas, e do self e suas representações, que se constituem a partir das identificações. O self é a estrutura que permite ao sujeito relacionar-se consigo mesmo, tomar a si mesmo como objeto de investimento libidinal.

O eixo narcísico é demarcado por idades cronológicas (seis meses, dois anos, quatro anos, seis anos), que contudo correspondem a posições subjetivas que o paciente, qualquer que seja sua idade, pode ocupar na vida e no campo transferencial/contratransferencial. Ele apresenta flechas em suas duas extremidades, indicando que o eu está sujeito a movimentos progressivos e regressivos com relação á integridade. O eu pode estar suficientemente bem constituído, como na neurose, ou apresentar falhas maiores ou menos em sua constituição, o que caracteriza a subjetividade não neurótica.

O desenvolvimento do eixo narcísico tem dois movimentos relacionados: 1- Um grau crescente de autonomia do sujeito com relação a seu objeto. 2- A presença cada vez mais explícita do terceiro objeto entre sujeito e objeto, até a formação da triangulação propriamente dita.

No eixo objetal diz respeito ao processo de constituição da estrutura  psíquica denominada objeto do desejo, que não deve ser confundida com o objeto narcísico. Essa estrutura, o objeto do desejo, permite ao sujeito se relacionar com o mundo em busca do prazer e, além disso, determina a forma do desejo que moverá o sujeito pela vida afora.

É a parte da estrutura psíquica que determina o tipo de objeto que será desejado e investido, que tipo de gratificação se busca através dele, em que cenário, com a mediação de que fantasias inconscientes. É a libido objetal que está em jogo.

O desenvolvimento do eixo objetal foi relacionado por Freud e Abraham ás fases da evolução da libido: oral, anal, fálica e genital. As fases envolviam as pulsões parciais e sua satisfação direta por meio das várias zonas erógenas em constituição. O adulto se relaciona com o objeto do desejo a partir de certas posições subjetivas, que envolvem determinado objeto do desejo, modos de se relacionar com ele, um cenário fantasmático.

Percebe-se que a cronologia ao longo dos eixos é ligeiramente desencontrada. A fase oral, por ter um período precoce e tardio, se imbrica com dois momentos diferentes da constituição do eu: a fase oral precoce de desenvolve com o período arcaico, de indiferenciação sujeito/objeto; e a fase oral tardia se desenvolve ao mesmo tempo em que, na fase de individualização, essa diferenciação tem início. A fase de individuação, por sua vez, se estende durante a fase anal precoce. Embora os dois eixos possam ser estudados independentes, a constituição do eu é concomitante á do objeto. O modo pelo qual o sujeito concebe o objeto, e sua relação com ele, determina o modo como o sujeito se concebe a si mesmo e se posiciona como sujeito.

A primeira triangulação (6 meses a 2 anos), tem uma primeira identificação com o invólucro corporal, por meio da experiência de espelhamento do próprio corpo, funda as fronteiras do ego. A criança se percebe separada de sua mãe, com um corpo próprio, e começa a criar sua imagem corporal. A partir daí, o ego terá a função de manter essas fronteiras íntegras, mobilizando mecanismos de defesa contra angústias de aniquilamento, também outras funções vão sendo desenvolvidas graças ao amadurecimento neurológico.

O ego, é ainda muito frágil, e o objeto precisa exercer por ele certas funções psíquicas de que ele ainda não é capaz.

O processo de constituição e de internalização do seio bom está em sua fase inicial. Ainda predominam as experiências extremas decorrentes da cisão. Por isso, o narcisismo oscila brutalmente entre os extremos da plenitude e desmoronamento, entre a onipotência e a impotência. Quando o seio bom for internalizado, o self poderá contar com um núcleo de segurança básica e oscilar com menor intensidade e freqüência.

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