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Teorias psicológicas do esporte

Por:   •  19/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.180 Palavras (9 Páginas)  •  283 Visualizações

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                                                   ATIVIDADE

     

      Definição do conceito

           

                      Teorias

      Efeitos ou influência

              No Esporte     

Personalidade

Pode ser definida como o caráter singular, único e distintivo do sujeito ser aquilo que ele é.  (DEANER; SILVA, 2002). Essa definição é bem aceita na área, mas, apesar disso, não há concordância quanto ao que constitui a personalidade, a que propósitos serve e as consequências que cada tipo de personalidade tem e nem se, de fato, a personalidade por si só pode ser diretamente ligada as ações.

Psicodinâmica - segundo essa teoria a personalidade é formada por conteúdos conscientes e inconscientes alocados em três estruturas distintas do aparelho psíquico: id, ego e superego.

Centradas no traço – são sistemas formais para avaliar como as pessoas diferem e sua predisposição para responder, de certa maneira, a diferentes situações.

Aprendizagem Social – considera a existência da personalidade. Sugere que a personalidade não é uma característica estável, mas em constante mudança, resultante de nossas experiências nas diferentes situações sócias.

Baseadas no comportamento-   Dispensam qualquer explicação ou conceito voltado para uma estrutura interna ou metafisica.  

Compreender que o atleta tem aspectos de sua personalidade inacessíveis para ele mesmo permite compreender porque, por exemplo, uma atleta tem níveis elevadíssimos de ansiedade mesmo numa competição menos importante. Os efeitos do ego e do superego podem ser vistos num jogador de futebol que se recusa a cobrar o pênalti por sua preocupação em perdê-lo e decepcionar o time. A teoria psicodinâmica na Psicologia do Esporte considera, então, o sujeito como um todo, não apenas os comportamentos manifestos, já que uma grande parte da personalidade é inconsciente. Por ela, pode-se conseguir acessar as queixas latentes (ou seja, que, às vezes, nem sabemos que existem de fato), que geralmente são mais profundas e de caráter mais pessoal que a queixa manifesta (que é, de fato, aquela que se consegue reconhecer e expressar por palavras) (STREAN; STREAN, 1998).

   

 

    Motivação

Pode ser definido como o padrão organizado de, pelos menos, um dos três constructos psicológicos que energizam, direcionam e regulam o comportamento de realização na atividade física: objetivos pessoais, excitação emocional e crenças pessoais.

Metas de Realização – Essa teoria assume que as metas (objetivos) de realização governam as crenças de realização consequentemente direcionando as tomadas de decisão e o comportamento no contexto da realização.

Autodeterminação – É uma teoria humanísticas de motivação humana. Sua premissa principal é a de que cada um de nós tem tendências inatas relativas ao nosso crescimento pessoal, satisfeitas ou frustradas pelo ambiente.

No contexto do esporte, o sucesso, o fracasso, a forma de condução do treinamento pelo técnico, seu estilo de liderança, o relacionamento com os demais atletas da equipe são exemplos de fatores ambientais (externos ao sujeito) que influenciam o atendimento da autonomia, competência e do relacionamento. Quanto mais as três necessidades psicológicas básicas forem atendidas, maiores são os recursos que o atleta terá para tornar-se autonomamente motivado. Por essa visão, compreende-se que as pessoas autonomamente motivadas – o melhor tipo de motivação a se desejar obter – buscam se sentir conectadas aos outros no meio social (relacionamento), a funcionar efetivamente nesse meio social (competência) e ter uma sensação de ser uma escolha pessoal fazê-lo (autonomia).

   

 

 

     Ativação

Pode ser definido como um estado psicológico de alerta e antecipação que prepara o corpo para a ação. Ela envolve tanto aspectos psicológicos (motivação, ansiedade, atenção) quando componentes fisiológicos (batimento cardíaco, respiração, sudorese).

(1) Direcional – Criada para explicar a ativação, em meados do século 20 (HULL, 1943). Nessa equação, compreende-se que ativação e desempenho tem uma relação linear entre si.

(2) U Invertido - Também conhecida como "Lei de Yerkes-Dodson", ela foi adaptada para a Psicologia do Esporte a partir dos trabalhos dos psicólogos Yerkes e Dodson sobre ativação aplicados à aprendizagem (YERKES; DODSON, 1908).

(3) Zonas ótimas de funcionamento - Proposta pelo psicólogo russo Yuri Hanin (2000), esta teoria parte da teoria do U invertido, com duas mudanças principais. ¹ Níveis ótimos de ativação e ansiedade (que ele inclui na teoria) nem sempre ocorrem no ponto médio do continuum – como proposto pela teoria do U invertido. ² Hanin (2000) propõe ainda que não é um ponto específico que determina o estado de ativação ideal, numa relação "tudo ou nada".

Com a continuidade das pesquisas em psicologia do esporte, viu se que essa relação entre ativação e desempenho não é verdadeiramente linear. Foi constatado que mesmo o atleta de bom nível técnico tiveram desempenho insatisfatório com níveis muito elevados de ativação. A teoria direcional foi considerada ingênua e então superada. A teoria do U invertido é bem aceita entre os técnicos e os atletas, pois, empiricamente puderam verificar a adequação e seus princípios, observando seu rendimento em estado de baixa, moderada e alta ativação. A teoria das zonas de funcionamento foi muito bem aceitas pelos pesquisadores em psicologia do esporte, assim como por aqueles que trabalham de forma aplicada na área. Assim, a teoria das zonas de funcionamento foi expandida para outras emoções relacionadas ao esporte, como raiva, o relaxamento, confiança, concentração etc.

 

   

   

   

  Ansiedade

É um estado de humor caracterizado por sinais cognitivos, emocionais. Comportamentais (psicológicos) e sintomas somáticos (fisiológicos), e desencadeados em reação à percepção de um perigo – real ou imaginário, interno ou externo. No contexto esportivo, o "perigo" seria a possibilidade de uma avaliação negativa ou de uma performance insatisfatória (VANDENBOS, 2010).

A ansiedade pode ser vista sob algumas perspectivas teóricas. Particularmente em Psicologia do Esporte, a dicotomia ansiedade como traço – ansiedade como estado é de particular importância, pois distingue elementos da ansiedade que podem ser alterados e aqueles que não podem. Ansiedade como traço é considerada uma tendência relativamente estável de reagir de certa forma ao perigo, caracterizada por uma predisposição a reagir com níveis mais elevados de ansiedade do que objetivamente seria esperado. Assim, atletas com alta ansiedade como traço estão mais predispostos a reagir com níveis elevados de ansiedade em situações competitivas, independentemente das circunstâncias (por exemplo, uma competição de alto nível e uma demonstração de habilidades despertariam reações somáticas e psicológicas equivalentes).

O corpo geralmente se mobiliza para enfrentar a ameaça: os músculos ficam tensos, a respiração, mais rápida, e os batimentos cardíacos aceleram. Outros sinais fisiológicos (somáticos) de ansiedade são (BALAGUE, 2005): 1) palpitação; 2) sudorese; 3) tremores; 4) respiração curta e rápida; 5) dor no peito e desconforto; 6) náusea ou a sensação de "borboletas no estômago"; 7) tontura; 8) ondas de calor ou de frio; 9) parestesia; 10) cansaço; 11) alteração do sono; 12) aumento da tensão muscular; 13) inquietação. Sinais cognitivos são: • preocupação e apreensão incontroláveis; • dificuldade de concentração e dificuldade de tomar decisões; • ruminação. Sinais emocionais são: • irritabilidade; • crises de raiva; • choro incontrolável. Sinais comportamentais são: • isolamento; • mudança de atividade; • dificuldade de se manter num plano de ação.

     Estresse

Pode ser definido como um processo no qual eventos do ambiente ameaçam a integridade do organismo e pelo o qual ele reage, sendo a reação só desencadeada quando o evento ameaçador supera os recursos do organismo para manter seu equilíbrio (EVERLY, 1990).

Lazarus (1996) desenvolveu e testou a teoria interacional de estresse e coping. Ao contrário de Selye (1983), Lazarus (1996) considera o estresse numa esfera psicológica, considerando-ouma relação/interação entre o sujeito e seu ambiente, avaliado pela pessoa que o julga, sendo algo que excede ou não seus recursos e ameaça ou não seu bem-estar; também considera que o estresse seria composto por uma série de fatores cognitivos, emocionais e de coping.

No contexto esportivo dois termos foram adicionados a esta perspectiva: eustresse e distresse. Eustresse é considerada a forma positiva do estresse que da ao atleta uma sensação de satisfação. Ele é desencadeado quando a avaliação primaria identifica a situação como um desafio (de forma positiva), sendo desencadeadas estratégias que aumentam o nível de ativação que permitem lidar bem com as situações. Distresse seria a forma negativa de estresse, desencadeado frente a uma ameaça (de forma negativa), associada a um alto estado de ansiedade e ativação, nervosismo, compreensão e preocupação, desencadeado pela constatação de falta de recursos para lidar com a demanda (por exemplo, estar numa competição em que se não no mesmo nível dos demais competidores).

   

 

   

   

   

     Atenção

Pode ser definida como a faculdade de percepção que nos permite selecionar e focar algumas características do nosso meio ambiente, enquanto ignoramos outros (CASHMORE, 2008).

Apesar de parecer simples, o estudo e a compreensão aprofundada da atenção são complexos, por ser um constructo multidimensional formado por, pelo menos, três dimensões distintas. A primeira dimensão é o processo de investimento deliberado do esforço mental em processar a informação importante naquele dado momento. A segunda dimensão da atenção envolve a percepção seletiva ou a habilidade de "destacar" a informação relevante para a execução da tarefa, enquanto ignora potenciais elementos que provocariam distração. A terceira dimensão da atenção é a atenção dividida, que é a capacidade do atleta realizar duas ou mais tarefas igualmente bem (MORAN, 2009).

É relevante salientar que a atenção adequada para uma boa performance requer um nível ótimo de ativação. A ativação aquém do nível ótimo causará fadiga tanto quanto sonolência e, em nível muito elevado, provocará excitação e tensão, todos estes estados prejudicando a habilidade de selecionar e focar os elementos do ambiente.

Concentração

Pode ser definida como um tipo bem específico de atenção (a primeira dimensão da atenção); refere-se à capacidade do sujeito de exercer esforço mental deliberado em manter-se focado no que é mais importante em qualquer situação (MORAN, 2004); é um determinante vital para uma performance de sucesso no esporte.

A primeira dimensão da atenção refere se a capacidade do sujeito de exercer esforço mental deliberado em manter se focado no que é mais importante em qualquer situação (MORAN, 2004); é um determinante vital para uma performance de sucesso no esporte.

É bastante obvio que o atleta que consegue manter se focado nas informações relevantes para sua tomada de decisões durante cada jogada, ou para seguir a tática planejada da prova, terá um rendimento melhor que aquele atleta distraído, pois este estará mais predisposto a cometer erros e fazer escolhas que comprometam sua efetividade nas jogadas, quando não seu ritmo na prova.

 

 

Treinamento

      Mental         

Samulski (2009, p. 143) define treinamento mental como "a imaginação de forma planejada, repetida e consciente de habilidades motoras, técnicas esportivas e estratégias táticas".

1) Treinamento por imaginação: que consiste na criação ou invocação de experiências sensoriais prévias. A imaginação é mais complexa que a simples visualização, pois usa todos os sentidos do corpo – visão, audição, olfato, tato e (até) paladar – assim como o aparato motor – provoca a sensação de que os músculos se movem num movimento técnico perfeito, por exemplo. Ela pode ter uma perspectiva interna ou externa. 2) Goal setting (determinação do objetivo): já mencionamos que estabelecer objetivos e metas é importante para a motivação. Mas estabelecê-los por si só não basta: eles devem ser incorporados na rotina de treino mental. 3) Treinamento de autoverbalização: mesmo sem perceber, usamos esta técnica de treinamento mental: você tem uma voz interna que, neste momento, talvez lhe diga "vamos lá, vamos ler com atenção mais um pouco, mantenha o foco...". Esta conversa interna pode ser usada por atletas para interpretar seus sentimentos e percepções, fazer uma autoavaliação, automotivação e autoinstrução, a fim de ajudar a ignorar a dor (e manter o esforço), sendo a autoverbalização positiva ou negativa. • Exemplos de autoverbalização negativa: "Eu tenho que ganhar" (focado no resultado e não no rendimento), • Exemplos de autoverbalização positiva: "Vou fazer o meu melhor", "Eu posso fazer isso".4)Relaxamento: especialmente usado por aqueles atletas que têm níveis de ansiedade (como traço e estado) muito elevados, ou que têm dificuldade de regular seus níveis de ativação (quando ficam além do ponto ideal.

5) Técnicas multimodais: formadas pela combinação de uma ou mais técnicas anteriormente descritas. A hipnose é um exemplo (combina a imaginação, autoverbalização e relaxamento). As técnicas multimodais são interessantes para atletas mais experientes e têm efeitos tanto no treinamento quanto na competição.

O objetivo do treinamento mental não se resume, todavia, a alcançar uma ótima performance. Ele também pode ser usado para atingir um estado de bem-estar (VEALEY, 2007). Por isso, suas técnicas podem ser usadas tanto com atletas como com praticantes de atividade física e esportes em geral.

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