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Trabalho sobre etnica mulheres em situação de violencia

Por:   •  26/11/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.127 Palavras (5 Páginas)  •  144 Visualizações

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Eixo 4: A gestão do trabalho:

Os desafios na gestão do trabalho na rede de atendimento a mulher em situação de risco de violência colocam os profissionais envolvidos em um compromisso ético, político e social. Dificuldades em reconhecer e assumir os próprios desafios profissionais e pessoais podem contribuir para que o/a profissional se renda a algumas banalizações, não questione mitos e preconceitos e acate explicações simplistas e reducionistas para fenômenos complexos. Da mesma forma, a atuação do/a profissional precisa se estruturar na dialética entre o que é singular de cada sujeito e o que é objetivamente definido como regras e parâmetros sociais e políticos. O que se define como violência, por exemplo, precisa ser entendido a partir dessa compreensão dialética. Apesar de existirem diferentes formulações objetivas e legais quanto a essa definição, cada pessoa pode estabelecer parâmetros subjetivos do que encara ou não como violência, colocando-se muitas vezes em alto risco por tais avaliações subjetivas.
Ainda há muito o que se fazer para instituir uma política pública mais eficaz e continua para erradicar a violência contra a mulher.

Algumas diretrizes que podem ajudar a gestão do trabalho na rede de atenção a mulher vítimas de violência.

  • Os riscos que os profissionais estão expostos: criar estratégias de cuidados desses profissionais tanto emocionalmente quando fisicamente.

(observação: geralmente os locais onde esses profissionais trabalham são carentes / o agressor pode ameaçar tanto fisicamente quando emocionalmente esse profissional)

  • Elaboração de sistemas para supervisão técnica da equipe envolvida na assistência. Ajudar esses profissionais que estão envolvidos maneiras de lidar com os sentimentos gerados pelo trabalho com violência; como esse trabalho pode influenciar nas dimensões do pessoal; e como as questões de gênero transitam entre práticas profissionais e posições pessoais em suas dimensões do público e do privado.

  • Incluir regimes de plantão para esses serviços com o objetivo de cobrir necessidades não atendidas nos horários comerciais. Pode-se, por exemplo, pensar no plantão para instituições de abrigamento temporário, instituições de acolhimento, centros de referência, casa lar, DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Unidades de Saúde 24h etc.

  • Estratégias relativas ao não adoecimento físico e psíquico dos profissionais, dificuldade de assumir suas próprias angústias e de se posicionar pessoalmente frente às angústias dos outros. Destacamos, assim, as reflexões de Ribeiro e Costa (2007) sobre a importância dos/as psicólogos reconhecerem e assumirem suas emoções para conseguir estar com o outro. Uma segunda questão a ser problematizada refere-se à própria perspectiva da Psicologia de escuta do outro, que precisa ser estendida também a uma escuta de si e a um olhar sobre como a angústia do outro repercute em suas próprias dimensões pessoais e profissionais.
  •  Avançar na construção de novas práticas com criatividade, flexibilidade e fundamentação. Trabalhar em equipe multidisciplinar fomentando o envolvimento e a horizontalidade nas relações de trabalho para estimular a noção de corresponsabilidade entre todos. As ações e intervenções na problemática da violência doméstica contra a mulher têm se articulado em diversos contextos e a partir de diferentes áreas de formação e atuação profissional. Os contextos da justiça, da ação policial, da saúde, da assistência social, da educação e da cultura têm sido (re)pensados a partir de olhares e práticas multidisciplinares que envolvem o Direito, a Psicologia, o Serviço Social, a Pedagogia, as Ciências Sociais, entre outras áreas.
  • Enfrentar a (des) continuidade das ações estabelecidas nos serviços. As rotinas são desfeitas a cada mudança de gestão, o que impede a continuidade e a consolidação das ações.
  • Manter a visão critica sobre as limitações e possibilidades da política pública. Os profissionais podem lesar direitos fundamentais das pessoas e, no limite, colaborar para a negação de seu direito à vida. Um psicólogo que não adquirir a capacidade de pensar o próprio pensamento da ciência que pratica - ou seja, de refletir sobre a dimensão epistemológica e ética do conhecimento que ela produz - certamente somará, insciente, com o preconceito delirante, a opressão, o genocídio e a tortura.
  • Construção de metodologias de atendimento que colaborem para um diálogo nacional, capaz de fortalecer ações que assegurem a proteção integral às mulheres em seus contextos de vida. Repensar suas práticas e intervenções tradicionais voltadas para o intrapsíquico em sua dimensão individual, isolada e histórica; compreender como o social e o cultural são constituídos e constituintes de subjetividades; enxergar as desigualdades de poder entre homens e mulheres nos espaços públicos e privados e identificar como essas desigualdades sustentam violências; e questionar suas próprias premissas teóricas e práticas a fim de fugir das armadilhas ideológicas do patriarcado (Angelim, 2009, CFP, 2012, Gonçalves, 2010).

Quando se trata de trabalhar com o atendimento à mulher vítima de violência seja doméstica ou outros tipos, todos os envolvidos se põem em uma posição de compromisso extremamente ético, sendo um assunto complexo e delicado de se lidar é que exige muita atenção e compreensão. As mudanças não dependem só de leis, também tentar mudar, digamos assim, a cabeça de profissionais voltado para essa situação; Cujo os mesmos precisam passar por capacitações para aprender a lidar da melhor maneira possível, em especial ao enfoque de gênero.

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