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Transtornos relacionados à substâncias

Por:   •  15/3/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.971 Palavras (8 Páginas)  •  245 Visualizações

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TRANSTORNOS RELACIONADOS A SUBSTÂNCIAS

O transtorno por uso de substâncias tem como característica essencial a presença de um agrupamento de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos indicando o uso contínuo pelo indivíduo.

A gravidade dos transtornos por uso de substâncias ocorrem desde leve até grave, depende da quantidade de critérios de sintomas confirmados, avaliados por clínicos e exames biológicos, pelo relato do próprio indivíduo e o relato de outras pessoas cientes do caso. Em geral, um transtorno por uso de substâncias é considerado leve quando há presença de dois ou três sintomas; moderado, por quatro ou cinco sintomas; e grave apresentando seis ou mais sintomas.

Os transtornos relacionados à substâncias são identificados por classes, no nosso trabalho iremos aprofundar no transtorno decorrente do uso da cocaína, seus efeitos negativos afetam a estabilidade das estruturas, ameaçam valores políticos, econômicos, humanos e culturais dos Estados e sociedades e infligem considerável prejuízo aos países.

Histórico do uso da coca

A descrição histórica deste referido trabalho está embasada no trabalho de Ferreira e Martini 2001. Segundo estes autores a origem do abuso de cocaína tem suas raízes nas civilizações pré-colombianas dos Andes que já conheciam e utilizava a folha extraída da planta há mais de 4500 anos. Fato constatado nas escavações arqueológicas do Peru e da Bolívia.  A cocaína ou “coca” é uma substância obtida das folhas secas da planta chamada Erythroxylon coca ou simplesmente coca. Na atualidade se sabe que ela é um estimulante, que aumenta a energia a autoconfiança; ela faz com que o usuário se sinta espirituoso e mais ágil e atento do que o normal.

O nome coca deriva de uma palavra aimará, "khoka", cujo significado seria a “árvore”. Para os Incas a planta era considerada algo sagrada, dada pelo deus sol, relacionada à lenda de Manco capac, filho do sol que os presenteou com a coca. Seu uso era um privilégio da nobreza inca até a chegada dos espanhóis à America. O consumo desta substância se popularizou entre os índios no período colonial, pois, seu uso estava associado à capacidade de realização dos serviços pesados. Apesar da oposição da igreja católica quanto ao consumo, o rei Felipe II em 1569 declarou o ato de mascar a coca era essencial à saúde dos índios (Ferreira e Martini 2001).

Na medicina a cocaína tem seu marco inicial como algo milagroso, utilizado pelos americanos em enfermidades difíceis de tratar e vista também como um antídoto radical da morfina. De acordo com Carlini-contrim, 1995, apud Bahis & Bahis a cocaína era indicada também para dores, cansaços, substituto alimentar, entre outros e entre os anos de 1886 e 1900 ela era um ingrediente na receita original da Coca-Cola.

Um dos primeiros estudos sobre os efeitos da cocaína foi feito por Freud (1885). Numa descrição de seu próprio uso de cocaína, Freud a princípio era altamente favorável à droga incentivava seu uso. Entretanto, ele mudou de opinião depois de usar cocaína para tratar um amigo, tendo obtido resultados desastrosos. O amigo desenvolveu dependência severa da droga, exigia doses cada vez maiores e foi se debilitando até finalmente morrer. A despeito de relatos anteriores contra, e como Freud logo descobriu, a cocaína é altamente aditiva.

A cocaína no Brasil 

De acordo com Bahis & Bahis no início do século XX a cocaína era livremente comercializada no Brasil, tanto no uso farmacológico bem como na sua formula pura. No entanto o cenário começa a mudar a partir de 1914 “quando no contexto norte americano da lei seca é assinado o chamado Harrison Act que restringiu a disponibilidade da cocaína para a população”. Desta forma a imprensa e a sociedade brasileira passam a enfocar o uso da cocaína com preocupação. Ela passa a ser vista como um comércio perigoso que coloca em risco a integridade e a vida das pessoas. Neste sentido, o congresso nacional se posiciona criando um decreto de lei, que entre outras coisas enfoca penalidades que variam de multa e prisão à criação de estabelecimento de  venda de drogas. (Lei 11.343/2006).

Epidemiologia

Segundo o DSM IV, o uso de cocaína é mais alto entre pessoas de 18 a 25 anos. E de 26 a 34 anos. Contudo, o uso da cocaína vem diminuindo na população pelo uso frequente de campanhas publicas de conscientização, abordando os riscos que ela traz a saúde. Em consequência da diminuição do uso da cocaína, houve um aumento no consumo do crack, que se caracteriza por uma forma mais potente da cocaína. O consumo do crack é mais frequente  entre pessoas de 18 a 25 anos, que geralmente são atraídas pelo seu baixo custo de dose.

Os homens são duas vezes mais susceptíveis ao uso da cocaína em excesso comparado com as mulheres, vale lembrar que tanto raça quanto grupos socioeconômicos são afetados na mesma proporção.

Transtornos relacionados a substâncias, no caso a cocaína, são acompanhados por transtornos psiquiátricos adicionais. Alguns transtornos como o álcool, costumam acorrer após o inicio do uso de cocaína. Os estudos de co-morbidade relatam que os transtornos mais frequentes ligados ao uso da cocaína são os distúrbios de ansiedade, personalidade anti-social, depressão em grau maior, bipolar II e o ciclotímico.

Etiologia

Segundo o DSM-IV as evidencias mais convincentes de influências genéticas são de estudos com gêmeos, os idênticos, apresentam taxas mais elevadas de concordância de  dependência de estimulantes como a cocaína, em relação aos gêmeos univitelinos. Tais analises indicam que fatores genéticos e ambientais não compartilhados contribuem da mesma forma para o desenvolvimento de dependência.

Os fatores sociais, culturais e econômicos, podem se tornar determinantes no uso inicial, continuo e na recaída, o uso excessivo de certas drogas são predominantes em  países onde o acesso  a tais substâncias é facilitado.

        O que reforça o comportamento a voltar a consumir droga é o efeito”rush” a euforia causada pela inalação ou injeção da cocaína. Em indivíduos que usam cocaína estímulos relacionados a ela, ativam regiões cerebrais que ativam a memoria episódica  e de trabalho e produzem excitação eletroencefalográfica.

        Nos fatores farmacológicos, como a cocaína traz resultados de ações no SNC, produzindo sensações de alerta, alegria e bem-estar. Causa menos fome e menos necessidade de dormir, alguns usuários acreditam que ela favorece a performance sexual.  

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