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TRANSTORNO BIPOLAR RELACIONADO COM O FILME MR JONES

Por:   •  5/5/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.867 Palavras (8 Páginas)  •  803 Visualizações

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TRANSTORNO BIPOLAR RELACIONADO COM O FILME MR JONES

O Transtorno Bipolar (TB), também conhecido como “transtorno afetivo bipolar”, é uma condição psiquiátrica caracterizada por alterações graves de humor, que envolvem períodos de humor elevado e de depressão intercalados por períodos de remissão, e estão associados a sintomas cognitivos, físicos e comportamentais específicos.

O filme Mr Jones, dirigido por Mike Figgis, relata a vida de um homem de 35 anos que possui o Transtorno Bipolar, mostra como o transtorno oscila e quais são as principais características que podem ser observadas nestas pessoas. De acordo com a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM 5), o transtorno se diferencia em dois tipos principais: o Tipo I, em que a elevação do humor é grave e persiste (mania) e pode ser precedido de episódios hipomaníacos ou depressivos, e o Tipo II, em que a elevação do humor é mais branda (hipomania) e pode ser precedido de episódios depressivos. Já o quadro de Transtorno Ciclotímico se caracteriza pela alternância entre períodos hipomaníacos e depressivos ao longo de pelo menos dois anos em adultos (ou um ano em crianças) sem, entretanto, atender os critérios para um episódio de mania, hipomania ou depressão maior.

O TB é um transtorno complexo e multideterminado, causado pela interação de fatores genéticos e ambientais. O surgimento e a evolução são possivelmente influenciados pelo trauma precoce, por eventos aversivos significativos da vida e pelo uso indevido de álcool e drogas. O aparecimento da doença pode ser particularmente influenciado pelo estresse sofrido no final da adolescência, mas os primeiros episódios de mania podem se manifestar ao longo de toda a vida. No caso de Jones, ele relata sobre uma briga que teve com seu pai e que este episódio partiu o coração de sua mãe e seu progenitor. Também relata fazer uso de drogas como automedicação e cita fatos que marcaram seu antigo relacionamento, como a morte da namorada.

 O personagem possui o tipo I do Transtorno Bipolar com a presença de episódios maníacos que são classificados como o estado severo de humor elevado ou irritabilidade, associado ou não a sintomas psicóticos, que provocam alterações no comportamento e na funcionalidade do indivíduo. A duração do estado de mania deve ser de no mínimo uma semana, estando o humor elevado ou irritabilidade presente na maior parte do dia, quase todos os dias. O personagem apresenta também um estado depressivo maior que são caracterizados pelo humor deprimido ou perda de interesse/prazer por quase todas as atividades durante pelo menos duas semanas.

Jones apresenta episódios maníacos, marcado por um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, ele canta e dança pela rua de uma forma exagerada. Segundo o DSM-5, as pessoas neste estado podem apresentar auto estima inflada ou de grandiosidade, este critério é preenchido pelo personagem logo no  início do filme, quando Jones procura emprego na reforma do telhado de um prédio. Ao se apresentar ao chefe de obra, diz que seu trabalho é o melhor de qualquer marceneiro e que rende o dobro que qualquer trabalhador. Ele tem uma fala loquaz, e por meio dela consegue manipular as pessoas e as conquistar de uma forma inteligente.

Após a insistência, ele consegue a vaga para o trabalho e durante o expediente do dia dá dinheiro para seu colega levar seus filhos para jantar e o convence a aceitar por meio de uma história que inventa. Esta questão de dar dinheiro para as  pessoas é um típico sintoma do transtorno. Estes indivíduos podem gastar impulsivamente seus ganhos comprando ou dando dinheiro para os outros. Outro fator do transtorno é a possível presença de sintomas psicóticos, o personagem por sua vez demonstra atender este critério ao subir na viga do telhado e ficar andando sem qualquer equipamento, se equilibrando e dizendo estar se sentindo bem ali, se comparando a um avião. Os colegas preocupados com uma possível queda tentam o pegar e ligam para a polícia solicitando auxílio. Salvo, é levado pelos policiais para um centro psiquiátrico apresentando agitação e delírios com alucinações auditivas. Então, ele é medicado e diagnosticado com o transtorno esquizofrênico.

No dia seguinte ganha alta e sai pela rua cantando, dançando, xavecando as mulheres com uma grande agitação psicomotora, completando mais um critério do DSM-5. Ele se dirige até o banco para fechar a sua conta, deixa a maior parte do seu dinheiro lá, e seduz a atendente do banco, então ambos saem juntos e pela rua Jones distribui dinheiro para as pessoas. Enquanto isso, Elizabeth, a psiquiatra que atendeu Jones, fica sabendo da alta e do diagnóstico gerado e fica incomodada pois segundo ela, o diagnóstico estava errado, pois ele era psicótico sim, porém era também expansivo, impulsivo e apresentava euforia acentuada, portanto era maníaco depressivo, porém não lhe restava alternativas pois o paciente já havia sido liberado.

À noite, Jones e a companheira vão assistir um concerto de uma orquestra sinfônica, pois ele adorava música e tocava piano. Na apresentação, Jones subiu no palco e quis ocupar o lugar do maestro, esta atitude fez com que ele fosse levado novamente para o centro psiquiátrico. Mostrando certa resistência para permanecer ali, mantiveram-no amarrado até a chegada de Elizabeth. A médica, então, começa a conversar com Jones, ele insistente tenta seduzi-la, porém ela conta para ele que era portador de psicose maníaco depressivo, o jovem se irrita e diz não possuir nenhuma doença, se mostra agitado e por isso é medicado.

Na audiência realizada para que Jones fosse internado. Elizabeth diz para a juíza que ele possuía bipolaridade apresentando como prova da mania os exemplos de quando subiu no telhado arriscando sua vida e quando atrapalhou o concerto. E para exemplo do quadro depressivo utilizou o descontrole, o desespero e incapacidade de sentir qualquer prazer. Em sua defesa, Jones diz não possuir esses sintomas, e que foi o que os médicos decidiram pois nunca viram ele com nenhum sintoma de depressão. Ele diz que as coisas que fez foi brincadeira e que gostava de aparecer, tentando manipular a juíza. No final, Jones vence e não é internado.

Elizabeth fica incomodada e pede para o rapaz se ele nunca havia tentado se matar, é então que ele com sua forma irônica diz a ela que se automedica com quatro comprimidos por dia. Ela acaba dando carona para ele e jantam juntos e se divertem. No dia seguinte, Jones vai jantar na casa de seu ex colega de trabalho, então observa como a família é unida e se divertem juntos. Se sente sensibilizado com isso e observa caladamente. Então, a partir deste momento, o filme passa a relatar o quadro depressivo maior manifestado no transtorno bipolar. Segundo o DSM-5 este estado apresenta humor deprimido ou perda de interesse ou prazer, com acentuada diminuição de interesse ou prazer em todas, ou quase todas, as atividades na maior parte do dia.

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