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Violência na Escola: O Psicólogo Escolar na Fronteira da Política Educacional

Por:   •  18/2/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.240 Palavras (5 Páginas)  •  205 Visualizações

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Violência na Escola: o psicólogo escolar na fronteira da política educacional.

Na sociedade ocidental, a escola é vista como a maior instituição de instrução e construção de saberes, socialização e moralidade. Tendo em vista esse papel social que a escola exerce, é preciso reconhecer suas falhas, já que existe uma grande contradição nas concepções de cada um sobre o real papel da escola e sobre seus reais resultados para o estudante e seu meio e para a sociedade como um todo.

Campos et al. (2007) assumem a escola como um sinalizador de divisão de classes, pois dentro do contexto capitalista, aqueles com condições favoráveis, poderão entrar no ensino superior, enquanto outra parte, deverá deixar os estudos para trabalhar ou procurar cursos profissionalizantes, etc. Essa dicotomia observada no meio escolar, dá abertura pra pesquisas e estudos sobre a violência no contexto escolar, onde a juventude está inserida de forma central nesse debate.

Pode se assumir que jovens que frequente apresentam comportamento violento, ou são vítimas destes, sofrem influência a partir do meio social em que está inserido, junto ao seu desenvolvimento individual.

Segundo dados de uma pesquisa realizada pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), em parceria com o Ministério da Educação e a Organização dos Estados Interamericanos (OEI), a violência atinge cerca de 42% dos alunos da rede pública, englobando agressão física, verbal e cyberbullying. Cerca de 25% desses casos, foram seguidos de roubo e furto dentro da própria escola. Em alguns dos casos (15%), foi relatada violência vinda dos próprios professores (Época, 2016).

No Brasil, fala-se em uma crise da eficácia do papel socializador da escola, causados pela falta de investimentos necessários, falta de discussão sobre o próprio papel escolar, modelos escolares autoritários e reprimidores da criatividade do aluno; tudo isso tem sido motivo de discussão acerca do comportamento do alunado na escola, já que a o processo de escolarização não se dá da mesma forma para todos os “tipos” de alunos, que vem dos mais diversos contextos.

É importante que se considere muitos fatores como causa da violência escolar e comportamentos impróprios, como enfatiza Campos et al., deve-se atentar para alguns motivos substanciais, que estão incrustados na sociedade. Cita-se o crescimento desordenado dos centros urbanos, junto à uma política de desenvolvimento neoliberal, que que foca somente no individual.

O despreparo e falta de instrução por parte dos professores também é algo a ser considerado nesse contexto, instabilidade salarial, medo, não saber reagir a certas situações, colocam muitas vezes o professor em uma posição de medo constante, onde a saída mais fácil é culpar a família ou o próprio aluno.

Os professores vítimas de violência, como relata Crepaldi (s. d.) recebem muitas ameaças dos alunos, na maioria das vezes por apresentarem baixo rendimento escolar, muitas vezes o aluno entendo uma nota baixa, não como um resultado do seu esforço, mas sim como uma ofensa pessoal. Também são violências observadas no âmbito escolar, depredação e vandalização do patrimônio, intimidação aos funcionários, além dos professores.

É necessário que haja também uma discussão para se levantarem soluções para um problema tão gritante, que é a violência na escola. De acordo com uma pesquisa realizada em duas escolas de Belo Horizonte (Coelho et al., 2009) – onde ambas tinham episódios reincidentes de violência – havia uma falsa sensação de segurança geral, quando havia presença de policiais, tanto por parte das pessoas que trabalham na escola, quanto por pais e alunos.

Talvez a presença de uma figura autoritária, por trás de uma aura de segurança, traga ainda mais medo no ambiente, por se apoiar nessa figura do policial, sabendo que sem ele a escola se torna um caos. É nessa discussão que entra a possibilidade de inserção de um profissional da psicologia em escolas com situações violentas.

Tendo em vista que o problema não tem um único foco, necessita-se de um profissional que articule diálogos e medidas socioeducativas entre todos os atingidos pelo problema da violência. O diálogo entre alunos, professores, pais, funcionários e demais influenciadores da vida escolar, deve ser pensado sempre sobre o ponto de vista do comportamento dos alunos, suas causas e efeitos.

O que se pode fazer é articular uma mudança na organização e própria estrutura física da escola, a criação de ambientes mais amistosos, de cooperação entre os alunos, estímulos a atividades esportivas e extracurriculares, e reinventar sempre um loca de entendimento e diálogo.

Presença de profissionais como psicólogos, assistentes sociais e pedagogos, são essenciais para uma mudança no setting escolar. O psicólogo em especial, como explicita Bastos (s. d.), deve ter capacidade técnica e interpessoal para fazer parte efetivamente das construções de relações no local, sempre buscando entender as complexidades que se dão nesses processos.

Mediante um quadro geral de estratégias que objetivam o combate à violência escolar, verifica-se que o apoio dos psicólogos nas escolas se torna substancial, na medida em que possuem habilidades específicas para um trabalho de resgate a autoestima tanto dos alunos como dos professores, por meio do estímulo ao diálogo. A construção de mecanismos de valorização, cujo funcionamento tem por finalidade o resgate das identidades dos diferentes atores sociais da realidade escolar, bem como a abertura de canais de expressão dos alunos, professores, pessoal técnico, família, etc., podem ser trabalhados de forma eficiente pelo profissional de psicologia, visto que, como já citado acima, é alvo de sua atuação qualquer processo interativo. (Bastos, s. d.).

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