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A Evolução Da Balança Comercial Brasil- China No Periodo De 2006- 2012

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Por:   •  10/9/2013  •  3.789 Palavras (16 Páginas)  •  480 Visualizações

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A abertura comercial chinesa

1.1 China: um país milenar

O povo chinês formou a nação mais antiga do mundo, em termos de cultura, que existe hoje no mundo. Os primeiros registros de povoados chineses são de 7000 a.C. Por um longo período, até 1500 a.C os chineses viviam em comunidades pequenas e independentes, até que passaram ao período mais de 10 dinastias, onde o trono era passado de pai para filho e a família era conhecida por dinastia, mesmo assim a unificação só ocorreu em 960, após intensos conflitos entre candidatos a imperador.

Os períodos regidos por governos centralizados alternaram-se com períodos de anarquia, à medida que dinastias fortes tomavam o poder, disputando o controle da terra e do povo, e, entretanto eram destruídas pela discórdia interna ou pela invasão externa. A primeira dinastia chinesa começou por volta de 2200 a.C., com a família Xia, num reino cujo centro ficava no norte, no vale do rio Amarelo. (CHINA, 1987, p.89)

Nesse período a economia chinesa era definida pela agricultura , mesmo assim, as indústrias e comércio já estavam aparecendo na economia chinesa, principalmente o marítimo. Os chineses também sempre se destacaram pelas suas invenções, como a bússola, a pólvora, o ferro e a seda. Não podemos parar para pensar em China sem citar a incrível Muralha da China, que começou a ser construída em 221 a.C, com o intuito de impedir os avanços de povos nômades.

A China não se caracteriza por ser um país com sede para aumentar seus territórios, pelo contrário, seu objetivo em grande parte da sua história milenar, foi de proteger seu território de invasões de bárbaros, justificando a construção da Grande Muralha. Os chineses chegaram a ser a nação mais rica, populosa e produtiva no século XIII, ultrapassando inclusive os europeus, mas, sofreram com o ataque de nações vizinhas, os mongóis, japoneses e até portugueses.

A China atingiu e definiu as fronteiras que manteria quase continuamente. Autosuficiente e auto-contida, a nação imperial fez algumas incursões esporádicas fora das muralhas que construíra para defender seu território, mas canalizou a maior parte de sua energia internamente, cultivando uma estabilidade e uniformidade de cultura, economia e estrutura social sem paralelo entre os impérios antigos. (IMPÉRIOS,1990, p. 139)

Segundo Arrighi (2008, pg.331), a grande maioria dos países orientais, principalmente a China, através de seus Estados, não constituíam os interesses capitalistas. Havia sim capitalistas na China, porém eles não se transformaram em seus interesses nacionais. A China era composta politicamente por um Imperador, e ele se preocupava muito em manter o território chinês, que não se modifica a muitos e muitos anos. Por conta disso a China nunca foi um país expansionista, apenas se expandiu em territórios próximos ao seu, mas para garantir a paz e a segurança nacional, nunca em busca de lucros.

O mercado chinês era um instrumento de governo do Estado, diferentemente dos europeus, os chineses sempre procuraram um desenvolvimento do mercado interno, baseado na agricultura, redistribuição e recuperação de terras e em troca com países vizinhos. O último Imperador a governar a China, foi Qing, que tentou de todos os modos controlar o comércio exterior, porém passou a sofrer com as pressões das potencias ocidentais em expansão. Por volta de 1830, teve início o comércio do ópio, as importações começaram a superar as exportações, gerando assim uma grande saída de prata (moeda na época) do país, logo, causando rombos nas finanças do Estado.

Para os gananciosos mercadores ingleses, portugueses, americanos e franceses nele envolvidos, o tráfico do ópio era um mercado inesgotável. Depois de aliciado, jamais se perdia o freguês. O vício do ópio, segundo um relatório chinês, espalharase desde a pequena nobreza até artesãos, mulheres e, mesmo os monges budistas e taoístas. (CHINA, 1987, p.99)

Após essa crise, os ingleses estavam ansiosos para garantir o mercado chinês e buscavam estabelecer acordos diplomáticos com os chineses, porém os chineses se recusavam, pois estavam sendo prejudicados em suas finanças e no vício de sua população. Entretanto, os ingleses não desistiram.

Entre 1839 e 1842, os chineses e os britânicos entraram em guerra devido ao comércio do ópio. Os ingleses se tornaram vencedores e a China foi obrigada a ceder Hong Kong e a abrir cinco portos livres, onde estrangeiros poderiam praticar o comércio sem serem submetidos às restrições chinesas.

A tensão aumentou e um incidente envolvendo marinheiros britânicos deflagrou a Guerra do Ópio. Foi um confronto desigual. Os chineses estavam despreparados para lutar e nem queriam isso. Só desejavam o fim do tráfico, que consideravam imoral. Os ingleses tomaram várias cidades costeiras. Quando ameaçaram subir o rio Yangtze até Nanquim, os chineses pediram paz. (CHINA, 1987, p.99-100)

A derrota na Guerra do Ópio abalou o poder imperial dos Qing e uma série de conflitos internos se tornou constante. O exército não estava preparado para conter as rebeliões, em consequência disso, milhares de pessoas morreram nos conflitos e também de fome.

Os chineses, no final do século XIX, já estavam praticamente dominados pelas potências europeias, que nesta época estavam muito mais avançadas que a China, baseadas em políticas expansionistas, e detentoras de superioridade tecnológica, maior riqueza e capacidade de organização.

Segundo Arrighi (2008, pg. 347), a China praticamente deixou de ser o centro de um sistema interestatal asiático-oriental centrado em si mesmo, pelo contrário, ela se tornou um membro subordinado e cada vez mais periférico do sistema capitalista global.

No entanto, essa situação favoreceu o nacionalismo, e nos primeiros anos do século XX, foi fundado o primeiro partido político chinês, conhecido como o Kuomintang (Partido Nacional do Povo), com o intuito de expulsar os estrangeiros e estabelecer uma República. Esse partido chegou a derrubar a dinastia Qing e declarou seu líder como presidente, porém em menos de um ano foi deposto e substituído por um militar.

Nessa época ninguém e nenhum grupo conseguiam controlar o país, na maior parte do tempo parcelas do território eram dirigidas por senhores de guerra locais, interessados apenas na coleta de impostos. Foi assim que o marxismo ganhou força entre o povo intelectual chines. Em 1921 foi fundado o Partido Comunista Chinês (PCC), que se juntou com o Kuomintang, para lutar contra os senhores de guerra.

A dinastia Qing para todos seus efeitos terminara em 1912, dando lugar a primeira república chinesa. O novo governo foi fundado

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