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A Importância Da Contabilidade Gerencial

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Por:   •  14/6/2014  •  3.452 Palavras (14 Páginas)  •  1.503 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

As micro e pequenas empresas (MPEs) vêm sendo alvo de diversas pesquisas e estudos. Geradoras de emprego e renda, essas empresas têm ganhado notoriedade e significativa relevância, à medida que influencia a economia e contribui para o aumento do produto interno bruto – PIB.

De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio ás Micro e Pequenas empresas – SEBRAE (2012), no Brasil existem 6,3 milhões de empresas. Desse total, 99% são micro e pequenas empresas (MPEs). Apesar das MPEs representarem uma parcela significativa na economia nacional, e por serem consideradas um fator estratégico importante para o governo brasileiro, paraa maioria delas, o encerramento de suas atividades se dão nos primeiros anos de vida. Observados os fatores que contribuem para a morte prematura dessas empresa como falta de capital, altos impostos, burocracia entre outros. Entretanto, a principal razão para a falência se dá na falta de gestão profissional. A administração dessas empresas, geralmente é feita pelos seus proprietários ou por parentes, que muitas vezes não têm conhecimento aprofundado, geralmente as decisões são tomadas com base no sentimento.

Diante disso, a pesquisa pretende resolver a seguinte problemática: Quais os benefícios que as micro e pequenas empresas do ramo de panificação de Mossoró/RN obtém quando adotam a Contabilidade Gerencial como fator primordial na tomada de decisão? Acredita-se que a Contabilidade Gerencial é uma ferramenta de comando e o uso desta, quando aliada aos sistemas de informações, torna-se capaz de elaborar planejamentos estratégicos, e evidenciar gastos desnecessários, contribuindo para o sucesso da empresa.

O objetivo geral deste estudo é, portanto, evidenciar os benefícios que as micros e pequenas empresas do ramo de panificação de Mossoró/RN obtém quando adotam a Contabilidade Gerencial como fator primordial na tomada de decisão. Dessa forma, demonstrar que é necessário que o pequeno empresário tome conhecimento da relevância da realização de uma contabilidade completa, que reflita a realidade da empresa.

Doravante, acredita-se que o processo da Contabilidade Gerencial, alerta e incentiva os micros e pequenos empresários a fazerem uso dessa ferramenta, atentando para os desafios de mercado e demonstrando aspectos que influenciam na tomada de decisão, como também na aplicação de métodos de planejamentos e por meio de seus relatórios verificar a real situação econômica de uma empresa.

Os objetivos específicos deste trabalho se dá ao discorrer sobre a Contabilidade gerencial no âmbito empresarial; averiguar como se deu o crescimento das micro e pequenas empresas no ramo de panificação em Mossoró/RN com a adoção da Contabilidade Gerencial; e por fim, Mostrar exemplos de controles gerenciais que poderão ser utilizados pela pequena empresa.

A metodologia aplicada para alcançar tal finalidade é a descritiva e qualitativa. Os dados primários serão coletados por meio de questionários aplicados aos proprietários de Panificadoras na cidade de Mossoró-RN. Já os dados secundários fundamentam-se no estudo bibliográfico de artigos, revistas, livros e pesquisas eletrônicas.

O presente trabalho encontra-se dividido em 6 partes, onde na introdução temos um breve resumo sobre o assunto a ser pesquisado; no referencial temos as diversas opiniões de autores trazendo fundamentação ao trabalho; na metodologia; no cronograma estar descrito o tempo utilizado na elaboração do trabalho; no orçamento o quanto de material foi gasto; e por fim as referências onde constam toda a bibliografia estudada para elaboração do projeto.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A CONTABILIDADE GERENCIAL

A Contabilidade gerencial tem como objetivo principal auxiliar os gestores nas tomadas de decisões.

Atkinson et al (2011, p 36) define o objetivo da Contabilidade gerencial como sendo o de: “[...] Identificar, mensurar, relatar e analisar as informações sobre os eventos econômicos da organização”. A partir da Contabilidade, o usuário toma ciência da real situação financeira da empresa, obtendo condições de controle orçamentário na entidade, evidenciando gastos desnecessários e tendo um maior controle sobre o seu patrimônio.

Em consonância, Anthony (1970) define contabilidade gerencial como o processo de assegurar que os recursos são obtidos e utilizados de forma eficaz e eficiente na realização dos propósitos da organização. A Contabilidade gerencial também atua na empresa de maneira preventiva, de forma que lhes assegure o bom funcionamento da entidade, evidenciando a melhor escolha a ser tomada, mediante relatórios contábeis.

Nesse aspecto, segundo Iudícibus (1994, p.26), “a contabilidade assume seu

papel principal, ou seja, o de apoiar o gestor em suas decisões, e dar maior segurança aos seus julgamentos”. O Contador gerencial é o responsável por trazer informações úteis tempestivas, sendo que o papel de tomador da decisão é de exclusividade do gerente.

Assim Crepaldi (2008, p. 2) cita que:

a contabilidade é instrumento gerencial que se utiliza de um sistema de informações para registrar as operações da organização, para elaborar e interpretar relatórios que mensurem os resultados e forneçam informações necessárias, para subsidiar o processo de tomadas de decisões e para o processo de gestão, planejamento, execução e controle.

Dessa forma, torna-se evidente os benefícios que a Contabilidade gerencial poderá proporcionar aos seus usuários, esta utilizada de maneira correta, sempre buscando a atualização e a prestação de informações claras, trará inúmeros benefícios á administração financeira da empresa.

2.1.1 A CONTABILIDADE GERENCIAL COMO FERRAMENTA PARA GESTÃO FINANCEIRA DAS MPEs

Não há como negar que o planejamento financeiro é indispensável em qualquer entidade. O gestor não pode abrir mão dessa importante ferramenta no dia a dia de sua empresa, além de que, tomar decisões das quais influenciará o futuro de seu negócio requer conhecimento e segurança.

Assim Atkinson et al(2011, p 37) afirma que:

[...] A informação contábil gerencial mede o desempenho econômico de unidades operacionais descentralizadas, como unidades de negócios, divisões e departamentos. Essas medidas de desempenho econômico vinculam a estratégia da organização a sua execução pelas unidades de negócios operacionais separadas. A informação contábil gerencial é também um dos principais meios pelos quais operadores/trabalhadores, gerentes intermediários e executivos recebem feedback de seu desempenho, habilitando-os a aprender pela experiência passada para melhorar o futuro.

A gestão financeira das MPEs, ainda não é tão levada em consideração , suas decisões muitas vezes são tomadas por meio do “achismo”, além de que a sua administração geralmente é feita por familiares. Sem o real conhecimento da relevância da Contabilidade gerencial, os empresários de pequeno porte acabam por colocar em risco os seus negócios.

Santiago (2006, p.24) complementa dizendo:

“conhecer a realidade, agir de acordo com esse conhecimento e interpretar o ambiente podem ser as ferramentas que determinarão o sucesso da empresa”. Conhecer a realidade significa acompanhar de perto os resultados, as decisões e utilizar as ferramentas necessárias para que as decisões sejam fundamentadas em informações confiáveis e seguras”.

Ainda de acordo com Atkinson et al(2011, p 37), “ Sistemas de contabilidade gerencial eficazes podem criar valor considerável pela informação a tempo e com precisão sobre as atividades exigidas para o sucesso das organizações de hoje”.

Segundo ALMEIDA (apud KASSAI, 1997), não é fundamental que o empresário de MPE’s tenha um conhecimento profundo de técnicas administrativas e contábeis para garantir uma boa gestão, dada a simplicidade de funcionamento de uma MPE. Importa é adaptar as teorias e práticas conhecidas, desenvolvidas e executadas nas grandes empresas à realidade, necessidade e capacidade das pequenas empresas.

2.1.2 A APLICABILIDADE DA CONTABILIDADE GERENCIAL

As empresas cada vez mais precisam de controles precisos e de informações seguras para pode adequar suas operações a novas situações. As informações contábeis devem ser analisadas e registradas tendo em vistas as muitas utilidades da mesma em diversos momentos da empresa.

Segundo Lopes e Martins (2005, p.95)

[...] podemos identificar duas atividades básicas que devem ser realizadas para que as corporações atinjam seus objetivos: coordenação e motivação. As várias atividades da firma precisam ser adequadamente coordenadas e os gestores e demais envolvidos precisam estar motivados para a realização de suas funções. Para a realização dessas funções, um elemento é primordial: informação. Para que as atividades sejam bem coordenadas, os gestores precisam receber informações sobre seu desenvolvimento. Para que esses mesmos gestores adequadamentemotivados, é necessário que sistemas [...] sejam implementados como base para a remuneração. Assim, as firmas precisam de sistemas capazes de fornecer informações com a finalidade de coordenação e motivação dos agentes econômicos envolvidos em suas atividades. Daí surge a contabilidade gerencial.

Atkinson et al(2011, p 36) cita:

[...] “Recentemente, a informação contábil gerencial expandiu-se para envolver a informação operacional ou física (não financeira), como qualidade e tempos de processos, bem como uma informação mais subjetiva, como mensuração da satisfação do cliente, capacidade do funcionário e desempenho de novos produtos”.

Ainda que a Contabilidade gerencial esteja diretamente associada à gestão financeira da empresa, ela também atua em diversos setores da entidade, podendo ainda necessitar dos outros segmentos da contabilidade como o setor de custos, a fim de uma melhor interpretação nos dados coletados.

Observa-se que durante anos a Contabilidade foi vista apenas como um sistema de informações tributárias; na atualidade, ela passa a ser vista também como um instrumento gerencial que se utiliza de um sistema de informações para registrar as operações da organização, para elaborar e interpretar relatórios que mensurem os resultados e forneçam informações necessárias para subsidiar o processo de tomadas de decisões e para o processo de gestão, planejamento, execução e controle. (CREPALDI, 2011, p. 03)

O empresário poderá beneficiar-se de informações contábeis, afim que de que sejam tomadas as melhores decisões para sua empresa, não a utilizando somente para obrigações fiscais e assessorias que a legislação impõe, mas como instrumento de gestão e auxilio à sua administração. Sabendo que a contabilidade detém a maior gama de informações sobre o patrimônio, ela poderá identificar o desempenho da empresa, em relação ao passado, e a sua concorrência, prestando o máximo de informações necessárias, tomando as decisões adequadas, alicerçadas por análises financeiras fornecidas por relatórios contábeis.

2.1.3 TEORIA DA RESTRIÇÕES

A Teoria das Restrições, também denominada de TOC (Theory of Constraints), possui uma forte relação com a Contabilidade gerencial, ela foi concebida para auxiliar as organizações a alcançarem seus objetivos continuamente, entendidas como atividades ou processos que limitam o desempenho do negócio - limita a capacidade de “ganhar dinheiro agora e no futuro.

Segundo Cox e Spencer (2002), na década de 70, quando o físico, Eliyahu Goldratt, se envolveu com os problemas de logística de produção, elaborou um método totalmente novo em relação à administração de produção. Ao perceber que os métodos tradicionais de administração não faziam sentido lógico, ele elaborou um totalmente novo sendo chamado de Teoria das Restrições.

Para Goldratt e Cox (2002) a teoria das restrições pode ser enquadrada dentro de uma visão sistêmica empresarial, desde que sejam reduzidas as metas de uma organização à questão de obtenção de resultados financeiros quando dizem que "a meta de uma empresa de manufatura é ganhar dinheiro". A meta de uma empresa "é a rentabilidade do capital do acionista"

Uma das principais contribuições da Teoria das Restrições é o seu processo de otimização continua. Esse processo contém 5 etapas descritas a seguir:

1. identificação as restrições do sistema;

2. definição de como explorar as restrições do sistema;

3. subordinação de todos os aspectos às decisões tomadas acima;

4. elevação das restrições do sistema; e

5. voltar para o elo agora mais fraco, sem deixar que a inércia se torne a

nova restrição.

A TOC encara a empresa como um conjunto de elementos. O desempenho do sistema depende dos esforços de todos os elementos do sistema. Reconhecer a importância do papel da restrição de qualquer sistema é de fundamental relevância. Tendo em vista que o objetivo principal da empresa é ganhar dinheiro hoje e no futuro, a TOC oferece princípios e ferramentas para ajudar a responder 3 perguntas: quanto dinheiro é gerado pela empresa? Quanto dinheiro é capturado pela empresa? E quanto dinheiro se deve gastar para operá-la?

Segundo Cogan (1999), as hipóteses que suportam a teoria das restrições são:

1. A meta é fazer dinheiro agora e no futuro.

2. Ganho é definido como a receita menos os custos variáveis de materiais e energia.

3. Existem pelo menos uma restrição em cada produto que limita a receita da empresa

4. Existem três tipos de restrições: recursos escassos gargalo, recursos não gargalo e recursos com restrição de capacidade.

5. A maioria das operações de fabricação tem pelo menos alguns recursos com restrição de capacidade, o que torna fácil controlá-los.

6. Existem eventos dependentes que resultam em interações entre recursos e produtos.

7. Dentro de todos os ambientes de fabricação ocorrem flutuações estatísticas e randômicas.

8. O sistema de tecnologia de produção otimizada é implicitamente estável – a qualquer tempo dada, os gargalos são identificados e o mix do pedido é estável com relação aos recursos dados.

Segundo Corbett (1997), os demonstrativos contábeis usando os princípios TOC são mais fáceis de entender do que os métodos convencionais, e os efeitos de

sua ação sobre os relatórios contábeis fizeram mais sentido com os demonstrativos

de custeamento variável.

2.1.4 BALANÇO SCORECARD

O Balanço Scorecard – BSC, também conhecido como Balanço de Indicadores é uma ferramenta estratégica que segundo os seus criadores Norton & Kaplan (1990) foi concebido, originalmente, como ferramenta de gestão de mensuração balanceada, apoiada em medida financeira e não-financeira, que traduzisse a missão e a estratégia de uma unidade de negócios em objetivos e medidas tangíveis.

Segundo Kaplan & Atkinson citado por Gimenes (2010, p. 8-9):

O Balanced Scorecard é um modelo de avaliação de desempenho organizacional que procura ir além das informações produzidas pelos indicadores financeiros tradicionais, uma vez que estes indicadores por si só, são incapazes de avaliar os impulsionadores de rentabilidade no longo prazo. O foco do BSC está nos objetivos da organização, na coordenação do processo individual de tomada de decisão e no estabelecimento de uma base sustentável para que ocorra o processo de aprendizagem organizacional.

O Balanço Scorecard foi apresentado inicialmente como um modelo de avaliação, porém após sua aplicação foi desenvolvida para uma metodologia de gestão estratégica. Esta ferramenta mede e avalia o desempenho das empresas , possibilita estabelecer metas e alinhar iniciativas estratégicas.

Segundo Kaplan & Norton (1997, p. 25) “O Balanço Scorecard deve ser utilizado como um sistema de comunicação, informação e aprendizado, não como um sistema de controle”.

Segundo Karsten (2010) uma empresa que não possui nenhum modelo de Gestão Estratégica, tal como o Balanced Scorecard, utiliza o Orçamento como ferramenta central para a gestão da organização. É através do Orçamento que as empresas irão planejar e definir os principais objetivos estratégicos: planos de receita, despesas, investimentos, entre outros. Acompanhando o desempenho realizado, confrontando o orçado com o realizado.

2.1 AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO CENÁRIO BRASILEIRO

No Brasil, o seguimento de micro e pequenas empresas (MPEs), representa uma expressiva participação na economia brasileira, estas empresas são de fundamental relevância para o crescimento de uma economia saudável, ao gerarem oportunidades de trabalho e incentivarem o desenvolvimento empresarial. No Brasil, as micro e pequenas empresas podem ser classificadas de acordo com o número de empregados e com o faturamento bruto anual. Considera-se microempresa aquela que aufira em cada ano calendário, receita bruta de R$ 60 mil a R$ 360 mil, e pequena empresa aquela que aufira receita bruta de R$ 360 mil a R$ 3,6 milhões (Lei nº 123/2006).

Para melhor compreender a definição de Micro e pequenas empresas, faz-se necessário referenciar o seu significado, que segundo BRASIL & FLEURIET (1979, p. 14) é:

“... definiríamos as PME como todas aquelas empresas que sofrem a influência das decisões tomadas pelo poder econômico da Nação, pouco podendo fazer para influir nelas. São muito mais objeto do que agentes, ou participantes dessas decisões”.

De acordo com indicadores de pequenos negócios do Sebrae no País, as micro e pequenas empresas (MPEs), representa 99% do total de empresas no País, 40% da massa salarial, 70% das novas vagas geradas por mês, 52% do saldo de empregos formais, 25% do Produto Interno Bruto (PIB) e 1% das exportações. A participação no PIB e nas exportações fez com que esses negócios se fortalecessem, recebendo apoio de entidades e diminuindo sua alta carga tributária.

De acordo com Longenecker, Moore e Petty (1998, p.43) ”As pequenas empresas prestam contribuições singulares a nossa economia. Fornecem uma parte desproporcional de novos empregos necessários para uma força de trabalho em crescimento”.

Assim, as pequenas empresas tornam-se capazes de alavancar o desenvolvimento empresarial e econômico, tornando-se ferramenta indispensável do governo, apontando o seu incentivo como a resolução de diversas problemáticas existentes no País, quer sejam de naturezas financeiras ou sociais.

Longenecker, Moore e Petty (1998, p.43) complementa dizendo que:

“As pequenas empresas prestam contribuições singulares a nossa economia. Fornecem uma parte desproporcional de novos empregos necessários para uma força de trabalho em crescimento”.

Para GOMES (2004). Um fator importante que é característico destes tipos de empresa é que a estratégia geralmente é formulada pelo seu dirigente principal, que é também o proprietário. Por isso, na maioria dos casos, estas são empresas familiares, onde trabalha membros de uma mesma família e que na maioria das vezes não tem acesso a técnicas modernas de administração e planejamento financeiro. O capital dessa empresa é constituído por um indivíduo ou por um pequeno grupo, e sua área de operações é geralmente local.

2.1.1 Dificuldades e desafios enfrentados pelas MPEs

Diante de toda a relevância evidenciada no presente trabalho sobre as MPEs, faz-se necessário também relatar as dificuldades e desafios enfrentados diariamente por estas empresas para continuarem competitivas no mercado. As dificuldades que as pequenas empresas enfrentam para a obtenção de crédito, acabam por muitas vezes obrigando-as a se utilizarem de máquinas obsoletas, diminuindo o acesso a informações tecnológicas e, portanto estando menos propensas à inovações.

Outro fator de destaque é a excessiva carga tributária, os inúmeros impostos e obrigações assessorias que as empresas estão obrigadas a fornecer por toda sua existência.

“Na realidade, os obstáculos ou dificuldades encontrados pelas micro e pequenas empresas são função do padrão de comportamento dos empresários em relação à competitividade que, por sua vez, resulta da educação que tiveram e do ambiente em que vivem”. ARRUDA (2002, p. 69)

Segundo KASSAI (2001), as dificuldades que as MPES encontram para “levantar” dinheiro junto às instituições financeiras giram em torno das elevadas taxas de juros praticadas na economia brasileira e da inexistência de uma contabilidade devidamente estruturada para as informações necessárias para facilitar o processo de captação de recursos financeiros.

De acordo com RAZA (2008) sem um planejamento financeiro e assessoria necessária torna-se impossível o sucesso do negócio, o que na maioria dos casos leva a falência por falta de uma gestão eficaz.

Segundo ALMEIDA (apud KASSAI, 1997), não é fundamental que o empresário de MPE’s tenha um conhecimento profundo de técnicas administrativas e contábeis para garantir uma boa gestão, dada a simplicidade de funcionamento de uma MPE. Importa é adaptar as teorias e práticas conhecidas, desenvolvidas e executadas nas grandes empresas à realidade, necessidade e capacidade das pequenas empresas.

2.1.2 TAXA DE MORTALIDADE DAS MPEs

Muitos são os erros cometidos pelos proprietários de pequenas empresas, a principal delas se dar na má administração dos negócios, ao relacionar a Contabilidade apenas como sendo uma ferramenta meramente fiscal.

Segue abaixo alguns erros cometidos por novos empreendedores que podem ocasionar o fechamento das pequenas empresas criadas:

• 1 Pouca ou nenhuma reserva financeira

• 2 Falta de experiência na hora de selecionar fornecedores

• 3 Falta de experiência no ramo

• 4 Sócios sem preparo para gestão e liderança

• 5 Pouca firmeza nas decisões

Segundo MARION (2005) Outro fator importante que contribui para a mortalidade das pequenas empresas é que os proprietários em sua maioria não utilizam a contabilidade como ferramenta de administração do negócio. Esse fato está ligado muitas vezes a escassez de recursos financeiros para contratar assessoria específica e é um dos fatores que contribui para isso (MARION, 2005).

Para BARROS (1978), quando as forças que restringem o desenvolvimento da empresa são causadas por fatores internos, essas estão sob seu controle e, portanto, são passíveis de mudanças. Estas forças expressam-se como um conjunto de práticas e costumes que, em muitas das vezes, são passados de pais para filhos e influenciam o crescimento da empresa

Para RAZA (2008) o planejamento é uma das tarefas mais importantes das empresas, e é com base no planejamento que se realiza uma gestão competente, eficiente e eficaz, especialmente com relação às atividades financeiras, que na maioria das vezes exige uma parcela significativa de riscos.

“o empreendedor deve tornar a sua contabilidade uma fonte de informações para que possa tomar decisões seguras e coerentes com seu negócio”. Ao utilizar a contabilidade como ferramenta tendo o contador como aliado na gestão da empresa, as possibilidades de continuidade do negocio serão aumentadas e as decisões serão tomadas sob uma nova perspectiva, com muito mais segurança e possibilidades de sucesso. Raza (2008, p.17)

As micro e pequenas empresas necessitam de um sistema de gestão eficaz, capaz de suprir todas as deficiências no seu processo financeiro, como também de uma contabilidade completa, capaz de explorar todas as possibilidades e trazer mais segurança nas tomadas de decisões.

“A falta de informações é o grande vilão nas pequenas empresas”. Muitos empreendedores possuem o capital e resolvem montar um negócio desconhecendo todos os outros fatores necessários ao sucesso do empreendimento, tais como, o controle do capital de giro, relação entre despesas e receitas, os custos inerentes à continuidade do negócio, dentre outros. Raza (2008, p.16)

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