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AS CONCEPÇÕES DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA SOBRE AS FORMAS DE CONSIDERAR OS ERROS NAS AVALIAÇÕES DOS ALUNOS DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA PLENA EM QUÍMICA

Artigo: AS CONCEPÇÕES DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA SOBRE AS FORMAS DE CONSIDERAR OS ERROS NAS AVALIAÇÕES DOS ALUNOS DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA PLENA EM QUÍMICA. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  4/3/2015  •  2.808 Palavras (12 Páginas)  •  671 Visualizações

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Justificativa:

Na prática docente há mais de dez anos em instituição de Ensino Superior, trabalhando na formação de professores na Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul – FAMASUL, no Município dos Palmares, Estado de Pernambuco, em geral, com alunos do Curso de Licenciatura Plena em Matemática e Química, vimos acumulando uma série de preocupações no que tange a vários aspectos do ensino de matemática no 3º grau, especialmente com aqueles relacionados à avaliação do desempenho dos alunos e aos erros por eles cometidos.

O interesse pelos erros levou-nos, inicialmente, à preocupação com os tipos de erros e com a possibilidade de classificá-los para discutir possíveis causas. Sob essa perspectiva, trabalhamos durante o Curso de Mestrado em Educação, realizando uma pesquisa sobre o processo de ensino e aprendizagem no Curso de Matemática, procurando investigar com alunos e professores as dificuldades encontradas em construir o conhecimento em sala de aula. Contudo, nessa pesquisa, também foram surgindo alguns depoimentos que demonstraram ser o problema dos erros dos alunos um ponto que precisava ser explorado com mais profundidade, um ponto que envolvia as concepções sobre Matemática e sobre o seu ensino e aprendizagem, assumidas pelos professores, mas nem sempre explicitadas.

O presente projeto de pesquisa apresentado é, pois, uma contribuição para o estudo de um dos maiores problemas do ensino de Matemática – a avaliação de aprendizagem – enfocado sob o ângulo das concepções filosóficas que norteiam o trabalho dos professores de ensino superior ao considerarem os erros dos alunos.

Quanto à questão da avaliação, segundo (COLL, 2003, p.213), realizadas por nossos alunos, também estamos avaliando queiramos ou não, o ensino que ministramos. Em sentido estrito, a avaliação nunca é apenas do ensino ou da aprendizagem, mas também dos processos de ensino e aprendizagem.

Finalmente, esperamos que este estudo possa oferecer uma contribuição significativa para a melhoria dos Cursos de Licenciatura Plena em Matemática e Química, trazendo acima de tudo um ensino com criticidade, otimismo, esperança, a esperança de que a mudança é possível dentro de uma realidade complicada da Educação Nacional. Como disse Freire (1996, p.72): “A esperança e o otimismo na possibilidade da mudança são um passo gigante na construção e formação científica do professor ou da professora que deve coincidir com sua retidão ética”.

No decorrer dos anos, muitos pesquisadores têm se dedicado a investigar as relações entre concepções e práticas dos professores. Não obstante, como já assinalamos anteriormente, os resultados das pesquisas nem sempre coincidem: enquanto alguns investigadores apontam a influência direta das concepções sobre as práticas, outros consideram a existência de vários fatores que relativizam a importância das concepções. No entanto, todos são unânimes em afirmar que o tema é importante e que muitas outras investigações deveriam ser feitas para tentar esclarecer todos os aspectos dessas relações.

Baseado na teoria de Vasconcelos (2003), ser professor, na acepção mais genuína, é ser capaz de fazer o outro aprender, se desenvolver criticamente. Como a aprendizagem é um processo ativo, não vai se dar, portanto, se não houver articulação da proposta de trabalho com a existência do aluno; mas também do professor, pois se não estiver acreditando, se não estiver vendo sentido naquilo, como poderá no aluno o desejo de conhecer?

O ensino de matemática, em consonância com essa visão, deve proporcionar ao aluno o envolvimento com os problemas da sua realidade sociocultural e a possibilidade de construir suas próprias soluções. Os erros cometidos pelos alunos fazem parte do próprio processo de elaboração do conhecimento e devem ser fonte de exploração de novas ideias e novos conteúdos matemáticos.

Vislumbramos como excelente oportunidade para desenvolver o presente Projeto integrar-nos na linha de pesquisa Processos de Ensino - Aprendizagem, oferecida por este Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências da UFSM, cuja abordagem e conteúdo em muito, tenho certeza, contribuirá para a formação de professores comprometidos com a Educação Nacional, sobretudo no estudo avaliativo das concepções destes educadores, no que tange aos erros dos alunos, não como forma de tropeço, e sim como um processo permanente de construção e reconstrução do conhecimento.

Referencial teórico: problematização e objeto de estudo

Ao tecermos as considerações preliminares neste projeto de pesquisa, queremos estabelecer, antes de tudo, as interfaces existentes entre a área de conhecimento na qual pretendemos trabalhar e aquela abrangida pelo Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências da UFSM, no qual é oferecido o Curso de Doutorado. Este trabalho constituirá, fundamentalmente, numa pesquisa em Educação Matemática e, para esclarecermos essa afirmativa, é necessário, primeiramente, discutir o que entendemos por Educação Matemática. "A Educação Matemática é um tópico totalmente diferente, em natureza, da Matemática. Embora não haja deficiência de teorias na primeira, há uma notável falta de teoremas, pois, efetivamente, não há um sistema axiomático aceito que, mesmo de forma incipiente, modele e seja modelado pelo processo educacional" (HOWSON, 1973, p.4).

Para tanto, ao abordarmos a Educação Matemática, devemos nos ater a duas questões fundamentais para facilitar o processo de ensino e aprendizagem: as competências e habilidades e a didática da Matemática.

Segundo Perrenoud (2000), a noção de competência designa a capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situação.

Competência seria a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos, tais como saberes, informações, habilidades, inteligências, para solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações (ANTUNES, 2002, p. 91).

Entendemos também que para desenvolver competências, é aconselhável, segundo Pozo (2002), trabalhar por resoluções de problemas e por projetos, propondo tarefas complexas e desafios que incitem os alunos a mobilizar conhecimentos, habilidades e valores.

“A Didática da Matemática está se desenvolvendo como uma típica disciplina de 'fronteira'. Qualquer disciplina independente é caracterizada pela especificidade de seus problemas, de sua linguagem e de seus métodos de pesquisa. Na primeira fase de seu desenvolvimento, o assunto fronteiriço tem uma condição um pouco indefinida. Em particular, seus métodos de pesquisa podem ser completamente não-homogêneos.

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