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Atps tratamento informação indicadores sociais

Por:   •  4/11/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.542 Palavras (7 Páginas)  •  352 Visualizações

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3.1. Indicador Social estudado: Breve apresentação.

 Mortalidade Infantil

A Mortalidade Infantil (MI) representa um evento lamentável, durante vários anos muitas crianças com idade inferior a 1 ano perderam a sua vida por negligências humanas, pois a mortalidade infantil não era considerada como um problema social e político, mas considerada apenas como fatalidade ou caso inevitável. Aos poucos, essa antiga visão foi sendo superada. Hoje, há um consenso de que essas mortes, em sua maioria, poderiam e podem ser evitadas pelo acesso a ações de prevenção e promoção da saúde e a serviços de qualidade.

Observando as ações realizadas nas últimas décadas vemos que o declínio nos níveis de mortalidade infantil entre 1980 e 2010 foi expressivo. Em 1980, tínhamos 69,1 óbitos de crianças menores de 1 ano para cada 1 000 nascidos vivos; chegando a 16,8 óbitos 30 anos depois. Ou seja, reduziu-se em 75,8%, ao declinar de 69,1‰ para 16,8‰. Neste período, deixaram de morrer 52 crianças menores de um ano de vida para 1 000 nascidos vivos.

         Segundo dados do Censo 2010 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a mortalidade infantil no Brasil só na última década diminuiu de uma forma significativa. O índice de mortalidade infantil teve uma redução de 29,7% para 15,6% para cada mil crianças nascidas vivas, o que representa um decréscimo de 47,6% na taxa brasileira de mortalidade infantil. Entre as regiões, a maior queda foi no Nordeste (58,6%) - de 44,7 para 18,5 óbitos -, apesar de ainda ser a região com o maior indicador, como por exemplo, o estado de Alagoas com 30,2 mortes para cada 1000 crianças nascidas vivas (veremos as descrições dessa situação mais embaixo). E o Sul manteve os menores indicadores em 2000 (18,9‰) e 2010 (12,6‰), mas é uma  região que já tinha níveis relativamente baixos de mortalidade infantil, exemplo: Santa Catarina com 9,2.

Segundo o IBGE, os principais fatores que contribuíram para tamanha queda na mortalidade infantil foram às políticas públicas, especialmente no campo da medicina preventiva, de saneamento básico, na ampliação dos programas de saúde, campanhas de vacinação, o aumento do salário mínimo e ampliação de programas de transferência de renda, aumento da escolaridade feminina (pois a mãe com um nível de escolaridade maior reconhece os sintomas de algumas doenças, para assim tomar as providências necessárias), diminuição da desnutrição infanto-juvenil, além de um maior acesso da população a serviços básicos de saúde, como atendimento pré-natal, incentivo ao aleitamento materno, o acompanhamento da criança durante os primeiros anos de vida. Mais recentemente, diversas ações (advindas não somente das esferas governamentais, mas também de entidades privadas e organizações sociais) foram conduzidas com o propósito de reduzir a mortalidade infantil no Brasil.

Apesar dos altos declínios, o Brasil ainda precisa reduzir ainda mais a taxa para se aproximar dos níveis de mortalidade infantil das regiões mais desenvolvidas do mundo, que fica em torno de 5 óbitos de crianças menores de 1 ano de idade para cada 1.000 nascidos vivos.

Veremos agora algumas informações dos motivos que leva o estado de Alagoas da região Nordeste a ser o estado com o maior índice de mortalidade infantil 30,2 mortes para cada 1000 crianças nascidas vivas em 2010.

3.2. Indicador Social estudado: Informações.

Mortalidade Infantil em Alagoas.

O estado de Alagoas iniciou o ano 2000 com o nível de mortalidade infantil mais alta do Brasil: 58,4 óbitos para cada mil nascidos vivos em 2000. Esse número segundo Indicadores de Dados Básicos para a Saúde (IDB), era mais que o dobro da média nacional, de 27,4, publicados pelo Ministério da Saúde e pela Rede Interagencial de Informações para a Saúde (Ripsa). Alguns municípios desse estado apresentavam níveis bem mais elevados, Mata Grande, cidade situada a 266 quilômetros de Maceió, por exemplo, registrou 118 mortes para cada mil crianças nascidas vivas em 2000, o maior índice dos municípios alagoanos. O caso era tão grave que foi considerado calamidade pública pelas autoridades estaduais e pelo UNICEF.

        As elevadas taxas de mortalidade infantil se devem a uma série de fatores, tanto biológicos quanto socioeconômicos e assistenciais. Destacam-se: acesso insuficiente ao pré-natal, à falta de assistência e de orientação às grávidas, ausência de acompanhamento médico, a deficiência na assistência hospitalar aos recém-nascidos, a ausência de saneamento básico, pois a falta dele provoca a contaminação da água e dos alimentos, podendo desencadear doenças como a hepatite A, malária, febre amarela, cólera, diarreia, etc., e desnutrição. Também existem hospitais sobrecarregados, uma vez que o atendimento nos bairros mais pobres e no interior do estado contribuía para a população irem para o Hospital Santa Mônica em Maceió, e o resultado disso era superlotação das enfermarias, das unidades de tratamento intensivo neonatal e materna e até dos corredores.

        Diante dessa situação de calamidades o governador, então, pediu ajuda ao UNICEF e a outras organizações da sociedade civil, como o Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal), universidades, a Pastoral da Criança e diversas ONGs da área social para combater a morte de crianças no primeiro ano de vida.

Com o trabalho incansável desses órgãos em busca de uma melhor qualidade de vida e uma redução da mortalidade infantil, Alagoas durante a última década obteve uma melhoria muito significativa para esse indicador social. Segundo o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), da Sesau, em 2010 a taxa caiu para 17,5 por mil nascidos vivos, uma redução de 43,2% em comparação a 2000, uma queda de quase pela metade. Outra melhoria é revelada pelo o relatório Saúde Alagoas, em que o número de gestantes que não tinham acesso a nenhuma consulta antes do parto caiu de 19,9%, em 2000, para 2,9%, em 2010, pois o estado ampliou a cobertura de Atenção Básica às gestantes e aos recém-nascidos na capital e no interior. Essa porcentagem ainda é grande visto que a média brasileira é de 1,84%, segundo os Indicadores de Dados Básicos para a Saúde (IDB). Mas comparada ao ano de 2000 foi uma queda enorme nos números.

A situação vai sendo reparada, mas em compasso lento. Enquanto as taxas iam sendo diminuídas, algumas situações estavam em ritmos quase parados e que precisavam de uma intervenção urgente, pois de acordo com a publicação, A Vitória da Vida: Redução da Mortalidade Infantil em Alagoas, do UNICEF, em 2004, a cidade de Campo Alegre tinha uma estimativa de 983 gestantes, das quais apenas 316 estavam cadastradas no sistema pré-natal. O município de Delmiro Gouveia tinha 1.005 mulheres gestantes no mesmo ano, nenhuma delas cadastrada no sistema pré-natal. Uma vez que para que houvesse a diminuição dos números de mortes era necessária uma atenção à gestante e ao recém-nascido.

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