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BREVE ANÁLISE DO CURSO DE SERVIÇO SOCIAL A PARTIR DAS CATEGORIAS GRAMSCIANA.

Por:   •  13/8/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.308 Palavras (10 Páginas)  •  258 Visualizações

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Desenvolvimento:

Com o desenvolvimento do capitalismo, no período em que a pauperização da força de trabalho se eclodia, e a entrada da chamada “questão social” (momento em que a população clama por respostas a respeito de suas condições de vida) inicia-se uma fase de assistencialismo, na qual o Estado se coloca como um mentor da relação assistencial (versus) capital. Em vista disso, surge em 1936 a primeira Escola de Serviço Social no Brasil fundado na doutrina social da Igreja Católica.

Diante da perspectiva da busca por contribuir aos aspectos do curso de serviço social, no qual teve sua trajetória marcada por mudanças em sua abordagem, sua doutrina, e seu alcance, alguns influenciadores através de seus pensamentos e colocações ganharam espaço na esfera da analise do curso de serviço social no Brasil. No qual contribuíram para as modificações em que vem sofrendo ate os dias de hoje.                

O serviço social quando notado como profissão teve seus fundamentos marcados por contradições, vinculações e desmembramentos e as bases do conservadorismo. O reflexo que envolve o serviço social desde os anos 30 articulou-se a alguns segmentos, no inicio da profissão os assistentes sociais eram vinculados  ao tradicionalismo da igreja católica, e com o tempo foi sendo reconhecido como profissão liberal, o seguimento do método de BH foi de grande ressalva na década de 60, estendendo-se  aos acontecimentos do AI-5,os movimentos, as greves, todo aparato conjuntural político-metodológico.        

Os acontecimentos na sociedade brasileira influenciaram o serviço social e a atuação dos assistentes sociais, tanto na busca de referenciais teóricos e práticos como no âmbito político-metodológico. E nesse contexto influencias eram marcadas nessa era, no qual apontou-se para a renovação na esfera acadêmica e nos pensamentos relacionados ao marxismo, em destaque os pensamentos de Gramsci.        

Na busca de um aparato a um suporte a prática político-partidária em referencia a uma realidade na sua totalidade dentro do marxismo, as idéias de Gramsci tornaram-se referencia ao serviço social, de modo que abriu a novas ideias e partindo do pressuposto de ser um referencial, influenciaram todo aspecto filosófico e contextual do serviço social até os dias de hoje, visto em diversas obras publicadas.

Gramsci analisava na realidade a sua totalidade na contraposição de uma única razão. Em vista disso, destacamos que a inserção dos indivíduos ocorre de forma crescente através de várias vertentes segmentadas. Vendo na totalidade uma ligação antagônica, no qual envolve as relações através de contextos isolados aos populares, singular a universal, permitindo desvendar a realidade e suas contradições constitutivas.        

A visão de Gramsci, sempre evoluindo com o passar do tempo, e sendo amadurecida através dos acontecimentos sociais, envolve toda uma construção de projetos civilizatórios, em que se vê capaz de vencer as barreiras da modernidade, construindo assim uma democracia, nivelada de baixo para cima, na perspectiva política, econômica e social. Gramsci sempre preocupado com as relações sociais, os privilégios, as injustiças, todo um aparato crítico a uma sociedade regida pelo tradicionalismo e diferenças sociais.

Sob o ponto de vista de um aspecto pragmático, no contexto social, econômico, luta de classes, relação capitalista, classe operaria, em um processo de estagnação da massa trabalhadora a uma incisão capitalista e a usurpação dos direitos sociais da classe trabalhadora, em destaque após a primeira guerra mundial, Gramsci se coloca como um visionário das relações trabalho/estado/ classe trabalhadora, de forma que neste cenário é evidenciada a luta de classe, e a necessidade de uma reestruturação da camada social mais baixa, sendo necessário um novo projeto cultural no qual proporcione um desenvolvimento de classe e do domínio ideológico, partindo do ponto de vista da totalidade, a novas determinações de uma realidade contemporânea.        

Na argumentação de Gramsci, é recuperada a conjuntura da cultura, como constitutiva do ser social na esfera coletiva, não o individuo como singular. Ele se preocupa com o desenvolvimento da cultura política, destacando que a cultura é atrelada a crítica, a um posicionamento, a liberdade e não apenas a busca do conhecimento das coisas, é uma mudança na realidade, uma transformação.        

Na ótica de Gramsci, “sair da passividade significa deixar de aceitar a subordinação que a ordem capitalista impõe a amplos estratos da população, é deixar de ser massa de manobra da classe dominante”.        

Ainda sob a perspectiva do olhar crítico de Gramsci, “insiste na necessidade de que as classes sociais abandonem o seu modo de pensar corporativo, produto das relações sociais e do modo de ser próprio da sociedade burguesa, que obstaculiza a formação de um projeto coletivo”.  Nesse segmento exposto, observa-se a luta de classe, superação de interesses particularistas e individuais, dando um espaço a congregar várias frações de classe.

Segundo Gramsci (1975:136) “sair da passividade é deixar de aceitar a subordinação que a ordem capitalista impõe a amplos estratos da população, é deixar de ser “massa de manobra” dos interesses das classes dominantes. É ser, acima de tudo, intransigente, pois a intransigência “é a única prova que uma determinada coletividade existe como organismo social vivo, que possui um fim, uma vontade única, uma maturidade de pensamento. “Porque a intransigência requer que cada parte singular seja coerente com o todo, que cada momento da vida social seja pensada e examinada em relação à coletividade.”

A relação destacada por Gramsci é de que as pessoas deixem de pensar no ser individual e pensem na coletividade como um todo, em que as relações sociais se tão em todo um conjunto, envolvendo todos os seguimentos e massas, e não apenas o ser singular. Não há desenvolvimento em uma sociedade que se omite ao coletivo, na qual não há construção de hegemonia. Havendo a hegemonia há as alianças de correlação de classe, sai do interesse particular ao corporativismo, há abertura de espaços as classes, protagonizando a união em torno das reivindicações de estratos sociais, na melhoria e abertura desse modo universal, de uma estrutura para a superestrutura na camada de cultura- política- econômica.

As forcas, ou melhor, o cenário social envolve uma perspectiva culturalística em que todas as camadas da sociedade fazem parte, dentro do processo ou não, sendo particularizados ou coletivos, em que a cultura aparece nesse contexto como inseparável da política, sendo o caminho ao qual propiciará a consciência criadora de história, da instituição fundadora de novos estados.

A economia é ligada ao aspecto político – social, tendo seu contexto imerso a uma sociedade estagnada ao processo tradicionalista e individual, em que Gramsci posiciona-se na vertente de que “o avanço da democratização política é, ao mesmo tempo, condição e resultado de um processo de transformação também nas esferas econômica e social”. É visto nesse segmento que o estado dominador da ordem econômica se coloca como uma supremacia as classes subalternas, tornado assim a burguesia em um exercito detentor do conservadorismo e excluindo a possibilidade de formação revolucionária.

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