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Cidadania no Brasil – O Longo Caminho

Por:   •  22/2/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.903 Palavras (8 Páginas)  •  896 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO[pic 1]

INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS

SERVIÇO SOCIAL - DISCIPLINA: História do Brasil IV

PROFESSOR (A): Matheus Pereira

ALUNO: Rafael Gilberto Guido – 15.2.3290.

                              Cidadania no Brasil – O longo Caminho

        No livro Cidadania no Brasil, José Murilo expõe o avanço da cidadania no Brasil, enquanto fenômeno histórico. Ele faz alusões aos direitos que os cidadãos brasileiros tinham ou alcançariam de alguma forma, tais como, direitos civis, direitos políticos, e direitos sociais. Cada um desses direitos tomaria formas e cursos, com o avanço do tempo, em medida que o Brasil passasse de Colônia para Republica até os dias atuais.

Desde a sua colonização, os direitos civis no Brasil tiveram uma história conturbada. As violações dos direitos civis, políticos e sociais desde aquela época eram bem frequentes, onde começou-se com a tentativa de fazer com que os índios trabalhassem para os colonizadores até sua falha, pelos índios serem incompatíveis com o trabalho. A partir daí a nova colônia começa a receber mão de obra de escravos que provinham de vários lugares da África. O comercio de negros eram tão constantes, que não se sabe ao certo quantos escravos desembarcaram nas costas brasileiras.

A escravidão de 1800 em diante, passaria então por várias mudanças até sua abolição em 1888, por pressão política da Inglaterra, os direitos civis então começam a surtir efeito sobre os negros escravos que vieram para o Brasil, mas ter a liberdade não lhes dava a garantia de que os outros direitos seriam empregados. Com o fim da escravidão, vários negros ficaram sem ter o que fazer, muitas das vezes trabalhavam nas ruas, voltavam para a casa de onde saíram ou iam a quilombos, onde muitos deles também trabalhavam.

 No ano seguinte o Brasil até então colônia se tornaria um país independente, com presidente, senadores e votos diretos. Os direitos políticos até então muito restritos, começariam a dar espaços para a população através do voto e o direito de escolha no representante.

Com o novo sistema do país, várias questões começaram a surgir dentre elas quem comandaria o novo país, foi então que surgiu o eixo político entre Minas Gerais e São Paulo. As eleições que passaram a ter voto popular eram basicamente comandadas pela elite desses estados, onde surgiu o “Coronelismo”, expressão usada para os chefes “os mais ricos” de cada região. A partir do coronelismo surge também uma nova violação dos direitos civis e políticos, através de capangas que ameaçavam as pessoas, os Coronéis decidiam em quem eles queriam que a população votasse. Existia também, outras formas dos Coronéis elegerem um candidato, como “capangas” que se faziam passar por outras pessoas para votar no lugar delas e capangas que conseguiam votar mais de uma vez no mesmo candidato.

Nesse cenário de fraudes, só uma coisa poderia acabar com a roubalheira que estava sendo construída, a própria população, mas por ser um país recém-formado e o voto não ser obrigatório as pessoas deixavam a política um pouco de lado, ou não estavam nem aí para o que estava acontecendo.  O direito a esse ou àquele direito, digamos à liberdade de pensamento e ao voto, não garantiu o direito a outros direitos, ou seja, o povo tinha o poder do voto, mais não tinha garantia de segurança e emprego.

Com a nova situação do país, industrias começaram a serem criadas, imigrantes de toda Europa começaram a chegar nos polos industriais, um novo sistema começou a ser imposto, os trabalhadores começaram a receber um salário através do trabalho. O novo sistema trouxe consigo também uma instabilidade, o custo de vida passa a ficar alto demais, aparecendo a questão social, nesse momento somente o trabalho do homem na casa já não era mais suficiente para sustentar a família. Foi aí que mulheres e crianças começaram a trabalhar nas industrias, abaixando ainda mais o custo da mão de obra.

Não satisfeitos com as situações trabalhistas que estavam acontecendo, vários trabalhadores começaram a se reunir e formar sindicatos, a Igreja que havia perdido sua hegemonia para o país recém-formado, começa a criar entidades de caridade como estratégia de trazer a população para o seu lado novamente.

Com o caos que havia se instalado, surgem vários movimentos e uma nova onda de violação aos direitos civis, com greves acontecendo a todo instante o governo coloca a polícia na rua para tentar intimidar quem estivesse causando problemas. Essas revoltas eram provenientes dos europeus que chegaram ao país, trouxeram consigo da Europa, as ideias das revoluções que ocorreram por lá. Como forma de repúdio o governo declara que qualquer “estrangeiro” que fosse preso fazendo “anarquia” seria preso e deportado de volta para o país de origem. José Murilo diz em seu livro (2002, p.59):

“[...]os operários tinham que enfrentar a repressão comandada por patrões e pelo governo. O governo federal aprovou leis de expulsão de estrangeiros acusados de anarquismo, e a ação da polícia raramente se mostrava neutra nos conflitos entre patrões e operários. ”

Somente a partir de revoltas como, Revolta dos Cabanos, Balaiada, Cabanagem, Sabinada, Farroupilha, Revolta dos Malês etc. É que foram consideras que a população brasileira começou a apresentar algum conhecimento sobre os seus direitos e deveres.

Segundo José Murilo de Carvalho, a população brasileira não teve muita participação nas decisões importantes que ocorreram no Brasil desde sua colonização, para ele todas as mudanças que ocorreram no Brasil ocorreram com o tempo, sem muita participação ativa dos brasileiros. Ele destaca que a participação na política no Brasil, inclusive nos grandes acontecimentos, era limitada a pequenos grupos da elite brasileira, sem a presença das massas. Desde os mais remotos tempos coloniais até 1930, não havia povo organizado politicamente nem sentimento nacional consolidado. A grande maioria do povo tinha com o governo uma relação ou de distância ou de incompatibilidade.

O que pode se dizer, é que, o maior avanço que ocorreu no Brasil desde sua Colônia tenha tinha sido a abolição da escravidão, por que na grande maioria quando acontecia algum avanço, acontecia juntamente um retrocesso que talvez fosse maior do que o próprio a avanço, mantendo assim um desequilíbrio entre os direitos adquiridos e perdidos, onde mais se perdeu do que se ganhou.

 

                                                   História Concisa do Brasil

Boris Fausto, destaca as várias revoltas que ocorreram desde a colonização até a república, ele descreve em seu livro “História Concisa do Brasil”, ele descreve como as revoltas se deram, desde os primeiros passos até o início, gerando assim uma dúvida, se o povo realmente havia ou não participado nas decisões ocorridas no Brasil naquele período.

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