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Ciencia E Sociedade

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Por:   •  14/12/2013  •  3.021 Palavras (13 Páginas)  •  663 Visualizações

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Ciência e sociedade

O debate sobe o papel da ciência

Introdução

Uma análise epistemológica realizada nos leva a compreender que a ciência não é de fato algo que podemos dizer como “verdadeira”, pois é uma atividade cientifica que contém falhas.

Visto que a ciência parte do homem e o homem por sua vez é um ser complexo, ou seja, temos impulsos, mudamos conforme o meio em que vivemos, temos diferentes desejos e agimos com nossa própria consciência e vontade.

Será a ciência correta, perfeita e absoluta a partir dessa complexidade humana?

Apesar disso a ciência tem contribuído para a sociedade de uma forma satisfatória aprimorando e tornando o nosso dia a dia mais confortável, mas ao mesmo tempo tem sido utilizada também como um a verdadeira “bomba atômica”. Refletindo sobre esses dois pontos de vista podemos fazer a seguinte pergunta: será que por traz da ciência exista um interesse maior que não seja o de bem-estar social e satisfação humana?

Inicialmente, a ciência é uma atividade humana e, como tal, é movida por interesses e paixões, escolhas e objetivos prévios, sempre marcada pela ideologia (conjunto de valores, princípios idéias e crenças) do pesquisador e/ou da comunidade científica. Dessa forma, resulta em ‘mito’ a pretensão de neutralidade. Além do mais, o uso e aplicação do resultado da pesquisa científica vem mostrando, historicamente, a parcialidade, a paixão e jogos de interesses, criando uma efetiva sociedade de apartação, excluída do acesso aos bens fundamentais da vida quando não da própria vida. Os seres Humanos, como seres racionais, sempre tiveram a necessidade de questionar o porquê das coisas. Através da ciência, alguns dogmas caíram por terra. Por exemplo, há alguns séculos, as doenças, as catástrofes naturais, tinham uma explicação religiosa, ao passo que hoje em dia, a ciência dá-nos provas concretas que quase tudo acontece por alguma razão lógica. A evolução do conhecimento tornou a Ciência um elemento essencial na sociedade. Ao longo dos Séculos, a Religião era a solução e a explicação para tudo.

Para a sociedade em geral a ciência ainda é um mito. O pensador brasileiro Rubem Alves chama a atenção para o perigo de mitificar a ciência e os cientistas.

Ele afirma:

“O cientista virou um mito. E todo mito é perigoso, porque ele induz o comportamento inibe o pensamento. Este é um dos resultados engraçados (e trágicos) da ciência. Se existe uma classe especializada em pensar de maneira correta (os cientistas), os outros indivíduos são liberados da obrigação de pensar e podem simplesmente fazer o que os cientistas mandam”. (filosofia da ciência, p.11)

Ao fazer essa observação, Rubem Alves propõe algumas questões em relação ao conhecimento cientifico e ao poder que esse conhecimento adquiriu na sociedade contemporânea.

A primeira diz respeito á diferença entre o conhecimento cientifico e o conhecimento comum, isto é, o senso comum da maioria das pessoas: será o conhecimento cientifico superior?

A segunda concerne ao estatuto do conhecimento cientifico, encarado como modo de pensar correto: será a ciência sempre correta, perfeita e absoluta? Finalmente a terceira refere-se propriamente ao poder que o saber científico confere a quem o detém, poder de introduzir o comportamento das pessoas e autoproclamar-se conhecedor da verdade sobre determinados assuntos: será o cientista neutro?

Quanto a primeira questão, o senso comum se caracteriza por certa ausência de fundamentação e pouco criteriosa daquilo que parece ser a verdade para as pessoas em geral. A ciência, por sua vez, seria, ao contrário, a busca dessa fundamentação, a procura rigorosa dos fatos observáveis, de forma a encontrar a razão dos fenômenos estudados.

As observações que levam ao conhecimento cientifico nascem de problemas com os quais o senso comum lida e o comportamento científico se distingue do senso comum por não se manter preso ás primeiras observações, a ciência vai além.

Apesar de suas diferenças, o problema da oposição entre senso comum e ciência deu-se a partir do positivismo que valorizou exageradamente o saber cientifico em detrimento de outras formas de conhecimento, como o mito, a religião, a arte e até a filosofia.

A Ciência foi com o passar do tempo tornando-se um elemento essencial na sociedade.

A substituição das explicações religiosas pelas explicações científicas significou uma revolução em termos de comportamento humano e compreensão do mundo. As teorias científicas, dessa forma, baseiam-se na razão e tem como medida o ser humano. Ou seja, utilizam o pensamento racional tendo como finalidade o bem estar do homem e da sociedade.

A Ciência não é, no entanto, isenta de influência das idéias que prevalecem em cada época. Principalmente, das relações sociais, políticas, econômicas e culturais que prevalecem em cada período da história. Pensando em nosso próprio tempo, vejamos o que diz Edgar Morin a respeito disso:

“(...) é evidente que o conhecimento científico determinou progressos técnicos inéditos, tais como a domesticação da energia nuclear e os princípios da engenharia genética. A ciência é, portanto, elucidativa (resolve enigmas, dissipa mistérios), enriquecedora (permite satisfazer necessidades sociais e, assim, desabrochar a civilização); é de fato, e justamente, conquistadora, triunfante. E, no entanto, (...) apresenta-nos, cada vez mais, problemas graves que se referem ao conhecimento que produz, à ação que determina, à sociedade que transforma. (...) Para conceber e compreender esse problema há que acabar com a tola alternativa da ciência “boa”, que só traz benefícios, ou da ciência “má”, que só traz prejuízos. Pelo contrário, há que, desde partida, dispor de pensamento capaz de compreender a ambivalência, isto é, a complexidade intrínseca que se encontra no cerne da ciência”. Edgar Morin. Ciência com Consciência, pp. 15-16.

Edição 144 - Reportagem

A bomba-relógio de metano

Steve Connor

Jornalista do The Independent

Cientistas no Ártico descobriram a

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