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EFEITOS DA SALINIDADE SOBRE A PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA

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Por:   •  12/8/2014  •  2.350 Palavras (10 Páginas)  •  866 Visualizações

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LUCIARA 07 DE MAIO DE 2014.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO-UNEMT

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE LUCIARA

DISCIPLINA: CIENCIAS BIOLÓGICAS

FISIOLOGIA VEGETAL

PROF.ESP.RANGEL M.SILVA

EFEITOS DA SALINIDADE SOBRE A PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA

INTRODUÇÃO:

No mundo, estima-se que 19,5% das terras irrigadas (45 milhões de hectares) e 2,1% das não irrigadas (32 milhões de hectares) estejam afetadas pelos sais. A salinização dos solos é particularmente evidente nas regiões áridas e semiáridas, atingindo cerca de 25% das áreas irrigadas. Atualmente, estima-se que ocorra uma perda de cerca de 1,5 milhões de hectares de terras aráveis a cada ano devido ao acúmulo de sais. Dessa forma, a salinização tem sido identificada como o principal processo de degradação dos solos (FAO, 2006).

No Brasil, embora a informação sobre as áreas salinas não esteja bem definida, estima-se que 20 a 25% das áreas irrigadas enfrentem problemas de salinização (FAO, 2006). Este problema é mais conspícuo na região Nordeste, a qual possui uma área de 155 milhões de hectares, sendo que 52% dessa superfície é semiárida. Considerando que a prática da irrigação constitui a única maneira de garantir a produção agrícola com segurança no semiárido e que a implantação dos projetos de irrigação tem sido incrementada nas últimas décadas, configura-se como de grande importância para a produção agrícola nessa região o desenvolvimento de pesquisas que venham a possibilitar um melhor manejo do solo e da água, face às projeções futuras de aumento da população e da demanda por alimentos (HOLANDA et al., 2010).

A prática da irrigação nas regiões áridas e semiáridas é indispensável devido à ocorrência do déficit hídrico para culturas na época seca (OLIVEIRA, 1997).

Entretanto, nestas regiões é comum a ocorrência de fontes de água com elevados teores de sais que, antes de serem utilizadas na irrigação, devem ser avaliadas, principalmente sob os aspectos de salinidade, sodicidade e toxicidade de íons. A qualidade da água de irrigação pode variar significativamente de acordo com o tipo e a quantidade de sais nela dissolvidos. Para se previr problema futuro referente à qualidade da água para a irrigação, é importante considerar o potencial da água em criar condições no solo de modo a restringir sua utilização e avaliar a necessidade em ampliar técnicas especiais de manejo para manter bons rendimentos (AYERS & WESTCOT, 1991).

Esforços têm sido feitos com o objetivo de controlar a salinidade através de meios técnicos, porém a recuperação de um solo inutilizado pelo excesso de sais ou em vias de inutilização, em geral, envolve grandes investimentos e somente em determinadas circunstâncias poderá ser economicamente viável (PRISCO, 1987).

A seleção das práticas de manejo para recuperação de solos afetados por sais depende do diagnóstico correto da natureza e extensão dos problemas de salinidade, e também de condições ambientais favoráveis, que permitam a sua aplicação.

Em solos salinos e solos com altos teores de boro, a prática comum é o cultivo de plantas tolerantes, juntamente com gradagens e aplicações de altas lâminas de irrigação para lavagem de sais solúveis em excesso. Em solos sódicos, quando a infiltração é inadequada, opções de manejo são dirigidas para melhorar a condutividade hidráulica do solo. Assim, para melhorar as propriedades físicas do solo, podem ser utilizadas várias combinações de práticas de lavra, uso de corretivos e práticas culturais (GHEYI, 2000). Entretanto essas práticas são muito caras e o uso de espécies ou cultivares adaptáveis a tais condições adversas de solo pode ser uma estratégia promissora para melhorar a produção de alimentos. Nesse sentido, grande ênfase tem sido dada às pesquisas que tratam de aspectos fito técnicos, tais como modificação das condições de cultivo e melhor manejo do ambiente em que as plantas são cultivadas e aumento da tolerância das culturas à salinidade, através da seleção e melhoramento genético e de domesticação de espécies selvagens (LACERDA ET al., 2003). As práticas de manejo de solos salinos devem incluir combinações de manejo de solo, da água e da planta integralmente. No entanto, embora as diferenças entre as espécies com relação à tolerância à salinidade sejam bem relatadas, há necessidade de trabalhos básicos e aplicados nas áreas de fisiologia, genética e melhoramento de plantas, para melhor entendimento dos processos envolvidos (LACERDA, 2000).

Origem dos sais no solo

Os sais são originados da intemperização dos minerais primários encontrados nos solos e nas rochas. Estes sais são transportados pelas águas e armazenados nos solos acumulando-se à medida que a água é evaporada ou consumida pelas culturas, originando o processo de salinização (DAKER, 1988). Os sais liberados durante o processo de intemperização das rochas, dependendo da geomorfologia da região, podem ser carreados para horizontes inferiores, mediante percolação, ou levados a lugares distantes por escoamento superficial. Conforme as condições de relevo, fluxo de água, etc., no caso da percolação os sais são depositados nas águas sub-superficiais, podendo, por capilaridade, acumular-se na superfície do solo na medida em que a água for evaporada ou consumida pela planta; o segundo fenômeno, isto é, o escoamento superficial, é responsável pela deposição e acumulação de sais em rios, mares, açudes e lagoas (AYERS & WESTCOT, 1991).

Em regiões de clima árido e semiárido, por apresentarem déficit hídrico na maior parte do ano, e na maioria das vezes, os solos serem rasos ou apresentarem camadas impermeáveis, a água que contém sais fica sujeita aos processos de evaporação ou evapotranspiração, podendo com o tempo, os sais atingirem níveis comprometedores para o crescimento e desenvolvimento das plantas (GHEYI, 2000).

Embora a fonte principal e direta de todos os sais presentes no solo seja a intemperização das rochas são raros os exemplos em que esta fonte de sais tenha provocado diretamente problemas relacionados com a salinidade do solo.

Comumente a salinização dos solos ocorre pelo acúmulo de sais transportados pelas águas de outros locais assim como invasão das águas de

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