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Espaços sociais e profissionais de assistentes sociais

Por:   •  9/3/2018  •  Artigo  •  4.058 Palavras (17 Páginas)  •  746 Visualizações

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Os espaços sócio-ocupacionais do Assistente Social

A radicalização liberal em tempos de mundialização do capital reafirma o mercado como órgão regulador supremo das relações sociais.

A competição e o individualismo vêm desarticulando formas de luta e negociação coletiva.

O bem-estar social  tende a se privatizar, restando ao Estado aliviar a pobreza extrema, aumentando o desemprego e o trabalho informal, enfraquecendo as lutas de classes e direitos trabalhistas. .A questão social e suas ameaças assumem caráter político. Os espaços ocupacionais refratam as particulares condições e relações de trabalho prevalentes na sociedade brasileira nesses tempos de profunda alteração da base técnica da produção com a informática, a biotecnologia, a robótica e outras inovações tecnológicas e organizacionais, que potenciam a produtividade e a intensificação do trabalho.

É esse solo histórico movente que atribui novos contornos ao mercado profissional de trabalho, diversificando os espaços ocupacionais e fazendo emergir inéditas requisições e demandas a esse profissional, novas habilidades, competências e atribuições, impondo exigência de capacitação acadêmica permitindo atribuir transparências às brumas ideológicas que encobrem os processos sociais e alimentem um direcionamento ético-político e técnico ao trabalho do assistente social capaz de impulsionar o fortalecimento da luta contra hegemônica comprometida com o universo do trabalho.

O espaço profissional não pode ser tratado exclusivamente na ótica das demandas já consolidadas socialmente, sendo necessário, a partir de um distanciamento crítico do panorama ocupacional, apropriar-se das demandas potenciais que se abrem historicamente à profissão no curso da realidade.

(Pronunciamento do CFESS na Carta de Maceió (CFESS/CRESS, 2000)) Como um campo de lutas e de formação de consciência crítica em relação à desigualdade social no Brasil e de organização dos trabalhadores. É um terreno de embate que requer competência teórica, política e técnica; que exige uma rigorosa análise crítica da correlação de forças entre as classes e segmentos de classe e que força a construção de proposições que se contraponham às elites político-econômicas do país.

1 Assistente social, trabalhador assalariado

Perfil dos assistentes sociais no Brasil:

78,16% dos assistentes sociais atuam em instituições públicas de natureza estatal, 40,97% atuam no âmbito municipal, 24%, estaduais e 13,19% federais.

Empresas privadas com 13,19%.

“Terceiro Setor”, com 6,81%.

Jornada de trabalho: 40 horas abrangendo 50,70%, 30 horas (28,65%) e o 3º lugar fica com mais de 40 horas semanais.

Qualificação: 55,34% têm graduação; 35,26% têm título de especialista; 6,49% têm mestrado; 1,24%, doutorado e 0,67%, pós-doutorado.

Participação em atividade politica: 68% não participam em nada, 32% registram algum tipo de participação, em movimento da categoria de assistente social (44,89%); em movimentos sociais (32,18%), em movimento partidário (12,62%) e no movimento sindical (10,40%).

Participação em Conselho de Direitos ou de Políticas Sociais: assistência (35,45%), criança e adolescente (25,12%), saúde (16,67%), idoso (7,08%), direitos humanos (6,57%), mulher (4,23%), portador de deficiência (1,41%).

Perfil do Assistente Social:

  • 97 % mulheres e apenas 3% de homens.
  • Idade entre 35 a 44 (38%),  25 a 34 anos (30%), ainda que 25% estejam na faixa entre 45 e 59 anos.
  • Professam a religião católica (67,65); protestante (12,69%) e a espírita kardecista (9,83%), e 7,92% não têm qualquer religião.
  • Que se declaram brancas (72,14%) e as que se declaram pretas e negras totalizam 20,32%.
  • Em relação à orientação sexual, 95% são heterossexual, 3%, homossexual e 2%, bissexual.
  • A maioria (53%) é casada e 47% são solteiros.

O propósito é indicar elementos para uma análise do trabalho do assistente social, que considere suas particularidades e focalize as tensas relações entre projeto ético-político profissional e estatuto assalariado, como núcleo irradiador da argumentação, permitindo atribuir visibilidade, no universo do Serviço Social brasileiro, à dupla determinação do trabalho do assistente social como trabalho concreto e trabalho abstrato, dimensões indissociáveis para se pensar o trabalho na sociedade burguesa, cujo pressuposto é o reino mercantil, no qual se assenta a forma social da propriedade privada capitalista e a divisão do trabalho que lhe é correspondente.

Conhecimentos e princípios éticos alimentam projeções profissionais historicamente determinadas, materializando a dimensão teleológica do trabalho do assistente social: a busca, por parte da categoria, de imprimir nortes ao seu trabalho, afirmando-se como sujeito profissional.

O exercício da profissão realiza-se pela mediação do trabalho assalariado, que tem na esfera do Estado e nos organismos privados – empresariais ou não – os pilares de maior sustentação dos espaços ocupacionais desse profissional, perfilando o seu mercado de trabalho, componente essencial da profissionalização do Serviço Social.

No trabalho do assistente social profissional, há o clássico dilema entre causalidade e teleologia, entre momentos de estrutura e momentos de ação, exigindo articular, na análise histórica, estrutura e ação do sujeito.

Esse dilema tende a ser subjetivamente apreendido pelos profissionais de campo, ao nível da percepção cotidiana, de forma dualista, expressa no reincidente reclamo do “distanciamento entre projeções e realidade, entre teoria e prática”. Mas essa “denúncia” aponta duas questões da maior relevância: (a) a existência de um campo de mediações que necessita ser considerado para realizar o trânsito da análise da profissão ao seu exercício efetivo na diversidade dos espaços ocupacionais em que ele se inscreve; (b) a exigência de ruptura de análises unilaterais, que enfatizam um dos polos daquela tensão transversal ao trabalho do assistente social, destituindo as relações sociais de suas contradições.

A literatura recente sobre os fundamentos do trabalho profissional  vem enfatizando a natureza qualitativa dessa atividade profissional, enquanto ação orientada a um fim como resposta às necessidades sociais, materiais ou espirituais (condensadas nas múltiplas expressões da questão social) de segmentos sociais das classes subalternas na singularidade de suas vidas: indivíduos e suas famílias, grupos com recortes específicos.

O Serviço Social tem como objeto de estudo centrar-se, sobretudo, na qualidade desse trabalho – ou na sua diferencialidade – e identifica seus portadores como dotados de uma força de trabalho dotada de capacitação específica: capazes de criar um tipo trabalho concreto distinto e particular.

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