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Europa Ocidental

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Por:   •  25/3/2015  •  2.125 Palavras (9 Páginas)  •  184 Visualizações

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Arquitetura e urbanismo no final do século XVIII: entre o iluminismo e a arqueologia: Bouleé, Ledoux, Lequeo.

No Neoclassicismo pode-se encontrar a origem da arquitetura moderna, pois a cultura iluminista foi a primeira a mostrar uma visão de mundo baseada em certezas intocáveis, estabelecidas por dogmas religiosos, amplamente enraizados até então. O entendimento da arquitetura neoclássica é de grande importância, para que possamos compreender as relações existentes entre a modernidade e tradição arquitetônica, uma vez que essa produção foi revolucionária e ao mesmo tempo fazendo uma volta severa à Antiguidade, estabelecendo com ela uma relação muito diversa daquela produzida nos períodos identificados com as culturas renascentista e barroca.

Ao contrário do que estava acontecendo no momento, o termo Antiguidade na arquitetura neoclássica está vinculado a um interesse arqueológico, de fundo científico, relacionado à motivação compartilhada por diversos campos do conhecimento em investigar as origens da civilização. A consequência disso é a valorização inédita da arte grega, que ocorreu quando os novos estudos de objetos e monumentos antigos mostraram que a arte romana, principal referência até meados do século XVIII, tinha como verdadeira matriz a produção artística da Grécia Antiga.

Os excessos retóricos da arte barroca eram rejeitados pelos artistas e teóricos neoclássicos, pois propunham uma volta ao momento originário em que a arte ocidental não havia atingido a plenitude e não tinha sido corrompida pela história. Embora o Barroco e o Rococó sejam o alvo principal da rejeição dos neoclássicos, sua volta ao passado tampouco tem a ver com a visão humanista do Renascimento, pois no Iluminismo já não se acreditava mais na ideia de harmonia cósmica e divina. O abandono do sistema clássico de proporção matemática – fundamental nos séculos XV e XVI – revela, como veremos a seguir, as profundas transformações operadas pela arquitetura neoclássica por trás do vocabulário tradicional que continuava a ser adotado.

O sentido revolucionário da arquitetura neoclássica foi representado na arquitetura dos franceses Etiénne-Louis Boullée (1728-1799) e Claude-Nicolas Ledoux (1736-1806), reconhecidos mais por seus projetos visionários que por suas escassas obras construídas. Segundo Emil Kaufmann, a principal inovação promovida na arquitetura a partir da obra desses dois mestres foi a conquista da autonomia, dada pela possibilidade inédita de conceber os edifícios fora do domínio de princípios externos à disciplina, como as leis que determinavam previamente as proporções segundo a crença na perfeita proporcionalidade do cosmos.

Se as novas descobertas científicas vinham destruindo progressivamente o pensamento iluminista,e está na origem desse processo porque se caracteriza, na definição de Argan, pela “consciência de que em uma cultura livre e leiga o método crítico deve ocupar o lugar da autoridade do sistema”.

Um dos aspectos que indicam as profundas transformações operadas pela nova estética do século XVIII é a substituição da noção de modelo pela de tipo. Os dois conceitos indicam diferentes maneiras de lidar com referências, pois, como explicou Argan, o modelo está no “objeto cuja forma pode ser imitada” – o que pressupõe uma realidade dada a priori –, enquanto o tipo funciona como uma “constante que se transmite através das mudanças históricas”, ou como um “esquema conceitual que pode se manifestar em muitas configurações diversas”.

É por essa razão que, ainda que a referência às formas e estilos do passado não tenha desaparecido na obra de Boullée e Ledoux, o sentido dessa arquitetura é fundamentalmente ante estilístico, por trabalhar com as formas em sua acepção tipológica, buscando extrair delas as qualidades essenciais que residem por trás da imagem exterior. A manipulação tipológica que se desenvolve na arquitetura neoclássica é a responsável por “qualificar” os edifícios, para que cada um deles possa manifestar sua destinação no ambiente público da cidade. O êxito da revolução arquitetônica provocada pelas obras de Boullée e Ledoux deve-se em grande medida à incorporação de seus preceitos no sistema acadêmico de ensino na França, de onde puderam se espalhar para diversas partes do mundo ocidental.

O impacto da industrialização e os processos de concentração urbana. A crítica à cidade grande e as origens do urbanismo: romantismo, sanitaríssimo, socialismo utópico e cientifico.

Os elementos contraditórios marcaram a arquitetura românica, fazendo dessa forma de expressão algo menos expressivo. O final do século XVIII e início da XIX forma marcados por um conjunto de transformações, envolvendo a industrialização, valorizando e rearranjando a vida urbana. A arquitetura da época reflete essas mudanças; novos materiais foram utilizados como o ferro e depois o aço. Ao mesmo tempo, as igrejas e os castelos fora dos limites urbanos, conservaram alguma característica de outros períodos, como o gótico e o clássico. Esse reaparecimento de estilos mais antigos teve relação com a recuperação da identidade nacional.

A urbanização na Europa determinou a construção de edifícios públicos e de edifícios de aluguel para a média e alta burguesia, sem exigências estéticas, preocupadas apenas com o maior rendimento da exploração, e portanto esqueceu-se do fim último da arquitetura, abandonando as classes menos favorecidas em bairros cujas condições eram calamitosas.

Entre os arquitetos mais reconhecidos desse período historicista ou eclético, deve-se mencionar Garnier, responsável pelo teatro da Ópera de Paris; Barry e Puguin, que reconstruíram o Parlamento de Londres; e Waesemann, na Alemanha, responsável pelo distrito neogótico de Berlim. Na Espanha deu-se um renascimento curioso da arte mudéjar na construção de conventos e igrejas, e na Inglaterra surgiu o chamado neogótico hindu. Este último, em alguns casos, revelou mais mau gosto do que arte.

Pensar a influência do urbanismo sanitarista como ideologia do Estado visando a transformação do espaço e o controle social do ambiente urbano no início do século XX. O funcionamento das cidades, o processo de urbanização e seu desenvolvimento são de grande importância para a formação do Planejador Urbano. A compreensão dessa realidade e a projeção de sua atuação no futuro requerem um estudo das raízes históricas desse processo. O funcionamento das cidades, o processo de urbanização e seu desenvolvimento são de grande importância para a formação do Planejador Urbano. A compreensão dessa realidade e a projeção de sua atuação no futuro requerem um estudo das raízes históricas

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