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Faces da Desigualdade no Brasil

Por:   •  22/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.663 Palavras (11 Páginas)  •  211 Visualizações

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FACES DA DESIGUALDADE NO BRASIL

-BENS DE CONSUMO:

Com a criação das reformas trabalhistas advindas do inicio do processo industrial no Brasil, em 1930 durante a Era Vargas, os trabalhadores antes não usufruíam dos bens de consumo duráveis e energia elétrica. Com a chegada do Programa Luz para Todos foi possibilitado às camadas mais pobres o acesso aos bens duráveis.

Baseado no texto “Faces da Desigualdade no Brasil” em 2002 o acesso ao refrigerador ou freezer chegava a 44,1% dos lares mais pobres e em 2015 houve um aumento, passando para 91,2%.

O IBGE( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) /PNAD (Pesquisa nacional por Amostra de Domicílio) apresentam um gráfico onde mostra o Nordeste como a região que mais adquiriu novas geladeiras, chegando a 8,5 milhões de lares mais pobres com acesso a esse bem, já o Centro-Oeste apresenta o menor número de lares pobres que adquiriram geladeiras com 1,9 milhão. Isso possibilitou a população a conservar os alimentos, reduzir doenças por contaminação e organizar compras.

Levando em conta os domicílios mais pobres e a questão cor/raça (negros e brancos), o utensílio, máquina de lavar, apresentou um aumento de 18,1% em 2015 nos domicílios mais pobres, porém a taxa ainda é baixa. Já em relação às famílias negras o índice era de 15 milhões em 2002, havendo um aumento de 250% em 2015, garantindo que 40 milhões de

negros alcançassem esse bem de consumo; possibilitando também que as mulheres tivessem tempo liberado para outras atividades.

Os telefones celulares servem como meio de comunicação, mas também garante a segurança de membros familiares, amplia o acesso a novas oportunidades, ajuda empreendimentos e renda, substituindo até mesmo os computadores. Havendo um aumento do acesso aos aparelhos pelas classes mais pobres, passando de 5,1%  em 2002 para 79,3% em 2015.

Com um significativo impacto na produção cultural brasileira, a inclusão digital teve um papel significativo para a participação daqueles colocados à margem também da cultura.

Em 2002, 81% dos computadores com acesso à internet estavam em lares de famílias brancas, atualmente o índice é bem menor, mas não deixando de  haver desigualdade em relação aos acesso das famílias negras, com um índice de 57,5% entre os brancos e 41,5% entre os negros, tornando-se um desafio para os mais pobres.

Segundo Paulo Netto , “... a desigualdade entre as várias camadas sociais, se vinha de muito longe a polarização entre ricos e pobres, se era antiquíssima a diferente apropriação e fruição de bens sociais, era radicalmente nova a dinâmica da pobreza que então se generalizava.” (p.42)

Entende-se com isso que a desigualdade não diminui, pois a diferença entre as classes sempre continua, sendo muita das vezes disfarçada pelas melhorias que se acreditam alcançar através do capitalismo que tem a capacidade de restringir para a população menor o acesso a esse bem.

-DESIGUALDADE RACIAL:

Mesmo sendo maioria, a população negra no Brasil é a classe que mais sofre com a desigualdade, excluída do acesso aos direitos, onde 70% dos pobres existentes no país, são negros e isso está relacionado diretamente com o contexto histórico em que a escravidão por si só delineava em nosso país a exclusão desta população que até hoje permanece. Entre o período de 2002 e 2015 os negros foram incluídos através da universalização pelo acesso a participação nas políticas sociais, aliadas ao reajuste salarial dos trabalhadores.

No entanto a necessidade de superar as diferenças permanece até os dias de hoje, pois os brancos sempre estarão à frente, em decorrência de um histórico cultural, que os mantém nesse posto de superioridade em relação os negros. O objetivo dessa proposta é salientar o processo de inclusão que vem ocorrendo, como a ampliação do acesso e oportunidades voltados à população negra. Mesmo com esses eventos a cada 100 pessoas que são assassinadas 70 são negras, vitimas de racismo e preconceito, sendo reprodução de ódio advindo de pessoas que demonstram dificuldades de aceitação dos negros em meios que antes eram acessados apenas por uma pequena parte da sociedade que em sua maioria eram brancos.

Entre o período de 2002 a 2015, 1,8 milhão de estudantes negros estavam na escola cursando o ensino médio na idade certa (15 a 17 anos) , representando um acréscimo de 117%. Esses dados positivos mostram a desconstrução da idéia de que negros não possuem capacidade de cursar o ensino médio.

Outro dado importante é em relação aos estudantes que estão cursando o ensino superior (inclusive mestrado e doutorado), o IBGE/PNAD apresentam uma pesquisa demonstrada em gráfico que alunos brancos sempre estiveram em grande quantidade nas universidades, tendo apenas um acréscimo de 1,8 milhão em 2002 para 2,3 milhões em 2015, já os alunos negros passaram de 400 mil em 2002 para 1,6 milhão em 2015, o que representa um aumento de 268% nas universidades. Isso significa que a desigualdade entre negros e brancos reduziu, e para isso houveram vários fatores, entre eles o fato de que os estudantes nas fases anteriores (ensino fundamental e médio) não tiveram que trabalhar e puderam concluir chegando ao ensino superior.

O nível escolar dos responsáveis dos domicílios é um fator de suma importância para a condição socioeconômica da família. Em 2002 o número dos chefes de famílias negras que tinham concluído o ensino fundamental era de 5,7 milhões, já em 2015 foi de 17,5 milhões, representando um acréscimo de 207%.

O acesso à água, ao escoamento sanitário e a energia elétrica é uma obrigação do Estado oferecer a população, porém os negros em sua maioria estiverem e estão em periferias ou em zona rural, fazendo com que tivesse um desinteresse da parte do poder público, deixando essa grande massa à mercê dos seus direitos. O acesso à água chegou a mais de 38 milhões de negros e negras, o que de 2002 a 2015 houve um aumento de 59%; o escoamento sanitário chegou a 81,3 milhões da população negra, representando nesse mesmo período um acréscimo de 85%, e energia elétrica chegou a 109 milhões a essa população, tendo uma crescente de 44%. A população branca desde 2002  a 2015 possuiu um número muito vasto de acesso a esses benefícios, tendo pequeno acréscimo, o mais significativo foi o do escoamento sanitário, indo de 69,9 a 79,7 milhões.

Considerando todas as faixas de renda, é perceptível que o acesso de bens de consumo duráveis pela população negra possuía empecilhos, contudo já estão sendo superados. No período de 2002 a 2015 as famílias negras tiveram um aumento de 68% a posse de geladeiras, superando a população branca; essa superação também ocorreu com a posse dos celulares, em 2002 a população negra que tinha celular era apenas 20,1 milhões, em 2015 teve um acréscimo de 404%, chegando a 101,4%, enquanto a população branca nesse período tinha 39,8 milhões e chegou a 89 milhões.

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