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Movimento de Reconceituação do Serviço Social

Por:   •  2/11/2018  •  Resenha  •  742 Palavras (3 Páginas)  •  183 Visualizações

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       O movimento de reconceituação aconteceu entre os anos 60 e 70 em toda América latina e foi um movimento que buscava uma ruptura com o serviço social tradicional. O serviço social tradicional era extremamente funcionalista, burocrata e paliativo, tinha um cunho moralizante muito forte, se preocupava mais com a moral do individuo do que com o próprio individuo, buscava enquadrar o usuário. Com os fatos acontecidos na década de 60 no mundo, como as passeatas no Rio de Janeiro, a crise que passava o capitalismo, a forte desigualdade social que era nítida naquele período, a população queria melhores condições trabalhistas e sociais, e nesse cenário os assistentes sociais perceberam que precisavam atuar de uma forma mais agressiva em seu campo de trabalho e deixar de ser uma categoria passiva, deixando de serem meros executores das politicas sociais para terem uma participação mais estrutural, de planejamento e pesquisa das politicas sociais.

        Em 1965 surge de fato o movimento de Reconceituação do serviço social no Brasil e ocorrem nos eventos de Araxá e Teresópolis, o documento abrange a estrutura social como facilidades básicas, programas de educação, habitação, educação, além de serviços sociais fundamentais. A redefinição do papel do assistente social como sendo um funcionário do desenvolvimento. Essa nova proposta teve um enfoque bastante relevante, de transformação do serviço social, fazendo realmente uma ruptura com o serviço social tradicional, esse novo enfoque abrangia as áreas técnico metodológicas, ideológico politico, luta pela profissionalização e muito mais, e buscava a integração, o ajustamento do individuo ao seu meio, encontrando a harmonia em sociedade.

       Só que com o decorrer do regime militar, o movimento de reconceituação foi sendo reprimidas, suas ideias foram congeladas e seus autores foram torturados e muitos até desapareceram, mas nem tudo nesse movimento foi derrota, também ocorreram muitas conquistas como a explicitação da dimensão politica da ação profissional, a inauguração do pluralismo profissional, a interlocução critica com as ciências sociais, a articulação de uma nova concepção da unidade latino – americana e a considerada conquista mais importante, que foi a recusa do profissional de serviço social de situar- se como um agente técnico puramente executivo. Como já havia falado anteriormente, o assistente social deixa de ser apenas um executor para assumir um papel mais importante dentro das politicas sociais. Essa renovação advinda do movimento de reconceituação, principalmente no Brasil foi considerada como modernização profissional, como José Paulo Netto escreve.

       Para abafar o movimento de reconceituação no Brasil, além da extrema repressão, surge a modernização conservadora, que tinha uma perspectiva desenvolvimentista- modernizante que tinha o perfil da ditadura militar. Somente no final da ditadura militar que os ideais da reconceituação voltaram a ter força e a partir disso começou a evoluir. Nessa conjuntura pós-ditadura que começa a surgir o serviço social critico, ideais que crescem até os dias atuais. Esse serviço social critico investiu em duas vertentes, o da organização da categoria profissional e na formação acadêmica, mas não se pode pensar que esse serviço social critico é uma continuidade das ideias de reconceituação e sim uma evolução daqueles ideais.

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