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Noções De Atividades Atuariais

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Por:   •  27/8/2014  •  9.954 Palavras (40 Páginas)  •  2.687 Visualizações

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Aula-tema 01: Matemática Atuarial e sua relação com a Estatística e Finanças. Introdução ao conceito de Juros.

Muitas pessoas ainda não sabem o que é a Matemática Atuarial e para o que ela serve. Contudo, esta disciplina está bastante presente em nossas vidas e, nos últimos anos, sua importância tem crescido sobremaneira.

Vamos introduzir o tema com uma linguagem bem simples para facilitar a compreensão. Imagine que uma pessoa pensa no seu futuro e não quer depender apenas da aposentadoria oferecida pelo INSS. Dessa maneira, decide recorrer a uma instituição privada que possa complementar sua renda no futuro. O papel das ciências atuariais é efetuar o cálculo dos valores que devem ser pagos para que o beneficiário possa receber o que pretende por ocasião de sua aposentadoria.

Em princípio, isto parece ser muito simples, mas normalmente estamos falando de longos períodos de contribuição, seguidos de longos períodos de recebimentos do benefício. Caso ocorra algum erro nos cálculos, o beneficiário poderá ser punido com valores abaixo que ele esperava ou a seguradora terá que arcar com um valor de benefício que não estava preparada para pagar. Assim, a função da Matemática Atuarial é efetuar os cálculos que permitam o equilíbrio entre os recebimentos presentes e os pagamentos futuros. Caso essa conta seja feita adequadamente, será possível observar uma carteira que é autossustentável, condição fundamental para que a seguradora e o beneficiário fiquem satisfeitos.

Você deve imaginar que é muito difícil determinar estes valores, mas para isso utilizamos algumas ferramentas que permitem que tais cálculos sejam feitos dentro de uma relativa margem de segurança para as duas partes – o segurado e a seguradora. A primeira ferramenta é a diluição do risco, isso ocorre sempre que a seguradora opera com diversas carteiras e com vários beneficiários. Assim, eventuais prejuízos com um cliente poderão ser compensados com ganhos com os demais membros. Nestes casos, é muito difícil imaginar situações em que a seguradora arca com 100% do sinistro de 100% dos segurados. É o caso dos seguros de automóveis. Aqui as seguradoras podem operar neste mercado porque nem todos terão seu veículo sinistrado, permitindo que este ganho possa cobrir as perdas com aqueles que utilizarem o seguro.

A diversificação da carteira é uma maneira de utilização da Estatística para determinar o nível de risco que estão assumindo. Sem ela não é possível determinar tal risco, o que pode colocar a seguradora em situação difícil no futuro.

O outro aspecto importante: com a utilização dos conceitos de Finanças, os valores futuros poderão ser determinados com maior precisão, pois apenas as operações à vista estão livres da incidência de custos financeiros. Os contratos de seguros são longos, podendo durar por anos, como nos casos das aposentadorias.

Mas a atividade do atuário não está ligada apenas ao caso das complementações de renda, conhecidas como aposentadorias. Todas as questões sobre seguros em geral passam pelo crivo do atuário. Sabe como isso ocorre? Por meio dos cálculos sobre o risco dos seguros.

Uma seguradora tem como atividade principal a “compra” do risco de seu cliente, ou seja, em troca de um prêmio de seguro a seguradora adquire uma parte, ou até todo o risco, de determinado ativo. Assim, uma seguradora adquire, por exemplo, o risco de roubo de um automóvel ou de incêndio de uma residência, recebendo em troca outro valor, chamado de prêmio de risco. Caso ocorra algum problema com os bens segurados, que chamamos de sinistro, o valor do prêmio nunca será suficiente para cobrir o valor a ser indenizado. Como será que as seguradoras conseguem arcar com os custos dos sinistros, se os respectivos prêmios, geralmente, são muito inferiores ao valor a ser pago ao segurado?

Neste caso, entra em ação a ideia de carteira, na qual a seguradora opera com um conjunto de clientes ou ativos com características similares e calcula a probabilidade de ocorrência de sinistros neste conjunto de ativos. Como exemplo, imagine todos os colegas da sala sendo proprietários de automóveis, e que todos façam o seguro do bem. O valor do prêmio de seguro de todos os automóveis não é suficiente para reembolsar a todos, caso todos os veículos sofram sinistro. A seguradora somente fará o seguro de todos os veículos esperando que apenas uma pequena parte dos segurados tenha a ocorrência de sinistro. Para efetuar esses cálculos, é preciso entrar na análise atuarial da carteira.

A carteira nada mais é do que o conjunto de ativos com uma mesma característica, cuja gestão do risco cabe à seguradora e deve obedecer a uma situação tal que não haja o comprometimento dos ativos da seguradora em razão da aceitação de mais risco que o possível. O atuário é o profissional que efetua os cálculos para determinar os limites de risco que a seguradora pode assumir em uma determinada carteira e, consequentemente, o prêmio de risco que deverá ser cobrado do segurado.

Para tanto, como visto anteriormente, para os casos das complementações de renda, a Estatística é uma ferramenta primordial, pois permite o cálculo e avaliação dos riscos. A Estatística não acaba com os riscos, mas estabelece relações que permitem determinar o grau de exposição da companhia, fornecendo informações importantes sobre as maiores chances de ocorrência de sinistros. Com estas informações sendo alimentadas constantemente, a companhia pode efetuar correções em seus ativos caso ocorra um aumento ou diminuição do risco em um determinado momento.

Todos nós sabemos que, ao longo do tempo, o valor dos ativos se altera. Quando alguém vai efetuar um seguro de um ativo qualquer, esta pessoa sempre tem em mente a possibilidade de alteração do valor deste ativo durante o período de vigência da apólice. Da mesma maneira, a seguradora também sabe desse fenômeno e, a partir desse momento, temos a introdução das Finanças na determinação dos valores ao longo do tempo de duração da apólice. Temos algumas possibilidades envolvendo o processo de precificação e cobrança dos prêmios de seguro, mas pensemos em uma situação mais simples, apenas para entendermos melhor o significado das finanças na vida dos segurados.

Como seria possível fazer o seguro de um ativo com a proteção do valor do mesmo ao longo do período de vigência da apólice? A resposta mais simples é: fazendo uso das Finanças, pois com essa ferramenta poderemos determinar qual a expectativa de valor futuro do respectivo ativo. Vale lembrar que, em alguns seguros, a definição do valor a ser indenizada no futuro tem como base o valor do mesmo no presente. As alterações que ocorrem nos valores ao longo do tempo podem dar-se pela mudança na percepção do risco, mas é muito comum que ocorram simplesmente pela passagem do tempo. Ou seja, o valor dos ativos raramente se mantém em equilíbrio ao longo do período, pois a tendência é que eles sofram reajustes, para mais ou para menos, na medida em que o tempo passa.

No estudo das Finanças, podemos encontrar todas as respostas fundamentais para efetuarmos as correções dos valores e manter a carteira ajustada aos valores reais, na medida em que nos aproximamos do vencimento do contrato de seguro. Aqui sempre utilizaremos o conceito de juros como fonte principal dos dados necessários para o ajuste dos preços. Além disso, é intuitivo que as seguradoras são companhias muito capitalizadas e que operam com elevado grau de liquidez, pois devem ter os recursos em caixa, caso ocorra qualquer sinistro com seus clientes. Essa enorme soma de valores não pode simplesmente ser mantida em caixa. É necessária a estruturação de uma rígida e bem ordenada estratégia de investimentos para que o capital da seguradora seja mantido protegido, tendo os seus valores preservados da desvalorização proveniente da inflação.

Para tanto, temos de entender um pouco o funcionamento dos juros e sua mecânica em relação ao valor dos ativos. Sabemos que os indivíduos têm uma preferência automática pela liquidez, ou seja, as pessoas preferem ter a posse imediata do dinheiro, no lugar de poder contar com o mesmo valor em qualquer momento do futuro. Entre as razões que fazem com que as pessoas tenham preferência pela liquidez, destaco como mais importantes:

1. A possibilidade de tomada de decisão sobre o destino de recursos que estão em nossa posse.

2. O risco que está sempre presente em transações que envolvem liquidação futura.

3. Inflação.

Dessa maneira, sempre que um indivíduo tem recursos disponíveis, é chamado de poupador; e o indivíduo que tem necessidades de capital, mas não o possui, é chamado de tomador. A relação entre o poupador e o tomador de recursos é arbitrada pela taxa de juros.

Na Idade Média, devido ao problema da usura mencionado na Bíblia, não havia cobrança de juros, pois essa prática era considerada pecado pela Igreja da época. Com o passar dos tempos, ocorreu uma flexibilização desta prática e a cobrança de juros deixou de ser considerada pecado e passou a ser praticada por um grande número de pessoas; todas aquelas que tivessem qualquer tipo de poupança. E qual seria a questão por trás da cobrança dos juros?

Mais uma vez, imaginemos uma situação em particular. Uma determinada pessoa tem em sua posse um volume de capital, proveniente da economia nos gastos que realiza. Por outro lado, outro indivíduo necessita de mais recursos dos que dispõe, fazendo com que este busque alguém para lhe emprestar o dinheiro. O poupador poderá efetuar a transação caso seja compensado com alguma coisa, e esta compensação é chamada de cobrança de juros. Isso ocorre porque um dos indivíduos irá abrir mão de sua liquidez, correr riscos e ver seu capital perder valor devido à ocorrência de inflação. Com este cenário, nada mais natural que o detentor do capital queira efetuar a cobrança de uma taxa, uma remuneração, sobre o valor do capital emprestado. É isto que chamamos de juros.

Pois bem, nessa primeira aula, discorremos um pouco sobre o segmento econômico de atuação das seguradoras, as questões relacionadas ao papel do atuário e a estreita correlação desta atividade com a Estatística e as Finanças. Pudemos abordar a principal questão relacionada ao problema do tempo nas transações comerciais: a incidência de juros.

Conceitos Fundamentais

Carteira: Conjunto de ativos pertencentes a um mesmo grupo. Por exemplo, uma empresa fornece seguro saúde a seus funcionários, ou seguros de automóvel oferecidos por uma seguradora a uma determinada classe profissional.

Matemática Atuarial: É o campo de conhecimento da Matemática que relaciona a Estatística e as Finanças, possibilitando a diminuição do risco e tornando as carteiras de seguros sustentáveis ao longo do tempo.

Prêmio de risco: É o valor cobrado pela seguradora para que a mesma assuma o risco proposto. Este valor deve ser suficiente para compor a carteira de seguros e cobrir todos os custos administrativos, além de remunerar o capital da seguradora.

Risco: Sempre que uma situação futura não puder ser determinada com exatidão, temos a ocorrência do fenômeno chamado risco, no qual consideramos mais de uma hipótese possível para um evento futuro.

Seguro: O seguro é um serviço em que uma companhia, conhecida como seguradora se compromete a assumir o risco, ou parte dele, relacionado a um ativo. O proprietário do ativo é chamado de segurado.

Aula-tema 02: Juros e Descontos: Definições e Usos nas Atividades Atuariais

Conforme vimos na aula-tema 01, os juros compõem uma parte importante da atividade do atuário e têm participação relevante na realização dos cálculos envolvendo o segmento de seguros. Os juros são uma parcela do capital cujo objetivo é a remuneração ou sua simples correção ao longo do tempo. Este valor encontra-se normalmente inserido no total. Assim, caso façamos um crediário para compra de um eletrodoméstico, o valor das parcelas já terá o custo dos juros embutido. Uma seguradora que efetua a venda de um seguro de automóvel, por exemplo, e aceita receber o valor do prêmio em parcelas, que certamente já terão o custo financeiro embutido.

A incidência dos juros pode ser simples ou composta. Geralmente estudamos as duas formas, mas, no Brasil, temos praticamente em 100% dos casos o fenômeno dos juros compostos. A cobrança ocorre da seguinte maneira: sobre um valor principal há a incidência de uma determinada taxa de juros, e o valor do principal, acrescido dos juros respectivos, forma um novo valor, sobre o qual incidirá novamente a taxa de juros, gerando mais um novo valor. Este mecanismo é popularmente conhecido como juros sobre juros, pois a primeira incidência ocorre sobre o principal, e novos juros vão sendo gerados com o tempo. Isto eleva muito o valor total a ser cobrado, tornando o custo financeiro altíssimo. Esse é o motivo pelo qual muitas pessoas recorrem a créditos e, na hora da liquidação, o valor acaba transformando-se em algo impagável.

Quando trabalhamos com um valor futuro e com o desejo de antecipar seu pagamento, exigimos um desconto, que nada mais é do que um abatimento dos juros embutidos no valor em questão.

Os juros podem ser expressos em valores monetários (dinheiro) ou por meio de taxas (porcentagens), e a maneira utilizada para efetuarmos os cálculos é sempre a taxa de juros, expressa em porcentagem e com o período previamente determinado. O período em questão pode ser ao mês, ao ano ou qualquer outro período de tempo, mas sua identificação é fundamental e obrigatória.

Com relação às taxas de juros, elas são nominais, efetivas e reais. As taxas chamadas de nominais são o valor exato expresso. Assim, uma taxa de 12,00% a.a. significa uma taxa nominal de doze por cento ao ano. Porém, a capitalização – incidência dos juros – normalmente é mensal. Para este exemplo, a taxa nominal de juros de 12% a.a. tem uma taxa equivalente de 1,00% ao mês. Como a incidência dos juros é mensal e o sistema de acumulação é composto, a taxa final será de 12,68% a.a. Esta segunda taxa é chamada de taxa efetiva e considera a capitalização mensal da taxa de 1,00% a.m., durante os doze meses.

A taxa real é a taxa efetiva descontada da inflação do período. Como a inflação projetada para os próximos doze meses (agosto de 2012 até julho de 2013) está em torno de 5,5%, a taxa real seria a diferença entre estas duas taxas, calculada abaixo:

(1 + taxa real) = (1 + taxa efetiva) / (1 + taxa de inflação)

(1 + taxa real) = (1 + 0,1268) / (1 + 0,055)

1 + taxa real = 1,1268/1,055 > 1 + taxa real = 1,058 > taxa real = 0,06808 ou 6,81% a.a

Como este assunto é um pouco confuso para aqueles que têm conhecimentos específicos de Matemática Financeira, vamos estudar outro exemplo e refazer todas as contas, passo a passo. Para tanto, imagine uma situação em que você chega a uma instituição financeira e solicita informações a respeito das taxas de juros cobradas. A resposta do gerente do banco é que as taxas anuais para empréstimo são de 60%. Com esta informação, você precisa saber qual a frequência da cobrança, ou seja, as taxas de juros incidem de que maneira? Mais uma vez o gerente do banco responde à sua pergunta, informando que a taxa de juros é de 60% ao ano, e a capitalização (cobrança) dos juros é mensal, mas o pagamento será integral ao final do prazo de empréstimo. Como você é uma pessoa bem informada, questiona o gerente dizendo que ele informou a taxa de juros nominal, e que você precisa saber a taxa de juros efetiva, levando em conta que o período de empréstimo é de doze meses.

Atualmente todas as instituições financeiras são obrigadas a fornecer a taxa de juros efetiva, bem como todos os comerciantes que permitam qualquer tipo de financiamento ou parcelamento que tenham taxas de juros embutidas no valor das parcelas.

Já que os clientes que contratam o empréstimo em bancos costumam perguntar qual a taxa de juros efetiva, o gerente de contas decide consultar os relatórios internos e lhes informa que a taxa nominal é de 60% a.a. e a taxa efetiva é de 79,6% a.a., ou seja, um valor bem maior, para surpresa de ambos.

Considerando que a diferença entre a taxa efetiva e a taxa nominal é muito grande, você decide refazer os cálculos para ver se a informação dada está correta. Para estes cálculos, você procedeu da seguinte maneira:

Ficou evidente que a informação do banco, apesar de assustadora, estava correta. Agora você já sabe a taxa nominal, 60% aa, e a taxa efetiva, 79,6% a.a., falta saber a taxa real, que é a taxa efetiva descontada da inflação.

(1 + taxa real) = (1 + taxa efetiva) / (1 + taxa de inflação)

(1 + taxa real) = (1 + 0,796) / (1 + 0,055)

1 + taxa real = 1,796/1,055 > 1 + taxa real = 1,70223 > taxa real = 0,70223 ou 70,22% a.a

Para os cálculos da taxa real realizados acima, utilizamos novamente a inflação projetada pelo mercado para o próximo período de 12 meses. Agora temos todas as informações sobre as taxas de juros. A taxa nominal de 60% ao ano tem como correspondente uma taxa efetiva de 79,6% no mesmo período e uma taxa real de 70,2%, considerando uma inflação de 5,5%no período.

Para concluirmos esta aula, precisamos considerar as taxas equivalentes. Sabemos que, em muitos casos, os períodos indicados nas taxas não correspondem ao período que necessitamos para nossos cálculos. Por exemplo, uma taxa de juros de 2,5% ao mês para um empréstimo de dois anos e uma taxa de juros de 45% ao ano para uma aplicação de 60 dias, e assim sucessivamente. Para esses casos, temos que calcular o valor das taxas no período exato ao qual se referem nossos cálculos. Isto quer dizer que se queremos saber o ganho de uma aplicação de 50 dias, precisaremos das taxas diárias e se a aplicação for de dois meses, precisaremos das taxas mensais. Outra informação necessária é sobre o período de capitalização. Com essas informações basta você proceder ao cálculo da taxa equivalente, considerando o seguinte:

TAXA EQUIVALENTE = [ (1 + taxa do período)Q/T- 1 ] x 100

Onde Q é o período que quero transformar a taxa, e T é o período de taxa que eu tenho.

Conceitos Fundamentais

Capitalização: é o período de incidência das taxas de juros.

Custo financeiro: uma maneira de tratarmos os juros é chamando-os de custos financeiros. É muito comum a utilização da expressão em questão no lugar da utilização da palavra juros.

Desconto: quando um determinado valor a ser pago ou recebido no futuro tem seu vencimento antecipado, ocorre o desconto dos custos financeiros embutidos na operação.

Juros: é o valor cobrado pelos poupadores aos tomadores pela utilização do capital. O empréstimo de dinheiro tem uma remuneração, assim como nos ativos a remuneração é o aluguel: no trabalho, a remuneração é o salário; nos empréstimos, a remuneração é o juro.

Montante: é o valor principal acrescido dos juros.

Período: tempo entre o início do contrato e o pagamento do valor devido ou resgate da aplicação financeira.

Principal: valor base, que é aplicado no mercado financeiro para que renda juros ou o valor inicial de um empréstimo, sobre o qual incidirá juros a pagar.

Taxa de juros efetiva: é a taxa de juros que será cobrada de fato ao final do contrato.

Taxa de juros nominal: a taxa informada, geralmente para períodos anuais, é conhecida como taxa de juros nominal.Quando a capitalização ocorre em períodos inferiores ao período da taxa, como uma taxa anual com capitalização mensal, bimestral ou semestral, haverá uma diferença entre a taxa informada e a taxa que o cliente realmente irá pagar. A taxa nominal serve apenas de referência para o cálculo da taxa efetiva, o que de fato interessa, pois é essa que o cliente pagara ao final.

Taxa de juros real: A taxa de juros real é a taxa efetiva descontada a inflação. Para que operações de crédito sejam compensadoras, o poupador irá demandar algum lucro; caso contrário, irá preferir manter o dinheiro em caixa. Este ganho deve ser maior que a inflação e o chamamos de ganho real.

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Notas: 1

Qual a melhor maneira de definirmos a preferência pela liquidez?

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a. A preferência pela liquidez indica que os indivíduos não estão preocupados com a posse de recursos, pois o mercado supre a economia com crédito em abundância.

b. O conceito não está diretamente relacionado com a atividade de seguros.

c. Esse conceito indica que as pessoas só abrem mão de seus recursos financeiros mediante o recebimento de alguma remuneração, chamada de juros.

d. Preferência pela liquidez é um conceito abstrato sob o qual não há convicção e nem definição pacífica no ambiente acadêmico.

e. Refere-se à Física e estuda o impacto dos fluídos nas roupas dos seres humanos.

Resposta correta: Esse conceito indica que as pessoas só abrem mão de seus recursos financeiros mediante o recebimento de alguma remuneração, chamada de juros.

Comentário resposta correta: o conceito de preferência pela liquidez é exatamente o apresentado nessa alternativa, pois só dispensamos a posse temporária de nossos recursos financeiros caso haja alguma associação com uma remuneração.

Correto

Notas relativas a este envio: 1/1.

Question 2

Notas: 1

Como são definidas as taxas de juros?

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a. Taxas simples e compostas.

b. Taxas nominais e efetivadas.

c. Taxas cumulativas e nominais.

d. Taxas de juros e inflação.

e. Taxas nominais, efetivas e reais.

Resposta correta: Taxas nominais, efetivas e reais.

Comentário resposta correta: Nessa aula-tema, foram tratadas as diferenças entre as taxas de juros nominais, taxas efetivas e taxas reais.

Correto

Notas relativas a este envio: 1/1.

Question 3

Notas: 1

Qual o significado de juros reais?

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a. São as taxas reais acrescidas da inflação.

b. São as taxas de juros efetivas descontadas a inflação.

c. São as taxas informadas pelas instituições fornecedoras do crédito.

d. São as taxas fornecidas pelo Governo.

e. São as taxas nominais descontadas a inflação.

Resposta correta: São as taxas de juros efetivas descontadas a inflação.

Comentário resposta correta: A definição de taxas de juros reais indica que são as taxas efetivas praticadas pelo mercado, mas descontadas a inflação projetada para o período equivalente ao período praticado para as taxas efetivas.

Correto

Notas relativas a este envio: 1/1.

Question 4

Notas: 1

Quais são os elementos que formam os juros?

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a. Os juros são formados por dinheiro a prazo.

b. Considera-se o custo do dinheiro à vista.

c. Apenas os prazos são considerados na determinação das taxas de juros.

d. Apenas o risco é elemento relevante na determinação das taxas de juros.

e. Os juros são formados da preferência pela liquidez, prazo do empréstimo e risco associado ao evento.

Resposta correta: Os juros são formados da preferência pela liquidez, prazo do empréstimo e risco associado ao evento.

Comentário resposta correta: Para determinarmos as taxas de juros, devemos sempre considerar o fator risco, que implica taxas sempre maiores na medida em que o risco aumenta, no período de duração dos empréstimos e no desejo pela liquidez, que determina que o poupador exigirá uma remuneração para abrir mão da posse do capital.

Correto

Notas relativas a este envio: 1/1.

Question 5

Notas: 1

Todas as instiuições de crédito estão obrigadas a forncecer que tipo de informação ao cliente?

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a. A taxa de inflação.

b. A taxa nominal da operação.

c. Qualquer taxa de sua preferência.

d. A taxa efetiva da operação.

e. A taxa real da operação.

Resposta Correta: A taxa efetiva da operação.

Comentário resposta correta: As instituições normalmente forneciam taxas nominais e anuais. Com a capitalização mensal, há uma enorme diferença entre as taxas informadas e as realmente cobradas. O fornecimento das taxas efetivas corrigiu esta distorção, permitindo que as pessoas que não sabem efetuar corretamente os cálculos agora recebam a informação.

Correto

Notas relativas a este envio: 1/1.

Question 6

Notas: 1

Como a Atividade Atuarial se relaciona com os juros?

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a. A Atividade Atuarial, pela sua complexidade, tem outras maneiras de cálculo que compensam a falta de informações sobre as taxas de juros.

b. É uma simples relação de fruição.

c. A Atividade Atuarial utiliza os cálculos de juros para determinar o impacto dos mesmos no caixa das seguradoras e nos preços dos seguros, visto que as atividades envolvem fatores de risco e são efetuadas ao longo de períodos extensos.

d. Apenas os juros reais interessam na Atividade Atuarial, pois eles já desconsideram o efeito pernicioso da inflação.

e. Apesar de haver relação entre a Atividade Atuarial e as taxas de juros, ela não é importante e não afeta os negócios no ramo de seguros.

Resposta Correta: A Atividade Atuarial utiliza os cálculos de juros para determinar o impacto dos mesmos no caixa das seguradoras e nos preços dos seguros, visto que as atividades envolvem fatores de risco e são efetuadas ao longo de períodos extensos.

Comentário resposta correta: Na atualidade, a maior parte das operações tem em sua composição o impacto dos juros. O conhecimento deste fenômeno permite evitar prejuízos de ordem financeira.

Aula-tema 03: Seguros: Elementos e Definições

Vimos nas aulas anteriores uma breve definição do produto seguro. Nesta aula-tema, teremos a oportunidade de falar um pouco mais sobre este assunto, aprofundando as definições e identificando os principais produtos que o mercado segurador oferece atualmente ao público em geral, com ênfase no mercado segurador brasileiro.

Para começar, vamos falar brevemente da história do seguro. O ponto fundamental é a necessidade de proteção, já presente desde os primórdios da humanidade. Com o passar dos anos, o desejo em proteger-se foi estendido ao patrimônio. Assim, de acordo com os historiadores, surge por volta do ano 1700 AC, no código de Hamurabi, os primeiros indícios do seguro. Esse código conta com a presença de um conjunto organizado de leis civis, militares, comerciais e políticas, mas também apresenta a criação de uma associação cujo propósito era o de fornecer uma nova embarcação para quem a perdesse em uma tempestade ou um novo burro ao comerciante que perdesse o seu. Essa prática é exemplar para a demonstração das preocupações com as perdas patrimoniais e a necessidade de criação de um mecanismo de proteção.

Estudos mais minuciosos da história nos levaram a perceber uma série de atitudes tomadas pelos homens, ao longo do tempo, com o intuito de reduzir a exposição ao risco, como as divisões de cargas em vários burros e a adoção de caminhos diferentes para minimizar as possíveis perdas. Contudo, foi no Império Romano que se registrou o que seria a primeira organização para pagamento de pensões aos soldados feridos em batalha ou para aqueles que atingissem a idade limite para a prática do serviço militar. Há outros indícios na primeira metade do segundo milênio, mas é a partir da Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra do século XVII, que o seguro passa a tomar a forma como o conhecemos nos dias de hoje. É nessa época em que surge a lendária companhia inglesa Lloyd’s, que surgiu especializada nos seguros marítimos e, posteriormente no século XX, foi a seguradora do Titanic. O desenvolvimento do estudo da estatística por meio dos estudos de Pascal ajudou no incremento da atividade.

Apesar da riqueza da história do seguro, podemos dar um pequeno salto para o ano de 1808, quando a companhia Boa-Fé torna-se a primeira seguradora em terras brasileiras. O Código Comercial, promulgado em 1850, estabelece as bases dos direitos e deveres a serem seguidos na atividade seguradora, embora apenas para os seguros marítimos. O primeiro sindicato de corretores surge em 1932 e o primeiro sindicato das seguradoras em 1933, ambos no Rio de Janeiro. A regulamentação da profissão de corretor de seguros surge em 1964, com a Lei nº 4.594.

Antes, em 1939, por meio do Decreto-Lei nº 1.186, foi criado o Instituto de Resseguros do Brasil. Com o Decreto-Lei nº 73, de 1966, foi instituído o Sistema Nacional de Seguros Privados (CNSP) e a Superintendência de Seguros Privados (Susep), responsável pelo controle e fiscalização do mercado de seguros, previdência privada aberta, capitalização e resseguro.

Souza (2002) utiliza-se da definição da Fenaseg para afirmar que os seguros são uma operação que toma forma jurídica de um contrato, em que uma das partes (segurador) se obriga para com a outra (segurado ou beneficiário), mediante o recebimento de uma importância estipulada (prêmio), a compensá-la (indenização) por um prejuízo (sinistro), resultante de um evento futuro, possível e incerto (risco), indicado no contrato. Essa definição abarca os principais componentes do seguro, que são:

• Segurador.

• Segurado.

• Prêmio.

• Indenização.

• Sinistro.

• Risco.

Agora vejamos as definições mais especificas de cada um desses elementos mencionados:

• Segurado: é a pessoa de natureza física ou jurídica que tem interesse em contratar uma proteção para um determinado bem, com valor estipulável e sujeito a risco para benefício próprio ou de terceiros.

• Segurador: é a entidade jurídica, estabelecida conforme a legislação específica do setor, cujo objetivo é assumir o risco do segurado, garantindo a indenização em caso de sinistro, mediante a cobrança de um prêmio.

• Prêmio: chamamos de prêmio o valor cobrado pelo segurador do segurado para que o primeiro assuma os riscos no lugar do segundo. Temos, ainda, a configuração do prêmio puro, que nada mais é do que a valoração do risco, sem a consideração de custos administrativos, custos de carregamento ou qualquer outro tipo de despesa que possa afetar o valor do prêmio. Já o prêmio comercial engloba os valores relativos aos custos operacionais e o prêmio bruto acrescenta ao prêmio comercial os custos financeiros e o de emissão da apólice.

• Indenização: é o valor devido pelo segurador ao segurado caso ocorra algum evento associado ao contrato, que possa significar algum tipo de perda durante a vigência do mesmo.

• Sinistro: é o evento, previsto em contrato, que acarreta perda ao segurado, gerando a expectativa de recebimento de indenização do segurador.

• Risco: todo o evento futuro, cujo acontecimento não é certo, é chamado de risco. Vários são os tipos: alterações de preços, problemas climáticos, destruição total ou parcial do patrimônio, entre outras. O tipo de risco está associado ao objetivo do seguro.

O segmento de seguros oferecidos pelo mercado vem apresentando um crescimento médio acima do crescimento do PIB brasileiro nos últimos anos, e fechou o ano de 2011 com um crescimento de 17,1%. Isso significa que a importância relativa vem aumentando nos últimos anos, atingindo aproximadamente 5,4 % do PIB nos dias atuais. Vejamos a seguir alguns tipos:

• Seguro de Riscos Diversos: é o ramo utilizado quando não existe nenhum tipo específico e nenhuma característica específica previamente conhecida pelo mercado. É uma espécie de laboratório, no qual o segurador fará o teste da conveniência em estabelecer uma nova modalidade de seguro ainda não existente. É muito utilizado para seguro de máquinas, equipamentos, obras de arte, instrumentos musicais, equipamentos de som e bens dessa natureza.

• Seguro Incêndio: é o seguro tradicional de incêndio, contratado para proteção do patrimônio contra incêndios de qualquer natureza, proteção contra raios, explosão de gás, podendo ter complementos para outros riscos associados, como eventos com causas não previstas no contrato tradicional, como: vendavais, incêndios em áreas rurais, granizo, queda de aeronave e outros da mesma natureza, que são consideradas coberturas acessórias ou opcionais. As seguradoras oferecem produtos específicos para essas modalidades.

• Seguro de Lucros Cessantes: uma empresa, quando opera de modo regular, tem uma expectativa de lucros futuros decorrentes de suas atividades operacionais, mas caso algo ocorra (em decorrência de sinistros cobertos) e sua atividade seja comprometida, os lucros podem sofrer uma queda. Assim, uma empresa pode efetuar um seguro de lucros cessantes, que protege a empresa desse tipo de perda, caso algo comprometa sua atividade operacional.

• Seguro de Automóvel: é o produto mais popular e conhecido, forma pela qual muitas pessoas acabam familiarizadas com a lógica do seguro. Associa-se a este seguro um conjunto de outros seguros, como:

• Seguro de Responsabilidade Civil Facultativa de Veículos (RCF-V): dividido em Danos Materiais e Danos Corporais, garante aos terceiros indenizações que o segurado é obrigado a pagar, seja por danos materiais ou corporais.

• Carta Verde: é o seguro obrigatório dos veículos brasileiros que transitam pelo Mercosul.

• Seguro de Acidentes Pessoais de Passageiros (APP): é o que cobre, limitado ao valor de contratação da cobertura, as despesas com acidentes que levem à morte, invalidez ou necessidade de tratamento médico, para cada ocupante do veículo.

• Valor de Mercado Referenciado ou Valor Determinado: são os seguros ligados à indenização das perdas com o veículo em si. No primeiro caso, o valor é variável, e são utilizadas tabelas como FIPE ou Molicar para determinar o valor a ser indenizado. No segundo caso, o valor é fixo, sendo definido pelo segurado no momento da contratação do seguro, mas deve ter o aval da seguradora.

• Seguro de Responsabilidade Civil Geral: é decorrente da prática de ato ilícito, em conformidade com o exposto no Código Civil, artigo 186.

Conceitos Fundamentais

Ato ilícito: ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, que viole direito ou cause prejuízo a outrem, ainda que exclusivamente moral.

Franquia: cota corresponde ao valor de risco assumido pelo segurado, reduzindo, desta forma, o valor do seguro.

PIB: medição da riqueza total produzida em um ano, dentro do país.

Você realiza essa atividade individualmente por meio de um roteiro de trabalho que requer diferentes níveis cognitivos para sua solução. O objetivo é fixar, aprofundar e aplicar os conceitos estudados.

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IMPORTANTE: Esta atividade vale 4,0 pontos e será avaliada pelo seu tutor para compor a nota 1º bimestre. Você deverá postá-la no campo indicado ao final da página.

Lembre-se do prazo de entrega indicado em Orientações sobre Avaliação e Frequência e também no rodapé dessa página.

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Bom trabalho!

Aula-tema 03: Seguros: Elementos e Definições

Passo 1: Pesquise uma seguradora que atue no mercado brasileiro, podendo ser de capital nacional ou não. Nesse procedimento, deverão ser levantados os seguintes dados:

• Razão Social;

• Endereço na matriz;

• Registro na Susep;

• Ranking que ocupa.

• Histórico da companhia.

Levante o endereço da empresa na Internet e navegue pelo site, buscando as informações sobre o mercado de atuação, sua participação no mercado e os produtos que a companhia mais destaca.

Para tanto, pesquise no site da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização – Cnseg) a seguir para ajudar na escolha de uma companhia. Disponível em: http://www.cnseg.org.br/cnseg/home.html. Acesso em 10 jan. 2014.

Em seguida, acesse o site Tudo sobre Seguros, da Escola Nacional de Seguros, e identifique os principais produtos do mercado em geral. Disponível em: http://www.tudosobreseguros.org.br/sws/portal/pagina.php?l=575. Acesso em: 12 nov. 2012.

Passo 2: Com base nos sites acima, faça uma comparação das informações disponibilizadas pela empresa com os dados coletados sobre o mercado e comente as suas impressões sobre a atuação da companhia dentro do contexto. Leve em consideração alguns aspectos em seu texto:

• Procure identificar se a companhia dá destaque especial para algum item ou para alguma família de produtos.

• Pesquise também informações, no próprio site da companhia, sobre sua participação no mercado.

• Aqui é de fundamental importância o levantamento das páginas consultadas no site da companhia para a identificação do conteúdo solicitado.

Passo 3: Elabore a versão final do texto, em forma de um texto entre 02 a 03 páginas (Fonte Arial 12, espaço 1,5, justificado), com os dados da seguradora coletados no Passo 1, e com as informações sobre a atuação da seguradora no mercado, com destaque para os principais produtos destacados pela empresa, em seu site e em outras fontes, se houver.

Importante: Para a estruturação da atividade, utilize o template disponibilizado (Clique Aqui).

1

Notas: 1

Um dos primeiros documentos conhecidos na História a fazer referências a uma espécie de seguros é:

Escolher uma resposta.

a. Código Comercial, promulgado em 1850.

b. O Código de Hamurabi, de 1700 AC.

c. Tratado de Versailles.

d. Decreto-lei nº 73, de 1966 que instituiu a Susep.

e. A Lei Áurea.

Resposta correta: O Código de Hamurabi, de 1700 AC

Comentário sobre a resposta correta: O Código de Hamurabi é o documento mais antigo de que se tem notícia a fazer referência explícita à cobertura por perdas de patrimônio, em determinadas circunstâncias, o que é semelhante ao modelo dos seguros atuais

Correto

Notas relativas a este envio: 1/1.

Question 2

Notas: 1

A introdução dos seguros no Brasil deu-se:

Escolher uma resposta.

a. com a Lloyds, a primeira empresa a oferecer seguros marítimos no Brasil, determinando a criação desse mercado.

b. através do Código Comercial de 1850.

c. apenas com a criação da Susep, superintendência de seguros privados, é que podemos admitir a inserção do mercado segurador no Brasil.

d. com a constituição outorgada por Dom Pedro I, que foi a primeira a fazer referência ao mercado segurador.

e. com a vinda da Família Real ao Brasil em 1808 e a criação da companhia Boa Fé.

Resposta correta: com a vinda da Família Real ao Brasil em 1808 e a criação da companhia Boa Fé.

Comentário sobre a resposta correta: Até a vinda da família Real ao Brasil não existe referência de nenhuma companhia seguradora operando no Brasil, até a fundação da companhia Boa Fé, em 1808;

Correto

Notas relativas a este envio: 1/1.

Question 3

Notas: 1

Não constituem elementos do seguro:

Escolher uma resposta.

a. Prejuízo, beneficiário e prêmio.

b. Segurador, risco e sinistro;

c. Risco, sinistro e segurado;

d. Sinistro, prazo e risco;

e. Segurado, prêmio e indenização;

Resposta correta: Sinistro, prazo e risco;

Comentário sobre a resposta correta: Embora o sinistro e o risco sejam elementos constituintes do seguro, o prazo não o é, apesar de se fazer uma referência temporal indeterminada.

Correto

Notas relativas a este envio: 1/1.

Question 4

4

Notas: 1

A franquia é:

Escolher uma resposta.

a. a parcela de risco assumida pelo segurador.

b. a parcela de risco assumida pelo segurado.

c. diminui com a utilização do seguro.

d. é o valor que pode ser deduzido do prêmio.

e. facultativa.

Resposta correta: a parcela de risco assumida pelo segurado.

Comentário sobre a resposta correta: A franquia é um conceito amplamente difundido nos seguros de automóveis e representa valores de responsabilidade do segurado.

Question 5

Notas: 1

Com relação ao mercado segurador e a economia brasileira, podemos afirmar que:

Escolher uma resposta.

a. a relação com o PIB é importante porque demonstra que o mercado segurador apresentou índices de crescimento maiores que os da economia como um todo.

b. não há relação direta entre os dois.

c. existem outras formas de discutir a importância do mercado segurador que não o PIB.

d. apesar do grande crescimento registrado nos últimos anos, sua participação no PIB ainda é pequena.

e. o crescimento modesto da economia nos anos de 2011 e 2012 levou o mercado segurador a uma situação de estagnação.

Resposta correta: a relação com o PIB é importante porque demonstra que o mercado segurador apresentou índices de crescimento maiores que os da economia como um todo;

Comentário sobre a resposta correta: Estabelecer comparações do tamanho de determinada atividade econômica com o PIB é uma forma de uso corrente em todo o mundo para determinar a importância relativa do setor em questão.

Correto

Notas relativas a este envio: 1/1.

Question 6

Notas: 1

Considerando a definição de seguro e de seus elementos componentes, podemos concluir que:

Escolher uma resposta.

a. o mercado segurador brasileiro é muito jovem e, consequentemente, pouco desenvolvido.

b. as empresas de seguro são altamente lucrativas devido à baixa incidência de sinistros;

c. os seguros são um produto muito bem estruturado, com legislação específica relevante, importante na economia brasileira, com uma história rica e contribui para a geração de riqueza em nosso país.

d. graças à evolução dos seguros e sua legislação, todos têm algum tipo de seguro no Brasil.

e. a legislação brasileira, associada com a elevada carga tributária, é fator de forte inibição ao desenvolvimento do mercado.

Resposta correta: os seguros são um produto muito bem estruturado, com legislação específica relevante, importante na economia brasileira, com uma história rica e contribui para a geração de riqueza em nosso país.

Comentário sobre a resposta correta: A evolução do mercado segurador no Brasil é grande e tem se intensificado nos últimos anos, considerando-se o volume de negócios e a quantidade de novos produtos lançados no mercado.

Aula-tema 04: Riscos, Cosseguro, Resseguro, Retrocessão e Fraude.

Já temos uma boa ideia do significado de risco, que é sempre o associado à ideia de uma possível perda. É certo que esta definição é um pouco restrita, mas absolutamente válida para o papel em que os segurados se encontram. Vamos expandir um pouco este conceito, para termos visão mais ampla do tema.

A situação de risco corresponde ao desconhecimento com relação aos eventos futuros, indicando a impossibilidade de determinação efetiva da possibilidade de ocorrência de um fato. Essa situação pode estar presente no desconhecimento sobre um investimento, uma vez que não podemos afirmar precisamente se ele trará lucro ou prejuízo. Assim, o risco, apesar de associado a perdas, também pode se referir às expectativas de ganhos.

Tanto quanto o mercado segurador, o mercado financeiro se depara com esta situação, pois investidores querem colocar seu dinheiro em empreendimentos que possam significar lucros futuros. Contudo, como determinar se um investimento trará resultado positivo ou prejuízos? A esta situação associa-se a questão do risco, por conta da possibilidade de resultados diversos. Ou seja, a impossibilidade de definição exata do que acontecerá futuramente leva os investidores a utilizarem ferramentas que possam deixar a situação mais clara, ao levar em consideração as diversas possibilidades. Algo semelhante ocorre com o mercado segurador, pois não podemos definir se um determinado sinistro irá ou não ocorrer. A grande diferença é que temos o mutualismo nos seguros e, nos investimentos, temos a diversificação.

Nos dois casos, a estatística é a ferramenta mais utilizada, pois é a partir dos conceitos desta ciência que podemos determinar as chances de ocorrência de eventos futuros e, com as conclusões, diminuir o risco. Infelizmente, a redução do risco a zero não é possível; apenas podemos tentar seu gerenciamento e contingenciá-lo. Houve recentemente um movimento que considerou que os riscos poderiam ser absolutamente controláveis com o uso adequado de modelos estatísticos. Infelizmente, isso não era verdadeiro e produziu enormes perdas para bancos e seguradoras, permitindo o surgimento de vasta referência bibliográfica e filmes que retrataram esses fatos (como o filme Trabalho Interno, documentário de 2010 que tratou da crise imobiliária e bancária norte-americana), demonstrando contínua situação de risco quando consideramos eventos futuros.

Por questões da natureza do seguro, o risco presente pode ser conduzido de modo mais eficiente do que no mercado financeiro, pois o mutualismo pode ser facilmente administrado. Isto é apenas uma regra geral, já que nem sempre as seguradoras desempenham um bom papel na determinação do risco. Em muitas situações, a perspectiva de grandes prêmios, ou a necessidade de aumentar receitas ou lucros, faz com que os riscos assumidos sejam por demais elevados. Não é difícil observar que a aceitação de riscos em nível maior que o suportável pode levar à intervenção e liquidação da seguradora.

Uma forma muito utilizada para que as seguradoras possam reduzir sua exposição ao risco é a prática do cosseguro. Quando uma seguradora percebe uma situação em que o risco é muito elevado, esse fator pode ser dividido em mais de uma companhia, com a emissão de tantas apólices quantas forem necessárias às seguradoras participantes ou uma única apólice conjunta, na qual uma seguradora será denominada Seguradora Líder. Nesse último caso, cada seguradora continua sendo responsável pela parte do risco que assumiu perante o segurado. Assim, a indenização em caso de sinistro será proporcional ao valor do prêmio recebido.

Existem dois tipos de cosseguro. O primeiro é chamado de facultativo e ocorre com a anuência do segurado entre duas ou mais seguradoras, sem vínculo entre si. O outro tipo é o obrigatório, ocorrendo sem consulta ao segurado, entre seguradoras que tenham vínculo acionário entre si. Nesse caso, as seguradoras tornam-se devedoras solidárias, caso uma não possa honrar seu compromisso.

Chamamos de Resseguro a operação em que uma seguradora, após avaliação de risco excessivo em determinada operação, cede a um Ressegurador uma parte da responsabilidade e do prêmio. Chamamos essa prática de seguro do seguro. Até 2007, apenas o Instituto Brasileiro de Resseguros – o IRB-Re – era a instituição habilitada para efetuar resseguros. A partir de 2008, houve a quebra deste monopólio, com a Lei Complementar 126/07, que permitiu a entrada de Resseguradores Estrangeiros no Brasil, sendo classificados como Locais, Admitidos e Eventuais. A descrição de cada um é a seguinte:

• Local: ressegurador sediado no país, constituído sob a forma de sociedade anônima, que tenha por objeto exclusivo a realização de operações de resseguro e retrocessão.

• Admitido: ressegurador sediado no exterior, com escritório de representação no país. Empresas classificadas nessa categoria são obrigadas a ter escritório de representação no Brasil.

• Eventual: empresa resseguradora estrangeira sediada no exterior, sem escritório de representação no país e que tenha sido cadastrada na Susep para exercer a atividade, realizar operações de resseguro e retrocessão.

O resseguro pode ser facultativo quando as seguradoras escolhem quais seguros querem ceder à resseguradora, que por sua vez também pode escolher quais riscos deseja assumir. Essa é uma operação comercial normal que deve satisfazer tanto a seguradora quanto a resseguradora. Caso contrário, a seguradora assume o risco total. Outra forma de ocorrência do resseguro é o resseguro automático. Este tipo de procedimento ocorre sempre que houver acordo com a resseguradora para que esta assuma parte dos riscos ou nos casos em que houver o chamado excedente de responsabilidade (valor excedente aos níveis de retenção).

Retrocessão é o mecanismo que permite ao ressegurador repassar parte do risco assumido a outro ressegurador ou a outra seguradora com o objetivo de diminuir os riscos. Cabe ressaltar que tanto o ressegurador quanto o retrocessionário têm obrigações apenas com as partes que efetuaram a cessão ou retrocessão, respectivamente.

Conforme vimos anteriormente, o mercado segurador adota o mutualismo como meio de redução de seus riscos, mas isso nem sempre é suficiente para manter a seguradora operando em níveis confiáveis e sustentáveis. Assim, as empresas podem adotar algumas práticas para pulverização dos riscos, como a cessão e a retrocessão. Tais práticas têm amparo legal e são, muitas vezes, estimuladas, pois a liquidação de uma seguradora é sempre um evento traumático para o mercado como um todo.

Por fim, há um tema que não pode ser esquecido: a fraude nos seguros. Já foi mencionado que os seguros ocorrem em um ambiente amparado pela lei, no qual se considera que o contrato entre ambas as partes tem como característica a boa-fé. Contudo, lamentavelmente, nem sempre é assim que acontece. A seguir nos deteremos a alguns exemplos em que a boa-fé não está presente, determinando a fraude nos contratos de seguros.

As fraudes podem ocorrer com origem em fraudadores persistentes contumazes, ou seja, aqueles que estão constantemente tentando agir de má-fé, tendo como objetivo obter vantagens indevidas à custa das seguradoras. Nestes casos é normal que o seguro seja efetuado com o interesse prévio de fraude, envolvendo indenizações expressivas. Outro tipo de fraudador é o chamado oportunista. Este age circunstancialmente, normalmente de acordo com uma situação específica e particular, inexistindo a intenção prévia da fraude. Cabe ressaltar que em ambos os casos ocorre o crime, previsto no código penal brasileiro.

Em muitos casos de fraude, devido aos baixos valores de indenização, as seguradoras optam pela não investigação do caso por questões de natureza econômica. Fato é que se torna complexa a determinação antecipada do que poderia ser ou não uma fraude. Assim sendo, as investigações são feitas em casos específicos, especialmente quando os valores de indenização são elevados. Graças ao volume elevado de fraudes, muitos sinistros são pagos indevidamente, ocasionando em prêmios maiores para os segurados, penalizando a todos. Oficialmente, as fraudes representam aproximadamente 1,5% do total de sinistros, mas as estimativas elevam este número a 10%.

No caso dos seguros de automóveis, temos fraudes no preenchimento de formulários, omissões de avarias preexistentes, aumento dos danos do sinistro, superfaturamento de orçamentos e farsa nos sinistros, como o falso roubo do automóvel.

Os preenchimentos indevidos ou propositadamente errôneos podem ser verificados em quase todos os tipos de seguros. Incêndio criminoso, doenças inexistentes, troca de cirurgias, remédios superfaturados, exames desnecessários ou exames que não foram efetuados, excesso de consultas, atestados indevidos fornecidos mediante consultas inexistentes ou falsas.

Temos a tendência em pensar que o problema da fraude é específico do Brasil ou de países menos desenvolvidos. Todavia, mesmo em países considerados de primeiro mundo as fraudes atingem níveis muito elevados, sendo que as práticas dos fraudadores são similares em todas as partes. Infelizmente, combater essas práticas é muito difícil e depende sobremaneira de uma atuação conjunta das partes interessadas. Todas as seguradoras têm seu departamento de prevenção à fraude, mas a falta de coordenação entre as companhias diminui a efetividade das ações.

Conceitos Fundamentais

Excedente de responsabilidade: é o valor que extrapola os limites do nível de responsabilidade que pode ser admitido sobre um volume determinado de riscos pela seguradora, conforme suas condições financeiras e contábeis.

IRB-Re: em 1939, foi criado o Institudo de Resseguros do Brasil, um órgão de economia mista atuando como monopólio com o objetivo de regular o resseguro e fomentar operações de seguros em geral pela pulverização do risco. A partir de 2007, o mercado permitiu a entrada de outras resseguradoras, e o IRB alterou seu nome para IRB-Re.

Ressegurador: quando uma seguradora quer reduzir sua exposição ao risco pode efetuar a cessão deste risco a um ressegurador, que pode ou não aceitá-lo. Em casos determinados, essa cessão pode ser obrigatória.

Retrocessionário: quando o ressegurador quiser reduzir seus riscos, pode efetuar a retrocessão do risco para outra resseguradora ou seguradora, que, neste caso, é chamada de retrocessionária.

Seguradora Líder: uma seguradora pode efetuar um seguro com outras seguradoras, emitindo apenas uma apólice. A responsável nomeada na apólice é a Seguradora Líder, ainda que todas as seguradoras participantes do prêmio sejam responsáveis na proporção de sua participação específica.

1

Notas: 1

Quando nos referimos ao risco, estamos sempre pensando em perdas.

Essa afirmação pode ser considerada:

Escolher uma resposta.

a. incorreta, pois riscos não se referem a perdas.

b. correta, mas os riscos podem ser evitados com estratégias específicas.

c. Nenhuma das demais alternativas justifica adequadamente a afirmação.

d. correta, caso tais perdas sejam apenas financeiras.

e. incorreta, pois riscos podem estar associados a ganhos.

Resposta correta: Incorreta, pois riscos podem estar associados a ganhos;

Comentário sobre a resposta correta: Risco é um conceito associado a variações de resultados futuros, tanto positivos como negativos. Quando existe a certeza de perda, não podemos falar em risco, mas simplesmente em prejuízos.

Correto

Notas relativas a este envio: 1/1.

Question 2

Notas: 1

Sobre riscos, mercado segurador e sistema financeiro, pode-se afirmar que:

Escolher uma resposta.

a. não há nenhuma relação entre ambos os conceitos.

b. no mercado segurador, o risco sempre se refere a perdas e no mercado financeiro, a ganhos.

c. o mercado segurador, pela lógica do mutualismo, tem um artifício a mais para diminuir do risco.

d. o risco do mercado segurador é completamente diferente do financeiro, o que determina a utilização de estratégias idênticas para o seu combate.

e. o risco está presente tanto no mercado segurador como no financeiro, com impacto semelhante.

Resposta correta: o mercado segurador, pela lógica do mutualismo, tem um artifício a mais para diminuir do risco;

Comentário sobre a resposta correta: O mutualismo é o conceito básico da presunção de assunção do risco, pois é através deste mecanismo que o risco pode ser dividido entre todos e ter um valor de mercado aceitável;

Correto

Notas relativas a este envio: 1/1.

Question 3

Notas: 1

Quando uma seguradora assume riscos elevados, pode-se:

Escolher uma resposta.

a. em caso de sinistro, repassar os custos para outras seguradoras em uma operação de retrocessão.

b. efetuar uma operação de cosseguro.

c. em caso de sinistro, efetuar o resseguro.

d. esperar que o sinistro não ocorra.

e. acionar a Susep, caso a seguradora não tenha os recursos.

Resposta correta: efetuar uma operação de cosseguro.

Comentário sobre a resposta correta: Uma das possibilidades que as companhias seguradoras têm para diminuir o risco são as operações de cosseguro, em que várias companhias fazem parte deste risco simultaneamente.

Correto

Notas relativas a este envio: 1/1.

Question 4

Notas: 1

A retrocessão pode ser explicada como segue:

Escolher uma resposta.

a. É um mecanismo que só pode ser efetuado com anuência da Susep.

b. É o mecanismo que permite ao ressegurador repassar parte do risco assumido a outro ressegurador ou a outra seguradora.

c. A retrocessão é o mecanismo que permite ao segurador cancelar o seguro caso seja comprovada a fraude.

d. A retrocessão é equivalente ao cosseguro.

e. Em casos de risco muito elevado, a seguradora, com a anuência do segurado, pode partilhar o risco com outras seguradoras, formando um “pool”.

Resposta correta: É o mecanismo que permite ao ressegurador repassar parte do risco assumido a outro ressegurador ou a outra seguradora;

Comentário sobre a resposta correta: Trata-se de mais uma modalidade que permite a redução dos riscos elevados por ventura assumidos por companhia seguradora.

Correto

Notas relativas a este envio: 1/1.

Question 5

Notas: 1

Um tema que preocupa as companhias seguradoras, não apenas no Brasil, mas no mundo todo, e que produz pesadas perdas e afeta os cálculos, é/são:

Escolher uma resposta.

a. as fraudes.

b. a inadimplência.

c. as tabelas de mortalidade.

d. a Legislação do IRB.

e. o Valor dos prêmios cobrados.

Resposta correta: as fraudes.

Comentário sobre a resposta correta: Infelizmente, informações extraoficiais indicam que as fraudes podem atingir até 25% dos sinistros, em termos mundiais. Este fato penaliza a todos os segurados, elevando o valor dos prêmios.

Correto

Notas relativas a este envio: 1/1.

Question 6

Notas: 1

Sobre as fraudes nos seguros, é correto afirmar que:

Escolher uma resposta.

a. as fraudes apresentam baixo nível oficial, mas atingem até 25% dos prêmios que apresentam problemas de controle e impacto negativo, além de prejudicar os segurados de menor poder econômico, devido aos altos custos do prêmio.

b. é impossível diminuir esse tipo de crime.

c. apesar de crime, dada a baixa incidência oficial, a ocorrência de fraude não afeta o resultado das seguradoras e nem os prêmios;

d. os estudos indicam que as fraudes oficiais situam-se em torno de 1,5% do total dos sinistros, o que indica um baixo impacto nas seguradoras;

e. os baixos índices de fraudes deve-se a atuação firme das seguradoras;

Resposta correta: as fraudes apresentam baixo nível oficial, mas atingem até 25% dos prêmios que apresentam problemas de controle e impacto negativo, além de prejudicar os segurados de menor poder econômico, devido aos altos custos do prêmio.

Comentário sobre a resposta correta: As fraudes são um dos fatores mais complexos para as seguradoras, pois todas são obrigadas a ter departamentos de fiscalização, o que representa ainda mais custos para os segurados.

Aula-tema 05: Introdução à Matemática Atuarial

Agora que já acumulamos um conjunto de informações relevantes sobre o mercado ao qual se destina a Matemática Atuarial, ou seja, o mercado segurador, poderemos avançar em nossos conceitos e discutir o seu significado de modo mais particular. Nessa aula-tema, aprofundaremos os conceitos mais importantes da nossa disciplina, como a esperança matemática e as tábuas de mortalidade.

Podemos começar relembrando que o mercado segurador trabalha com situações futuras, ou seja, as proteções contratadas são para eventos futuros cuja ocorrência não pode ser determinada de forma exata. Tomando como exemplo o seguro de um automóvel, não podemos definir perfeitamente se ocorrerão danos e nem podemos determinar sua extensão, caso estes ocorram. É para casos assim, de indefinição de valores, que utilizamos o conceito de esperança matemática, que vem a ser algo relativamente simples, como veremos no exemplo a seguir.

Consideremos a situação de uma rifa cujo prêmio é uma nota de R$ 100,00 e quem vencer o sorteio fica com o dinheiro. Caso existam 100 números, podemos afirmar que o valor de cada número é R$ 1,00. Quem for efetuar o sorteio irá querer um valor acima de R$ 1,00 por número. Mas para quem compra a rifa, o preço a ser pago deveria ser de, no máximo, R$ 1,00, que é a esperança matemática. Em outra situação em que você disputa um par ou impar valendo R$ 50,00, a esperança matemática é de R$ 25,00, pois você tem 50% de chances de ganhar R$ 50,00 e 50% de chances de não ganhar nada. Calculando a média, a esperança é de R$ 25,00, conforme indicado.

Eventos futuros não têm valores predeterminados, mas existem hipóteses de valores possíveis, associados a probabilidades (chances, possibilidades). A ponderação desses valores é a chave do problema para que possamos calcular os valores mais aproximados do verdadeiro preço do produto. Assim, um seguro de um automóvel, com valor de R$ 25.000,00 e 5% de chances de perda total, produziria um prêmio puro de R$ 1.250,00. A este prêmio devem ser acrescidos os demais custos e despesas inerentes ao processo. Estabelecendo uma relação direta com os assuntos vistos em aulas anteriores, podemos afirmar que o cálculo do valor do veículo é relativamente fácil, pois existem várias fontes para determinar o valor de um bem como um automóvel, mais especificamente as tabelas de valores de veículos usados. No caso de veículos novos, temos o valor da nota fiscal de venda. O maior problema está na determinação da probabilidade de perda total que, neste exemplo, foi arbitrada em 5%.

Para se chegar a esse percentual, entra aqui a Matemática Atuarial e bem como a importância da Estatística nesse processo. Calcular as chances de ocorrência de um determinado evento só pode ser feito caso haja um conjunto de dados para análise, eventos passados que são usados para que se possa determinar as chances futuras. Mas, em muitos casos, os eventos não são perfeitamente conexos, o que obriga a utilização de aproximações e determinação de pesos e probabilidades calculadas de forma menos objetiva. Ainda assim, as seguradoras optam pela confiança em seus estudos e determinam os prêmios, considerando um determinado nível de risco. Nos casos em que o risco é muito elevado, as seguradoras podem utilizar as ferramentas estudadas em aula anterior, como o cosseguro e o resseguro.

Como podem proceder as seguradoras nos casos de seguros de vida ou de produtos para complementação de renda, se não temos como afirmar o tempo de vida de uma pessoa? Aqui as probabilidades serão igualmente utilizadas para cálculo dos prêmios puros. O processo utilizado é a chamada Tábua de Mortalidade ou Tábua Biométrica. Um levantamento estatístico muito bem elaborado, com elevado nível de precisão, indica uma população inicial geralmente de 100.000 indivíduos e considera as mortes ano a ano, até a idade de aproximadamente 100 anos.

Nessa tabela, temos, então, o nascimento de 100.000 indivíduos no ano 0. Ano após ano, são computadas as mortes até a idade de 100 anos, quando poucos restarão vivos. Os dados relativos às mortes vão sendo computados ano a ano, e um quociente de óbitos é obtido para cada faixa de idade. Com esses dados, podemos determinar as chances que um indivíduo tem de morrer em determinado período, ou mesmo determinar qual a expectativa de vida do mesmo de acordo com a idade que possui em determinado momento. Com base nessas probabilidades, os prêmios são determinados, tanto para os seguros de vida como os de rendas complementares. As tábuas de mortalidade são compostas por várias colunas, e cada uma delas tem uma função específica e determina os cálculos de maneira rápida e precisa. Convém considerar que a constituição dessas tabelas é muito complexa e, geralmente, são feitas por autoridade estatística competente.

No Brasil temos algumas considerações a fazer a respeito do uso dessas tabelas. Primeiramente, lembramos que apenas recentemente o Brasil desenvolveu sua própria tabela, baseada nos dados de vida e morte do Brasil, conforme se verifica pela Circular Susep nº 402 de 18 de março de 2000 (Disponível em:http://www2.susep.gov.br/bibliotecaweb/docOriginal.aspx?tipo=1&codigo=26529. Acesso em: 05 dez. 2012). Apesar disso, essa tabela ainda não está em uso corrente em nosso país. Para mais informações sobre esta tábua, acesse o Saiba Mais.

Sabemos que as características de vida se alteram conforme o sexo e o local onde as pessoas vivem, além de questões de renda que também podem afetar os resultados. Contudo, considerando as enormes dificuldades no levantamento dos dados e a complexidade na criação de tais tabelas, existe uma relativa padronização das informações. Para fins didáticos, as tábuas mais relevantes são a CSO-58, AT-83 e A

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