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O PROJETO DO SERVIÇO SOCIAL

Por:   •  28/4/2022  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.568 Palavras (11 Páginas)  •  132 Visualizações

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BENEDITA LEMES DE JESUS

QUILOMBOS EM MATO GROSSO: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

CUIABÁ/MT

2021

RESUMO

No Brasil surgiu várias edificações de quilombos de norte a sul do território brasileiro, o principal quilombo registrado pela a história do Brasil foi o Quilombo de Palmares que e teve a liderança de Zumbi dos Palmares. Mas aqui em Mato grosso tivemos a proliferações de uma serie de quilombo, tanto ao longo do século XVIII, quanto também ao longo do século XIX. Pretende-se abordar de forma minuciosa essa luta empreendida por essas comunidades quilombolas que resistiam aquela opressão, aos mal tratos, aos castigos físicos e buscavam novas alternativas de vida, lutavam pela libertada muitas vezes chegavam a morrer, mas lutavam pela liberdade. Os quilombos eram redutos de escravos foragidos. A metodologia aplicada para desenvolvimento do referencial teórico caracteriza-se como pesquisa bibliográfica, tendo referência de estudos realizados através de obras bibliográficas no qual estão referenciadas, produções cientifica sobre o tema, como artigos e produções acadêmicas. Esse é um tema extremamente relevante portanto é importante dizer que a existência de quilombos marcou de forma indelével a história de Mato grosso, eles se refugiavam no interior formando comunidades autônomas, comunidades estas que escapavam do controle colonial, do controle metropolitano, tanto durante o século XVIII, quanto durante o século XIX.

INTRODUÇÃO        

O Brasil possui 3.475 comunidades remanescentes de quilombos. Os quilombos são os descendentes e remanescentes de comunidades formadas por escravizados fugitivos, entre o século XVI e o ano de 1888, mas não eram apenas formados por negros fugitivos, eles eram comunidades multiétnicos, lá estavam além dos negros fugitivos, os indígenas, livres pobres e desertores das guerras, ou seja, a população dos quilombos eram heterogêneo. 

Os quilombos simbolizam a organização de homens e mulheres que se recusavam a viver sob o regime da escravidão e desenvolviam ações de rebeldia e luta contra esse sistema (MUNANGA E GOMES,2006).

Os quilombos eram comunidades formadas por todos aqueles que fugiam da ordem vigente. 

“Os quilombos eram comunidades que tinham modos de vida, história, memória, mitos e formas de expressão próprias, que os distinguiam das sociedades de grande formato e de outros grupos existentes no Brasil. Além disso, tinham também um passado e uma memória ligados à opressão e à escravidão” (Notícias do STF, 18/04/2012)

Eles proliferaram em terras mato-grossenses, tanto durante o século XVIII, quanto ao longo do século XIX, eles representaram a mais vigorosa resistência da camada dominada a principal forma de resistência à ordem social vigente foi a constituição dos quilombos.

Como resistência à escravidão, as fugas foram constantes, sendo individuais ou coletivas, formando diversos quilombos. Por ocasião da presença da capital” Vila Bela da Santíssima Trindade” a região do vale do rio Guaporé foi onde houve maior concentração dessas aldeias de escravos fugitivos (SIQUEIRA ,1997).

Segundo Siqueira (2002,13) essa é uma características que marcou de forma indelével a história de Mato Grosso a edificação de diversas comunidades quilombolas ao longo dos períodos colonial e imperial.

Segundo Oliveira (2017, p. 47), o Quilombo do Piolho ou do Quariterê é considerado o principal quilombo registrado pela historiografia mato-grossense, localizava-se na região guaporeana, próximo ao rio Piolho, por volta de 1770/1771, nas proximidades da Vila Bela da Santíssima Trindade, que apresentava uma população composta por negros fugitivos, índios Cabixis, além de crioulos e caburés (mestiços). 

A expressão “caburé” (ou “caboré”), que desapareceu dos relatos e dos documentos históricos de Mato Grosso a partir do final do século XIX [1], parece ter indicado uma atribuição mais genérica para os mestiços de índios e negros, enquanto que “cabixi” (presente ainda hoje) pode ter sido uma atribuição mais propriamente aplicada a esses dois povos indígenas, com os quais os negros formavam os seus quilombos, inclusive “dialogando” com as culturas indígenas, através igualmente do rapto de mulheres e crianças, como ficou constatado no quilombo do Piolho e em outros.

Um aspecto interessante sobre esse que é considerado o principal quilombo da história de Mato Grosso é o fato que ele foi governado durante um certo tempo por uma mulher, mostrando ai o protagonismo da mulher. A liderança dessa comunidade foi Tereza de Benguela, chamada pelos quilombolas Rainha Tereza esposa de José Piolho que acabou governando esse quilombo depois que seu marido falecera. Portanto, Tereza de Benguela passou a ser principal liderança do quilombo do Piolho e era assessorada por um gabinete formado por homens. 

Havia rei, mas à época da primeira destruição era governado por uma preta viúva, a Rainha Teresa de Benguela, assistida por uma espécie de parlamentar, com capitão-mor e conselheiro. A alcunha do conselheiro da rainha, José Piolho, transformou-se em uma das designações do quilombo. Nos quilombos de Alagoas e de Minas Gerais, a chefia era masculina e não assumia o caráter de reinado formal, como no quilombo de Vila Bela (BANDEIRA, 1988:118).

A produção voltada para a subsistência eram pequenas roças cultivadas pelos quilombolas cuja produção era destinada ao consumo interno, roças de mandioca, de cará diversos gêneros agrícolas eram cultivados por essa comunidade, além disso criavam pequenos animais destinados a subsistência do grupo. Na religião havia um sincretismo entre religião católica com as religiões de matrizes africanas.

Por volta de (1775-1778) teve a organização das primeiras expedições militares com o objetivo de destruir a comunidade do Piolho, nessa data ocorreu a falência da companhia de comercio Grão-Pará e Maranhão. A companhia Grão-Pará e Maranhão eram responsável pelo abastecimento de escravos em Vila Bela e com a falência dessa companhia tornou-se necessário buscar esses escravos fugitivos, recaptura-los.Com isso tem a destruição do quilombo do Piolho.

Com o passar dos anos teve a edificação da Aldeia Carlota, mais um quilombo edificado junto ao Vale do Guaporé praticamente no mesmo local onde teve a edificação do quilombo do Piolho ou   Quariterê. A Aldeia Carlota era considerada uma espécie de quilombo estatal.

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