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O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NO CENÁRIO CONTEMPORÂNEO

Por:   •  24/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.350 Palavras (10 Páginas)  •  392 Visualizações

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O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NO CENÁRIO CONTEMPORÂNEO

Alexandra Machado Valli

Jennyfer de Paula Azevedo Bouzas

Meire M. de Paula Azevedo Gouveia

Rosângela Cardoso da Silva

RESUMO

Com base na perspectiva marxiana que considera que o trabalho é relação central da transformação da natureza pelo homem e existe independente de qualquer contexto social, Iamamoto (2007) em suas últimas produções elabora uma análise crítica a respeito da dupla dimensão do trabalho do assistente social - como trabalho concreto e abstrato - e as implicações da mercantilização dessa força de trabalho especializada na sociedade contemporânea. Nessa análise, considera-se que a atuação do profissional foi objeto de problematização aprofundada na literatura profissional e que vem privilegiando os fundamentos de legitimação social da atividade do assistente social como trabalho concreto, particularizando sua utilidade social na divisão social e técnica do trabalho institucional.

PALAVRAS-CHAVE: Trabalho do Assistente Social, Projeto Ético Político, Transformações Societárias.

INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como objetivo elucidar o trabalho do assistente social no cenário contemporâneo dissertando sobre sua inserção no mundo trabalho e os princípios que norteiam o Projeto Ético Político do Serviço Social juntamente com as novas configurações do seu ofício a partir da década de 1990. E, por fim, as transformações no mundo do trabalho e o egresso do assistente social como um trabalhador assalariado e submetido ás mesmas condições dos outros trabalhadores.

DESENVOLVIMENTO

Antes de começar a falar sobre o trabalho no atual cenário, é importante ressaltar que, na perspectiva de Marx (1988), trabalho é considerado como central na criação de valor nos modos de produção capitalista e como categoria principal para compreensão e explicação das relações sociais de produção na sociedade contemporânea, pois consiste em uma categoria universal que existe independente de qualquer forma social ou de qualquer sociedade, portanto, trabalho é relação do homem com a natureza com intenção de transformá-la. A categoria do trabalho emerge então como categoria central do ser social, é a partir dele que o ser humano, ser social, se diferencia de outras formas pré-humanas, melhor dizendo, dos animais. O homem é dotado de capacidade teleológica, sendo capaz de prever, planejar e idealizar o resultado do próprio trabalho que, por isso, se torna categoria ontológica central para o mundo dos seres humanos.

Segundo Iamamoto (2007), refletir sobre o Serviço Social contemporâneo requer dos assistentes sociais uma amplitude para conseguir compreender e interpretar o mundo pós-moderno, no qual as refrações da questão social se tornam cada vez mais presentes na sociedade. O mundo globalizado aliado ao grande capital financeiro, bancário e industrial, juntamente com a inserção das tecnologias que crescem gradativamente, faz com que grande parcela da população fique desempregada, crescendo a exclusão econômica, social e cultural que acaba por gerar o aumento da violência. O assistente social sempre estará lidando diretamente com todas estas refrações, então, é necessário ter uma visão de totalidade para que assim o profissional compreenda os movimentos das classes sociais, Estado e sociedade no decorrer da história, para compreensão presente.

Historicamente o assistente social é um dos profissionais que atua na implementação das políticas sociais e públicas, trabalhando diretamente com os usuários, mas o cenário contemporâneo exige que o profissional, além da execução, passe a formular e gestar as políticas sociais. O profissional só irá conseguir efetivar tudo isso se romper com atividades burocrática e rotineiras, isto é, deixar de executar tarefas que já estão pré-estabelecidas. O assistente social é capacitado para realizar vários projetos dentro de uma instituição, tais como planejamento, organização, execução, avaliação, gestão, pesquisa e assessoria, logo, é importante a busca por qualificação para apreensão das novas demandas da sociedade e do seu próprio campo de trabalho, portanto, cabe aos profissionais apropriarem-se de possibilidades para a efetivação do trabalho do assistente social (IAMAMOTO, 2007).

Iamamoto (2007) chama a atenção para dois fatos importantes no processo histórico ligados a essas possibilidades. O primeiro é a compreensão que deve ser feita pelo profissional para não cair em uma atitude fatalista (sem mudança, acomodado) e o segundo é o messianismo profissional (pensar que o assistente social vai resolver todos os problemas da sociedade). Para não cometer nenhum desses equívocos é necessária uma compreensão de um todo.

O serviço social na sua gênese não era considerado como trabalho. Esta grande conquista só acontece na década de 80 quando ele se torna “uma especialização do trabalho, uma profissão particular inscrita na divisão social e técnica do trabalho coletivo da sociedade.” (IAMAMOTO, 2007, p. 22). Foi na década de 1998 que o capitalismo viveu profundas transformações no mundo trabalhista com o crescimento de sua estrutura produtiva, de sindicatos e da política. A partir de todas essas mudanças passa-se a exigir do trabalhador novas habilidades, qualificação e disponibilidade para assumir diversas funções, precisamente, que seja polivalente. Para o Serviço Social não é diferente, tais mudanças fazem com que as produções de conhecimento mostrem a necessidade de abordar a profissão como trabalho, “supõe apreender a chamada ‘prática profissional’ profundamente condicionada pelas relações entre Estado e Sociedade Civil, ou seja, pelas relações entre as classes na sociedade.” (IAMAMOTO, 2007, p. 23)

Vale ressaltar que o Estado e a sociedade civil foram de extrema importância para institucionalização do Serviço Social, desta forma, o assistente social trabalha na mediação de conflitos gerados de ambas as partes e para responder a estas demandas ele vende sua força de trabalho para entidades empregadoras no setor público ou privado tornando-se um trabalhador assalariado da produção e reprodução social. Nesse período aconteceu a expansão do trabalho assalariado no setor de serviço onde cresceu o número de mulheres no mundo do trabalho, surgindo então um grande número de trabalhos parciais, temporários e precários, o subcontrato, isto é, a chamada

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