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Os Camponeses E A Politica No Brasil

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Por:   •  16/5/2014  •  586 Palavras (3 Páginas)  •  280 Visualizações

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Martins inicia o texto fazendo uma análise das palavras "camponês" e "campesinato". Segundo ele estas são palavras políticas, introduzidas pelas esquerdas para definir os trabalhadores do campo e suas lutas.

Antigamente estes trabalhadores eram definidos por vários termos como: Caipira, Bóia-fria, caiçara, etc. Estes termos tinham muitas vezes um duplo sentido. Ao mesmo tempo que refere-se ao povo que vive longe da cidade, refere-se também a um povo atrasado, ignorante, ingênuos, etc.

Da mesma forma existiam também vários termos para definir os donos das terras onde trabalhavam estas pessoas. Antes estes eram chamados de fazendeiros, estancieiros, senhores de engenho, etc. Estes também tiveram sua designação mudada. Passaram a ser chamados de latifundiários.

Estas duas novas palavras são palavras políticas que estão enraizadas numa concepção histórica, das lutas políticas e dos confrontos entre classes sociais.

Segundo o autor, "o destino destes camponeses brasileiros passa a ser concebido através de um entendimento estrangeiro de destino do camponês e que não corresponde à sua realidade, às contradições que vive, ao destino real que nasce de fato dessas contradições e não da imaginação política".

Estas diferentes palavras que designavam o camponês acabavam por defini-lo como "aquele que está em outro lugar, no que se refere ao espaço e como aquele que não está senão ocasionalmente, e nas margens, nesta sociedade. Ele não é de fora, mas também não é de dentro, por isso pode-se dizer que ele é num certo sentido um excluído". É desta forma que os políticos e militantes de partidos vão encontra-lo: "como se fosse um estranho chegando retardatário ao debate político. Este fator irá influenciar diretamente no modo pelo qual são tratados, até mesmo por aqueles que se dizem seus aliados. Muitas vezes são encarados como uma ameaça, um perigo e outras vezes como sendo incapaz de fazer história, de definir e atuar no processo histórico senão no sentido de conte-lo. "Isso definirá também o modo de colocá-lo no debate político- através da "conscientização" ou da "aliança subordinada" às diretrizes da classe operária".

Esta exclusão, que não é apenas uma exclusão política, vai definir o lugar do camponês no processo histórico. A falta de um conceito que o localize socialmente e o defina de um modo completo e uniforme é o que vai constituir a forma como se tem dado sua participação nesse processo histórico. O camponês tem participado no processo histórico brasileiro como um excluído, inferior e ausente.

A exclusão ideológica que é feita é tão profunda e radical que alguns dos acontecimentos políticos mais importantes da história contemporânea do Brasil, são camponeses. Estes acontecimentos são desconhecidos não só da grande massa popular, mas também de intelectuais. "A história brasileira, mesmo aquela cultivada pelos setores de esquerda , é uma história urbana-uma história dos que mandam e dos que participam do pacto político".

Um exemplo disto foi a Revolta do Formoso, que por mais de 10 anos implantou um território livre dominado por camponeses no centro do país, no Estado de Goiás. Porém o assunto continua esquecido até hoje.

Segundo Martins "A história do Brasil é a história

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