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Os problemas da democracia

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Por:   •  8/2/2015  •  Artigo  •  776 Palavras (4 Páginas)  •  213 Visualizações

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Os desafios da democracia

A democracia é hoje vista, de um modo generalizado, como o único sistema político desejável. A era dos totalitarismos ficou para trás e hoje a sociedade ocidental procura transmitir, através das organizações internacionais que ajudou a criar, as virtudes da democracia. Parecemos ter atingido, como assinalou Francis Fukuyama em 1992, o Fim da História. Porém, como alguns críticos apontaram, a democracia não passa de um conceito vago que pode ter várias formas de aplicação. Mesmo que a Humanidade caminhe, de uma forma mais ou menos regular, para sociedades democráticas, estas podem apresentar enormes diferenças entre si quanto ao tipo de representatividade, à relação entre os vários órgãos de poder, à duração dos mandatos, à influência do Estado na sociedade, entre outras. A democracia venezuelana tem muito pouco a ver com a democracia inglesa. No entanto, em ambas se elegem representantes da população mandatados para cumprir um dado programa, mais ou menos explícito.

Assim, mesmo que tenhamos atingido uma unanimidade em torno do conceito teórico de democracia como sistema político ideal, este pode ser entendido de formas totalmente distintas pelos vários cidadãos. Neste domínio, temos vindo a caminhar no sentido de uma cada vez maior participação popular, através do recurso a referendos populares. Estes começam, porém, a ser criticados por algumas correntes políticas, por facilitarem, muitas vezes, a demagogia e o populismo, não permitindo um debate sério dos temas - tal crítica poderia ser utilizada contra as campanhas eleitorais em geral... O grau de intervenção dos cidadãos na tomada de decisões deverá ser, nas próximas décadas, a principal discussão dos regimes democráticos, oscilando entre a eficiência e a representatividade.

Num extremo teremos, portanto, democracias blindadas, em que o único elo de ligação entre eleitos e eleitores é o acto eleitoral e em que o sistema eleitoral favorece a criação de maiorias estáveis, desproporcionadas em relação ao voto popular - à semelhança do que acontece na Grã-Bretanha, com os círculos uninominais. Neste caso, após as eleições os órgãos de poder estarão mandatados para um dado período de exercício do cargo executivo, com poucas preocupações negociais. Este sistema promove a eficiência da tomada de decisões e liberta o executivo da tarefa cansativa e, muitas vezes, pouco proveitosa, da negociação com minorias corporativas. Pode, no entanto, permitir a uma minoria da população levar a cabo medidas que desagradem à maioria. Está mais próximo do tipo de democracia que alguns, como Fareed Zakaria, em The Future of Freedom, defendem, fazendo uma analogia com o Conselho de Administração de uma empresa o qual, após ser eleito pelos accionistas, apenas tem de lhes prestar contas nas Assembleias Gerais podendo, entre estas, levar a cabo a política e as medidas que considerar mais adequadas, sendo ao mesmo tempo legislativo e executivo.

No outro extremo temos os defensores da democracia directa, em que quase todas as decisões políticas seriam levadas a cabo por referendo, esvaziando o poder dos órgãos legislativos. As fragilidades deste sistema são várias, mas também as suas virtudes. Se por um lado nos apercebemos da baixa participação que os poucos referendos levados

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