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Poluiçao Atmosferica

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Por:   •  10/4/2014  •  1.909 Palavras (8 Páginas)  •  246 Visualizações

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Algumas propostas para a redução da poluição atmosférica

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Dos combustíveis fósseis, o de melhor desempenho, do ponto de vista ambiental, é o gás natural, cujas emissões de contaminantes atmosféricos são muito menores. SIRKIS (1999: 70), comenta que o gás natural demanda uma atenção e um investimento do Poder Público para que seja rompido o círculo vicioso que se estabeleceu: há poucos veículos a gás porque há poucos postos de serviços para abastecê-los e há poucos postos de serviços porque há poucos veículos a gás. O Poder Público pode estimular essa oferta reduzindo taxas e impostos municipais para os postos de serviços e empresas de transporte coletivo.

Outra possibilidade a ser explorada são os biodieseis. Existem diversas formas de fabricar biodiesel a partir do refino da soja e dos resíduos de caixa de gordura, com total compatibilidade com os motores a diesel existentes. Em ambas as técnicas, o resultado é um combustível a ser misturado com o óleo diesel com uma resultante final bem menos poluente. Há também em desenvolvimento uma tecnologia que transforma o lodo proveniente de estações de tratamento de esgoto em duas partes de carvão e uma de um tipo de combustível semelhante ao biodiesel. Essa técnica, que ainda está sendo desenvolvida na Alemanha e na Austrália, caso aceita, poderia ajudar na solução de parte do problema do destino final do lodo das estações de tratamento de esgotos.

Uma alternativa já testada é a utilização do etanol como combustível que reduz as emissões de monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx), óxidos de enxofre (SOx), hidrocarbonetos (HC) e material particulado (MP), tanto no caso do álcool puro como da mistura álcool-gasolina, quando comparada à utilização da gasolina pura. O etanol substitui ainda os compostos de chumbo adicionados à gasolina para aumento da sua octanagem, fato que possibilitou ao Brasil deixar de usar esses compostos desde janeiro de 1989, sendo o segundo país do mundo a conseguir isso, estando somente atrás do Japão (SANTOS, 1993: 193).

Entretanto, o uso do etanol como combustível aumenta a emissão de aldeídos (ROH), cujos efeitos para a saúde dos seres humanos e para a atmosfera, quando combinados a outros poluentes, precisam ainda ser melhor pesquisados. Portanto, quando comparado aos derivados de petróleo, o álcool é considerado um combustível limpo. Esse fato está bem consolidado ao nível da comunidade internacional, o que vem motivando determinados países desenvolvidos a estudar a possibilidade de uso do etanol não somente como um combustível alternativo, mas como uma estratégia de redução da poluição atmosférica. Os Estados Unidos, por exemplo, passaram a exigir, a partir de novembro de 1992, através de Clean Air Act, o uso, durante o inverno, em 41 cidades selecionadas, de 2,7% de oxigenados, equivalente a 8% de álcool (SANTOS, 1993: 251).

Deve-se ainda mencionar, como benefício ambiental do uso do etanol, a contribuição para a redução do efeito estufa, não apenas por causa da redução das emissões de CO2, como devido à seguinte relação: o ciclo de crescimento da biomassa fixa o carbono existente no CO2 da atmosfera através do processo de fotossíntese. Assim, a produção de matéria-prima para o fabrico do etanol (cana-de-açúcar, milho ou beterraba) contrabalança a emissão de CO2 resultante do uso do etanol como combustível. No caso dos combustíveis fósseis, o carbono retirado do subsolo é emitido na atmosfera como CO2, sem chances de ser reciclado. Portanto, a produção de etanol destinada aos veículos automotores minimizaria uma das grandes questões ambientais da atualidade que é o aumento da concentração dos gases responsáveis pelo efeito estufa, sobretudo o CO2.

Atualmente, os cenários mais favoráveis à redução de emissões automotivas estão relacionadas aos veículos elétricos. A propulsão elétrica abre não só a perspectiva de veículos de “emissão-zero” como, mais adiante, de “poluição-zero”. Essa distinção é feita porque as baterias velhas constituem um resíduo tóxico. O baixíssimo preço do petróleo é atualmente o maior obstáculo à adoção de formas de transporte de “poluição-zero”, pois inibe investimentos que levariam ao barateamento de custos, que tornariam esse tipo de veículo acessível ao consumidor comum. É extremamente difícil compatibilizar a massificação dessas tecnologias alternativas com essa situação desfavorável de mercado, tendo de competir contra o preço mais acessível do petróleo.

Uma outra via para reduzir o número de fontes poluidoras são as vistorias realizadas pelo Poder Público, que têm como um dos seus objetivos coibir a circulação de veículos velhos, inseguros e poluentes, o que se contrapõe à aspiração da baixa classe média e de setores pobres emergentes que, muitas vezes, têm nesses veículos com considerável tempo de uso um instrumento de trabalho. Além do mais, veículos bem regulados poluem muitos menos e economizam combustível.

A ventilação no espaço urbano é de grande importância para reduzir os efeitos das emissões de contaminantes. Por esse motivo a ventilação deve ser sempre considerada nos parâmetros edilícios e fazer parte de planos de gestão da qualidade do ar. Distanciamento entre prédios, construções que considerem os ventos, assim como a arborização de ruas, constituem alguns critérios que devem estar presentes no planejamento urbano.

A circulação de ar nas cidades é tão complexa que é muito difícil fazer uma descrição precisa. De forma geral, as velocidades médias do vento são muito menores ao nível da rua. Eventualmente, são observadas intensificações localizadas devido às deflexões laterais decorrentes de obstáculos ou devido à turbulência causada pela descida do ar após passagem por edifícios. Cada rua tende a ter sua própria direção predominante do vento, dependendo da orientação topográfica e da presença de obstruções localizadas. As condições de maior estagnação do ar são normalmente encontradas em áreas com elevada densidade de prédios com alturas uniformes. Nestes casos, o acúmulo de contaminantes atmosféricos, oriundos principalmente dos veículos que trafegam por esses locais, pode se tornar um problema extremamente sério. A importância da velocidade do vento em termos biometeorológicos pode ser compreendida também de forma positiva, pois o movimento adequado auxilia a remover os contaminantes atmosféricos e as brisas refrescantes podem contribuir para o conforto térmico, tanto por ajudar a manter o campo microclimático da temperatura mais ameno como pelo fornecimento direto de resfriamento ao corpo humano.

A arborização

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