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Quadro de autores Questão Social

Por:   •  23/7/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.406 Palavras (6 Páginas)  •  312 Visualizações

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DISCIPLINA: QUESTÃO SOCIAL E SERVIÇO SOCIAL

Questão Social e Serviço Social no Brasil – Fundamentos Sócio-Históricos/ Ivone Maria Ferreira da Silva. 2. Ed – Campinas: Editora Papel Social, 2014

  1. Introdução

A questão social é objeto teórico-prático do Serviço Social. O trabalho apresentado traz as diferentes visões e conceitos de vários autores do Serviço Social sobre tal questão. Os autores apresentados, em sua maioria, possuem uma visão marxista da questão social, ou seja, consideram que a questão social é fruto da generalização do trabalho e do aumento da desigualdade social trazida pelo sistema capitalista, bem como é decorrente das lutas da classe trabalhadora em busca de seus direitos. Porém, tais autores não deixam de levar em conta a visão católica da questão social, que dizia que, na visão dos políticos, ideólogos e religiosos da época, era uma reforma social que seriam feita através de ações católicas para acabar com os males sociais. Estes conceitos referente a questão social são de suma importância para a constituição do Serviço Social como uma profissão interventiva que trabalha por meio das políticas sociais, representado, principalmente, a classe subalterna do capitalismo.

Ianni: questão social como sinônimo de desigualdade social

Para Ianni a questão social é própria da desigualdade da ordem social burguesa, ela é um produto da relação capital/trabalho.  O autor aponta a questão social como um sinônimo das lutas sociais e se afasta do pensamento conservador. Para Ianni a questão social, dentro do Brasil, recebe inúmeras denominações para representar uma única questão social. Ele entende que a questão social se constitui num processo histórico que tem suas raízes expressas nas lutas sociais contra a servidão indígena e a expropriação do negro e hoje a questão social se expressa através das lutas em busca de melhores condições de trabalho.  

Cerqueira Filho: a questão social no discurso político dominante

Cerqueira Filho estudou a questão social baseado no discurso político da classe dominante. A análise feita pelo autor possui três dimensões: o pensar, o agir e o sentir. Sua explicação está no âmbito dos donos do poder, isto dentro do pensamento político. O tratamento ocorre baseado na relação de força, na persuasão e de forma paliativa. 
Cerqueira diz que o início da questão social no Brasil se dá no fim do século XIX, onde há a mudança da base econômica do país e que, os problemas sociais que encontramos são determinados pela estrutura econômica, mas aparecem na superestrutura política. Pode se dizer que o aspecto mais importante desta análise é mostrar que o pensamento político dos dominantes não exclui o pensamento político dos dominados.

Castel: questão social como aporia

Castel estuda a questão social tendo como referência o desenvolvimento da sociedade salarial. Para ele, a questão social é fruto das relações de trabalho, principalmente na fase monopólica do capitalismo. Porém, hoje esta questão social se expressa de forma diferente dentro das relações de trabalho, através da precarização do mundo do trabalho e da degradação das relações sociais de trabalho. Para o autor, o mundo do trabalho atual é composto por desempregados e trabalhadores precarizados e esta seria uma nova face da questão social. Quanto as políticas sociais, o autor diz que não existem novas políticas sociais, mas sim que as mesmas estão sendo readequadas, através de formulações e planejamentos que respondam ao ideário neoliberal. 
Castel é considerado um dos autores que acreditam na nova questão social.

Rosanvallon: a nova questão social

Rosanvallon é outro autor que também defende uma nova questão social, porém, sua perspectiva de nova questão social é diferente da de Castel que diz que a nova questão social se expressa através da luta da classe operária direitos sociais e pelo pauperismo, Rosanvallon se difere quando diz que a "nova" questão social se expressa na exclusão social e no aumento da pobreza decorrente da crise no Estado Previdenciário que por muitos anos garantiu a segurança social dos trabalhadores. Por isso o autor utiliza como referência da sua análise o desenvolvimento do Estado Previdenciário, que ocorreu durante os anos de 1940 e 1970 e consistia na destinação de benefícios aos trabalhadores industriais, o autor inclusive propõe um resgate deste Estado, após ressaltar sua importância e eficácia. Para pôr fim na exclusão social o autor propõe a substituição da noção de direito social pela noção de direito de inserção.


Wanderley: ampliando o conceito para além do mundo do trabalho

Wanderley se distancia um pouco dos temas centrais das análises dos outros autores, o autor se diferencia pois, utiliza um base mais histórica, não deixa de considerar a relação de trabalho como produto principal da questão social, mas volta a considerar outros velhos problemas sociais. O autor leva em conta a realidade histórico-social da América Latina. Podemos extrair três grandes considerações da análise deste autor:
1° - ao falar da questão social na atualidade, o autor se refere, principalmente, aos efeitos da globalização. Tais efeitos que vêm aumentando o estado de miséria e pobreza nos países dependentes. 
2° - para Wanderley a visibilidade e o reconhecimento da questão social dependem da correlação de forças.
3° - para o autor, a questão social é multidimensional, pois é parte constitutiva da nação, do Estado, da cidadania, do trabalho e das relações de gênero.

Netto: os determinantes estruturais da questão social

Para Netto a questão social é um conjunto de inúmeros fatores determinados pelo surgimento da classe operária e sua inserção na produção e reprodução capitalista. Ele considera as fases de monopólio do capitalismo a fase de constituição do Serviço Social, e diz que a emergência da profissão é decorrente somente das fases de monopólio e não do processo geral do capitalismo. Para ele, a questão social possui origem conservadora, pois era vista como uma reforma social, um meio que os políticos, ideólogos e religiosos da época encontraram para se livrar dos males sociais.  Este caráter conservador atribuído pelo autor se deve ao fato de que, ele acredita numa solução para a questão social que não precise tocar nos pilares fundamentais da ordem burguesa. E para tal afirmação ele se utiliza de Marx ao dizer que a solução do pauperismo (raiz da questão social) não esta na sociedade civil, mas sim na estrutura econômica.

Iamamoto: as dimensões sócio-históricas da questão social

Iamamoto faz uma análise da questão social através do desenvolvimento histórico da mesma no Brasil. Para a autora a questão social teve início na Primeira República, com a generalização do trabalho livre. A questão social, na visão de Iamamoto, se manifestou após a transição da base econômica brasileira, um resultado do fim da república agrária e início da industrialização. Para ela, está ocorrendo um retrocesso da questão social, pois é apresentada por alguns autores ainda como uma disfunção social. A autora ainda coloca que a implantação do Serviço Social no Brasil é um resultado do amadurecimento do trabalho e da ação da Igreja Católica.

Faleiros: a questão social e as indefinições do objeto do Serviço Social

Para Faleiros a questão social é fruto das contradições do capitalismo industrial e se manifesta através das lutas de classes. O autor trabalha com duas vertentes: a visão marxista e a visão católica. Porém, sua compreensão de questão social é articulada a vertente marxista. O autor nega a questão social como objeto teórico-prático do Serviço Social, pois diz ser uma imprecisão teórica, para ele a questão social é puro reducionismo, pois não se leva em conta as complexidades da sociedade.

Yasbek: pobreza, subalternidade e exclusão como expressões da questão social

Assim como os outros autores, Yasbek parte de uma visão marxista e diz que a pobreza, subalternidade e a exclusão social são resultados de um processo que permeia a vida das classes subalternas do Brasil. A autora também acredita no caráter conservador da questão social, onde na metade do século XIX era vista como um meio de reforma social. Para ela, a relação capital/trabalho são elementos constitutivos da questão social. Yasbek, assim como Netto, acredita que a questão social é ineliminável na sociedade capitalista, porém defende um sistema de proteção social, que possa viabilizar políticas sociais consistentes.

Pereira: a questão social em questão

Para Pereira a questão social é um desenvolvimento da política social, a autora acredita que a origem de tais políticas são respostas às reivindicações das classes trabalhadoras e não uma mera astúcia dos capitalistas. Pereira questiona a existência da questão social na atualidade, pois ela é um produto da dialética entre estrutura e ação, no contexto dos acontecimentos da Europa, na época da revolução industrial. Para a autora, de fato, a questão social surgiu neste contexto europeu, onde surgia a relação direta do capital/trabalho.

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