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Serviço Social: Origem E Profissionalização

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Por:   •  3/5/2013  •  1.395 Palavras (6 Páginas)  •  1.113 Visualizações

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O Serviço Social é um curso de nível superior, dinâmico que possui um curto, mas belo processo histórico. Seus fundamentos foram estruturados no final do século XIX, quando se consolidou o processo de industrialização, conhecido como Revolução Industrial; objeto de intervenção as expressões multifacetadas da questão social de caráter sócio-político, crítico e interventivo, demarcado pelo estatuto das condutas assistencialistas e filantrópicas consideradas como suas protoformas sem, contudo, apresentar-se como uma profissão; hoje o assistente social é um profissional capacitado que possui disciplina para com a conscientização social.

É uma dentre tantas outras profissões criadas pelo capitalismo para satisfazer suas necessidades, em que é utilizado de instrumental científico multidisciplinar das Ciências Humanas e Sociais para análise e intervenção nas diversas refrações da “questão social”, isto é, no conjunto de desigualdades que se originam do antagonismo entre a socialização da produção e a apropriação privada dos frutos do trabalho. Inserido em diversas áreas com papel de planejar, administrar e assessorar políticas, programas e serviços sociais, o Assistente Social efetiva sua intervenção nas relações entre os homens no cotidiano da vida social, por meio de uma ação global de cunho sócio-educativo ou socializadora e de prestação de serviços, requisitado pelo capital para manter o controle político e ideológico das classes trabalhadoras.

A profissão surge no final do século XIX, na cidade de Nova Iorque, Estados Unidos, posteriormente no Brasil; o contexto em que surge, expressa o complexo quadro econômico, político e social que caracteriza o país naquele momento de acumulação capitalista, de transição das atividades agrárias e de exportação, para a consolidação de um pólo industrial vinculado à economia do mercado mundial - que traz em seu bojo um processo de urbanização acelerado e o agravamento da chamada “questão social”.

Em função disto, o Estado Brasileiro assume paulatinamente uma ação corporativa, que pretendia canalizar sob sua órbita, interesses divergentes que emergiam das contradições entre as classes sociais, permitindo a integração de diferentes interesses, em direção da chamada “harmonia sociais”. Para isso atual regime utilizou estratégias como: a legislação sindical e trabalhista, o seguro social, a assistência social, até medidas de repressão da organização do proletariado, tudo isso em nome de “servir ao bem comum”.

Concomitante à formulação destas estratégias por parte do Estado, ocorre no âmbito da Igreja Católica uma mobilização no sentido de abandonar sua passividade e redefinir suas relações com o Estado e a sociedade. Sua ação política será conduzida pelo movimento laico e dirigida em dois sentidos: o da mobilização do eleitorado católico e a do apostolado social. Da aliança entre Igreja e Estado, tanto do ponto de vista ideológico quanto do ponto de vista dos interesses político-sociais é que surgirá o Serviço Social, com a finalidade específica de amenizar as contradições e conflitos, como o pauperismo popular oriundos da relação entre capital e trabalho. A trajetória profissional do Serviço Social revelava uma “prática monetária, sancionada pelo Estado e protegida pela Igreja, como uma mistificada ilusão de servir” transformando-se num importante instrumento da burguesia industrial.

As primeiras escolas foram fundadas pela Igreja Católica - a partir de uma influência européia - tendo como fundamento para a formação dos assistentes sociais a Doutrina Social da Igreja, de caráter essencialmente moral e doutrinário, que ratificava a linha do apostolado social. As décadas de 40 e 50 serão significativas para a institucionalização do Serviço Social - no sentido de crescimento do mercado de trabalho - pelo surgimento das grandes instituições de Assistência Social que evoluem no Brasil, a partir da ação estatal que tenta responder à pressão das novas forças sociais urbanas.

Gradativamente - sobretudo após a Segunda Guerra Mundial - a hegemonia européia na formação dos assistentes sociais no Brasil vai sendo substituída pela influência norte-americana, que a partir de 1945 “passa a dar ênfase à instrumentalização técnica, com a valorização do método”. Apesar da permanência da influência católica, a ênfase é a da ação eficaz no trabalho social. Marcada agora por uma perspectiva metodologista, a formação acadêmica terá como preocupação central à sistematização do trabalho social, através da implementação dos métodos de Serviço Social de Caso, de Grupo e posteriormente de Comunidade.

A clientela do Serviço Social é constituída basicamente pela classe trabalhadora, e é esta parcela da sociedade que os assistentes sociais devem defender - a classe explorada. O profissional deve ter compromisso real com os interesses coletivos das classes trabalhadoras e deve atuar no sentido de construir uma nova hegemonia na relação entre as classes sociais. É responsabilidade do assistente social a "mobilização, organização e conscientização dos setores populares, o que exigiria o engajamento nas lutas cotidianas da classe trabalhadora apoiando os usuários em sua inserção no processo de luta de classe.

O Serviço Social como profissão institucionalizada e legitimada, não se esgota na questão social e sim nas suas peculiaridades no âmbito da sociedade burguesa fundada na organização monopólica, onde o capitalismo concorrencial dá espaço ao capitalismo dos monopólios. Este capitalismo eleva o sistema de contradições da ordem burguesa nos seus traços de exploração, alienação e transitoriedade histórica.

O Serviço Social era um processo orgânico e cumulativo com incorporação de novos quadros teóricos e analíticos em sua congruência e padrão de articulação com a massa crítica. Porém, as diferentes concepções que marcaram o princípio constitutivo como profissão, foi também o seu fio condutor de afirmação e desenvolvimento apresentando-lhes com bases factuais para o Serviço Social: o universo problemático de demandas histórico-sociais; o horizonte do exercício profissional e a sua modalidade específica de intervenção. Por tanto, a prática profissional do Serviço Social foi permeada pelo sincretismo das condições histórico-sociais e teórico-ideológicas

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