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Óleo De Lorenzo

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Por:   •  17/3/2015  •  4.047 Palavras (17 Páginas)  •  210 Visualizações

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DISLEXIA E MATEMÁTICA

Inicialmente vamos esclarecer o que é ter dificuldades em matemática. As pessoas geralmente falam que não se saem bem em matemática, quando de fato querem dizer que apresentam dificuldades em aritmética. A aritmética é uma parte da matemática, está associada aos raciocínios lógicos, perceptivos e sensoriais: formas, tamanhos, espaço, dimensão e quantidade.

Alguns disléxicos têm problemas com aritmética e outros aspectos da matemática, assim como com a linguagem escrita.

A incapacidade de compreensão dos números e das operações, também chama-se discalculia e portanto está ligada a dislexia.

Muitos disléxicos têm dificuldades para adquirirem rapidez e fluência em simples cálculos: adição, subtração, multiplicação, divisão e na tabuada, mas eles poderão ter, não obstante, boa habilidade em matemática.

Este fato acontece porque não há áreas do cérebro que só se ocupem especificamente da leitura e soletração. As áreas usadas para a linguagem escrita são usadas também para outros materiais simbólicos, incluindo números, fórmulas, gráficos, diagramas, espaço-tempo, etc.

Assim, se há um problema nessas partes do cérebro, será afetado o processamento eficiente de qualquer material simbólico, linguagem e matemática incluídos, significa que as falhas em uma área de aprendizagem podem estar freqüentemente vinculadas a falhas em outras áreas.

O propósito da intervenção baseia-se na estimulação da aprendizagem nas seguintes áreas, manipular, seriar, classificar, transportar, juntar, copiar. Portanto falamos em desenvolver o pensamento pré-operacional e operacional, segundo Piaget.

Para entendermos melhor, vamos ver quais são as semelhanças superficiais entre a linguagem escrita e a matemática:

• ambas são linguagens representadas por símbolos que apresentam pequena ou nenhuma relação com as situações e eventos que eles descrevem. Portanto usar uma letra /a/ ou um número /4/ é uma representação simbólica igualmente. Pouco ou nada tem haver com a representação concreta.

• os dois símbolos( letras ou números) têm estruturas e requerem uma ordem e seqüência para serem usados eficientemente.

• os dois requerem facilidade verbal, para uma aprendizagem fluente e memorização. Memória a curto prazo é também importante para ambos.

Essas são só algumas das semelhanças entre linguagem e matemática. Quando nós consideramos tudo isso, não é surpresa que indivíduos com dificuldades na linguagem do tipo da dislexia tenham freqüentemente dificuldades em matemática.

Encontramos dois subgrupos de disléxicos que apresentam dificuldades em matemática:

1. Aqueles que compreendem os conceitos mas são incapazes de representá-los no papel, isto é, eles sabem que processo ou operação usar, mas não conseguem fazê-lo com precisão. Por exemplo: Compreendem uma situação problema, sabem até que operação deveriam fazer, mas não conseguem “traduzir” na escrita.

2. Aqueles que têm pouca ou nenhuma idéia porque os números ou símbolos são usados. Essas pessoas não compreendem os conceitos subentendidos em matemática.

Os resultados das pesquisas em dislexia e matemática variam consideravelmente, e uma estimativa conservadora, baseada em estudos iniciais (Joffe, 1981), sugeria que quase 60% dos disléxicos têm alguma dificuldade em matemática, dois terços dos disléxicos encontram-se na faixa etária entre de 8 a 14 anos, 11% dos disléxicos são excelentes em matemática e 29% tem bom desempenho.

OBSERVANDO, ENTENDENDO E TRABALHANDO AS DIFICULDADES

Vamos observar o processo de raciocínio da pessoa, para entender seu estilo cognitivo de aprendizagem,só então intervir de maneira adequada:

• A criança está tendo inabilidade para contar números para trás ou para frente de dois em dois ou de três em três. Salta a numeração, desorganiza-se, fica nervosa, logo quer desistir. A ansiedade, o medo de errar, começam a instalar-se na vida afetiva da criança, temos que ter o cuidado para proporcionar uma forma de sucesso, melhorando a auto estima e confiança. Este comportamento aparece com freqüência, pela fragilidade de percepção corporal-espacial, como conseqüência alterações na orientação, lateralidade e seqüência. Exercícios que ajudam: dê os vizinhos (usando como apoio uma régua numerada), jogos que usem dados, dominó, resta um, dama, ludo, brincadeiras e atividades desportivas. Resumindo, atividades que exercitem movimentos para frente e para trás, mas sempre de forma lúdica e divertida.

• O aluno numa conta de adição: 8 + 3. Geralmente começaria a contagem de oito, porém o disléxico vai começar do 0 ou 1, 2, 3,4... até chegar no oito e depois começar: 0 ou 1, 2, 3. Isto ocorre freqüentemente pela falta de compreensão dos traços gerais do número, da ordem, estrutura seqüencial. Eles precisam sempre do referencial (início, meio e fim). Usar os dedinhos, palitos de sorvetes, palitos de fósforo, clips, contas, canudinhos, contador, ábaco...

• Este mesmo comportamento pode acontecer numa conta de multiplicação: 3x 4. Ele irá começar por 3 x 1,... É importante ensinar a multiplicação como uma adição simplificada. Usar um modelo concreto. Precisamos mostrar o modelo mental na prática, nunca decorar a tabuada mecanicamente. O que precisamos ensinar é como se chega ao resultado. Por exemplo:

3 x 5 = 15

Tenho três vezes o número cinco. Coloco um desenho representando o processo. Manter sempre a unidade e dezena nos lugares correspondentes:

• Usualmente a criança com dislexia poderá fazer confusões nos sinais (+) da adição e (x) da multiplicação. Sugiro usar cores diferentes para destacá-los. Mas a cor deverá sempre ser padronizada.

Às vezes mesmo com todo auxílio concreto a criança com dislexia poderá continuar apresentando dificuldades em realizar a tabuada. É útil reconhecer esta limitação e fornecer materiais que auxiliem o trabalho mental. O uso de réguas numeradas, calculadoras, tabuadas confeccionadas pela própria criança, é muito mais eficiente, do que manter uma angústia do não conseguir realizar um cálculo mental.

• O valor da posição das casas numéricas deverá ser trabalhada com quadros de pregas, jogos confeccionados pelos alunos e professor, material

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