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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Por:   •  16/12/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.688 Palavras (7 Páginas)  •  180 Visualizações

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                                             UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

                                                   CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

MATHEUS DOS SANTOS LIMA

ACIDENTES COM CNIDÁRIOS

ANÁPOLIS

2020

O contato entre humanos e áreas costeiras aumentou nas últimas décadas, o que levou a um aumento de acidentes com animais aquáticos. A maioria apresenta manifestações dermatológicas, e algumas delas apresentam lesões típicas. Durante o verão, envenenamentos causados por cnidários são muito frequentes em boa parte do mundo e também há vários registros de casos no Brasil, sendo responsáveis por diversos acidentes e mortes. Praias sem sinalização de perigo, desatenção e falta de conhecimento são fatores que podem colocar em risco a vida de um banhista, assim como surfistas, mergulhadores e pescadores que passam o dia em mar aberto ou até mesmo em regiões costeiras sem o uso de equipamento de proteção. Já foram catalogadas cerca de 9000 espécies, em sua maioria podendo causar acidentes, porém existem algumas espécies que é necessário ter um cuidado extra.

Fazendo parte do time de animais mais mortíferos do mundo, as cubomedusas exercem bem seu papel. Situada ao norte da Austrália, a cubomedusa Carukia barnesi possui a maior letalidade, impressiona pelo seu minúsculo tamanho de 2,5cm de diâmetro e seus tentáculos atingem cerca de 80cm. Devido ao seu tamanho e à ausência de vestígios, sua presença é imperceptível, sendo facilmente confundida com um ataque cardíaco. Durante o contato, a vítima pode sentir ardor extremo na pele em regiões específicas, causado pelas toxinas injetadas. Os sintomas causados são: desorganização geral da atividade nervosa, insuficiência cardíaca, insuficiência respiratória, perda da fala, paralisia, delírio, convulsão, até chegar a óbito. Não existem ainda pesquisas avançadas sobre a espécie devido à dificuldade de captura e sobrevivência em cativeiro, também não foi desenvolvido nenhum antídoto contra seu veneno letal.

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Dividindo o mesmo habitat, temos também a Chironex fleckeri, possuindo grandes tentáculos de até 3 metros de comprimento e seu sino pouco maior que uma cabeça humana são capazes de matar uma pessoa em poucas horas ou dias variando pelo tratamento e tempo de contato da vítima. Diferente da C. barnesi, a vítima consegue ver pequenos pontos avermelhados, irritabilidade na área afetada, formação de bolhas e fortes dores, câimbras nos membros, taquicardia, náuseas, sudorese e uma sensação de morte iminente como sintomas.

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 Mais ao fundo do oceano existem várias espécies de águas vivas de diversos tamanhos e letalidades que acabam sendo capturadas por barcos de pesca usando redes de arrasto.

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Trazendo o assunto mais próximo da realidade brasileira, é possível encontrar diversas espécies ao longo da costa nacional, algumas até equiparadas ao potencial de letalidade das espécies encontradas na Austrália. Dentre todas, apenas algumas são de real importância médica por haver mais estudos sobre os casos. O que é de se lamentar, pois envenenamentos de tamanha magnitude sejam deixados de lado, muitas vezes até em meio hospitalar a ocorrência é tratada sem dados cientificamente aprovados. Essa lacuna de dados pode ser atribuída à dificuldade de coleta e preservação de exemplares, a falta de coleções de referências e principalmente a existência de poucos especialistas dedicados ao grupo. Podendo ser listados como principais, temos os cubozoários Tamoya haplonema e Chiropsalmus quadrumanus e os hidrozoários Physalia physalis e Olindia sambaquiensis.

  • Tamoya haplonema - Caracterizada por uma umbrela cúbica, alongada, mais alta até 22 cm do que larga 5,5 cm, um velário largo 2 cm, manúbrio curto com quatro lábios. É comum a vítima desta espécie apresentar lesões lineares longas e sintomatologia sistêmica mais grave, muitas vezes sem a percepção durante o contato.

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  • Chiropsalmus quadrumanus - É uma medusa transparente, incolor ou esbranquiçada, em forma de cubo, com diâmetro de aproximadamente 10-11 centímetros, e altura entre 9-10 centímetros. Possui cerca de 7 prolongamentos (dedos gelatinosos) que terminam, em tentáculos ocos, densamente guarnecidos com anéis de cnidócitos. A vítima apresenta os mesmos sintomas que Tamoya haplonema.

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  • Physalia physalis – São colônias de hidrozoários pelágicos compostos de indivíduos polipóides e medusóides, havendo ainda pólipos desenvolvidos para a digestão (gastrozooides), para e reprodução (gonozooides) e para a captura de presas (dactilozooides), apresentam coloração azul purpúrica, com tentáculos que podem chegar a 30 metros de comprimento, grandes sinos natatórios com cerca de 30cm de comprimento que utilizam como meio de locomoção através do vento, por ficarem “à deriva” na água. A espécie apresenta maior abundância nos meses de verão, ocorrendo maior índice de acidentes com banhistas e até mesmo fora da água, encalhadas na praia. Aparecem com mais frequência no litoral Norte e Nordeste do país. Os acidentes causados por essa espécie provocam longas placas lineares cutâneas, dor intensa, febre, náuseas, vômitos, dores musculares, dor no peito, dificuldade em respirar, complicações cardíacas e em casos mais graves, choque anafilático.

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  • Olindias sambaquiensis – Conhecida popularmente como “reloginho”, Olindias sambaquiensis é uma espécie de Hydrozoa (Limnomedusae) endêmica do Oceano Atlântico Sul-Ocidental, comum nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, que está constantemente associada a lesões seriadas. Chegando a medir 10cm de diâmetro, uma coloração amarelada nos tentáculos e alaranjada no sistema gastrovascular. O contato acompanhado de dor e pequenas marcas de tentáculos arredondadas, sugere o envenenamento desta espécie, representando cerca de 80% dos acidentes nessas regiões.

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Os sintomas produzidos pelos acidentes com os cnidários variam de acordo com a espécie envolvida, o local atingido e o peso, sensibilidade e estado de saúde da vítima. As propriedades peçonhentas dependem, não somente da composição química da própria peçonha, mas também da quantidade de nematocistos descarregados e da capacidade dos mesmos de penetrar na pele da vítima. Os sinais e sintomas do envenenamento por águas-vivas, medusas e caravelas dependem de dois efeitos: ação tóxica (imediata) e ação alérgica (imediata e tardia). Acidentes causados por cnidários são fáceis de identificar, seguindo o padrão clássico de linhas cruzadas eritâmicas que surgem logo após o contato, acompanhados de dor intensa. Em horas, o local pode apresentar vesículas, bolhas e mesmo necrose superficial.

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