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Aspectos Morfofisiológicos, Ecologia, Sistemática E Evolução

Por:   •  17/6/2025  •  Bibliografia  •  1.600 Palavras (7 Páginas)  •  57 Visualizações

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Filo Chaetognatha

Aspectos morfofisiológicos, ecologia, sistemática e evolução


Do grego “chaité” que significa “cerdas” e “gnathos” que significa “maxila”

Introdução

Os quetognatos, popularmente conhecidos como verme de flechas, são animais marinhos de ocorrência no mundo todo, sendo que o primeiro registro destes animais foi realizado por Martinus Slabber em 1775. Sua posição sistemática é controversa, visto que os animais já foram relacionados com grupos heterogêneos de vermes, moluscos, artrópodes e até nematodes. Anteriormente classificados como deuterostômios, hoje são considerados animais celomados e estudos recentes sugerem fortes afinidades com os  protostômios, ramificando próximo ou na base da linhagem. A teoria mais recente sugere o filo como um grupo irmão de todos os protostômios (explicando a combinação de características próprias de protostômios e deuterostômios). Os morfologistas não identificaram quaisquer sinapomorfias claras que unam os quetognatos aos outros filos protostômios.

Classificação

O  filo divide-se em uma única classe, denominada Sagittoidea, formada por 2 ordens, sendo elas: Phragmophora e Aphragmophora.

A ordem  Phragmophora é constituída de aproximadamente 105 espécies, com músculos transversais e vários tipos de estruturas glandulares na superfície do corpo. Possui 4 famílias, sendo que apenas uma ocorre na costa brasileira, representada pela espécie  Spadella nana.

A ordem Aphragmophora é constituída por aproximadamente 107 espécies, com as seguintes características: Ausência de músculos transversais, número reduzido de estruturas na superfície do corpo e por ter um número maior de famílias.

Segue abaixo uma tabela contendo a classificação do filo.

Filo

Classe

Ordem

Família

Chaetognatha

Sagittoidea

Phragmophora

Eukrohniidae

Heterokrohniidae

Krohnittellidae

Spadellidae*

Aphragmophora

Bathybelidae

Krohnittidae*

Pterokrohniidae*

Pterosagittidae*

Sagittide*

O símbolo * representa famílias cuja ocorrência acontece em costa brasileira

Morfologia Externa

Estrutura

De maneira geral, os animais possuem simetria bilateral praticamente perfeita, são de porte pequeno, de 5 a 120 mm de comprimento, com o corpo alongado, rígido ou flácido (Quando a espécie é bentônica, o corpo é mais robusto). As espécies epipelágicas são transparentes, translúcidas ou esbranquiçadas, já os animais bentônicos podem apresentar coloração azul-clara, rosa, amarela,  vermelha laranja e marrom. Somente duas espécies apresentam o fenômeno da bioluminescência.

Cabeça

A cabeça é achatada dorsoventralmente, arredondada ou quase triangular, com um par de olhos na superfície dorsal e inferior sob a epiderme e apresentam uma corona ciliada ou alça ciliada atrás dos olhos (com função desconhecida). A cabeça é circundada por uma coroa de ganchos ou espinhos de capturas, que podem ser fortes, lisos ou serrilhados, flexíveis e retráteis, cuja função é predação. Apresentam o capuz, que é uma dobra muscularizada da parede corporal e envolve os espinhos (exceto durante a captura de presas).

Boca

Na superfície ventral , encontra-se a boca na região central do vestíbulo e órgãos vestibulares próximos à fileira de dentes. Na porção anterior acima da boca, encontram-se  pequenos dentes, sendo que a quantidade, disposição e formato variam entre as espécies de acordo com a idade dos indivíduos, estação do ano, tipo de alimento ou até mesmo substituição de ganchos perdidos. Tanto os ganchos quanto os dentes, possuem ⍺-quitina, zinco e silício na composição.

Tronco

É separado da cabeça por um estreito pescoço que contém 1 ou 2 pares de nadadeiras laterais dispostas horizontalmente. Os gonóporos estão localizados em cada lado da parede do tronco e o anûs localiza-se na região ventral. A superfície do corpo possui muitos receptores ciliares que funcionam como mecanorreceptores

Cauda

 Na região caudal, tem um par de vesículas seminais e uma grande nadadeira em forma de espátula ou leque. As nadadeiras são expansões da epiderme. Na superfície ventral da cauda, há grupos de papilas adesivas. Todas as estruturas servem para a aderência do animal ao substrato.

[pic 1]

[pic 2]

Morfologia Interna

Parede corporal

A epiderme que reveste a parede do corpo é estratificada e as células superficiais produzem uma camada fina de secreção sobre o corpo (semelhante aos peixes). As células epidérmicas subjacentes estão repletas de tonofilamentos citoesqueléticos e a epiderme da parte ventral e lateral da cabeça é formada por uma única camada de células cutilarizadas, sendo a cutícula não renovável. Em todas as partes do corpo, há uma membrana basal espessa que une a epiderme aos tecidos subjacentes

Musculatura e sustentação

A musculatura do corpo dos quetognatos é bem desenvolvida e disposta em quatro quadrantes  de  bandas longitudinais laterais, sendo 2 dorsais e 2 laterais. Na maioria das espécies os músculos apresentam 2 tipos de fibras, enquanto nas espécies bentônicas apresentam somente 1 tipo de fibra.

A sustentação do corpo é fornecida pela qualidade hidrostática do celoma, pela disposição helicoidal cruzada das fibras de colágeno na  membrana basal e pelo tônus da musculatura da parede corporal.

Movimentação

A natação é representada por movimentos repentinos rápidos e curtos, semelhantes a pulo. Dependem de movimentos propulsores causados pelas contrações dos músculos longitudinais, e as nadadeiras não são usadas como propulsão mas sim de forma que deslizem sobre a água servindo de estabilizadores. Em animais pelágicos, esses movimentos são seguidos de períodos de inatividade e afundamento leve,sendo a capacidade de flutuar presente na maioria dos animais, para maior eficiência na captura de presas. As espécies bentônicas são capazes de nadar, porém por um curto período de tempo.

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