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A Fisiologia do Beija-flor

Por:   •  7/12/2021  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.632 Palavras (11 Páginas)  •  569 Visualizações

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Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Curso de Ciências Biológicas

Disciplina: Fisiologia Animal Comparada

Docente: André Teixeira da Silva

Fisiologia do beija-flor (Trochilidae) 

Grupo: Ana Paula Almeida, Jéssika Soares e Kelly Natally dos Santos






Jequié - 2020

A fisiologia trata das funções dos organismos vivos - como se alimentam, respiram e se movimentam, e o que fazem para se manter vivos. Também estuda como o organismo vivo ajusta-se às adversidades do ambiente e como ele obtém informação sobre o ambiente por meio de seus sentidos. A fisiologia então trata da regulação de todas essas funções – como elas estão correlacionadas e integradas em um organismo de funcionamento harmonioso (Schmidt-Nielsen, 2013). Neste texto, trataremos de aspectos fisiológicos dos beija-flores, aves de pequeno porte da família Trochilidae. A família conta com mais de 320 espécies e são caracterizadas normalmente pelo bico longo e fino e pelas cores iridescentes e metálicas das penas (HEALY; HURLY, 2006; SICK, 1997). São aves geralmente associadas a lugares de clima quente e são bem adaptadas para lidar com grandes variações na temperatura ambiente (HEALY; HURLY, 2006) por causa de sua densa plumagem a qual oferece um dos melhores isolamentos térmicos entre as aves (HEALY; HURLY, 2006; POWERS et al., 2015). Todas as espécies de beija-flor são territorialistas e primariamente nectarívoras atuando como importantes agentes polinizadores, podendo também complementar sua dieta através de pequenos insetos (HEALY; HURLY, 2006; SICK, 1997).

Respiração

O processo de tomada de oxigênio e liberação de dióxido de carbono é denominado respiração e é importante para satisfazer a necessidade de energia da maioria dos animais, por meio da oxidação de alimentos (Schmidt-Nielsen, 2013). A maioria dos animais necessita de órgãos respiratórios especiais para a captação deste gás, e, no caso das aves, este sistema funciona de forma diferenciada em relação aos outros grupos. O sistema respiratório das aves é formado por narinas, cavidade nasal, laringe, traquéia, dois brônquios, dois pulmões e sacos aéreos em número par. Os pulmões são formados por parabrônquios e possuem circulação de ar em um caminho único. O processo respiratório é formado por dois ciclos respiratórios, com uma inspiração seguida de uma expiração (resultante da inspiração anterior a esta, mais uma inspiração seguida de expiração (resultante da primeira inspiração). Os pulmões se movimentam pouco, são os sacos aéreos que inflam e desinflam. Os sacos aéreos são estruturas associadas aos pulmões que servem como reservatório de ar e, acabam por também diminuir a densidade do corpo das aves (permitindo o voo).

[pic 1]

Fonte: https://url.gratis/D7cAj

Sangue e circulação

O sistema circulatório e sanguíneo dos beija-flores funciona igualmente com as estruturas das outras aves. Porém, o coração dos beija-flores é capaz de bater até 1.200 vezes por minuto durante o seu voo. De acordo com Power (2015), durante esse período de voo os beija-flores deslocam as suas pernas para frente da cauda, a fim de, evitar o superaquecimento, assim reduzindo a perda de calor por convecção de outras partes do corpo, mas em voos com movimentos os pés se retraem para evitar a perda de calor. Porém, quando está em repouso o seu coração reduz a demanda de energia. 


[pic 2]

 Fonte da imagem: https://url.gratis/ViqcE

Alimento e metabolismo

Os animais necessitam de alimento: para prover a energia necessária para permanecerem vivos e manterem os processos físicos, para a contração muscular e muitos outros processos, como matéria-prima para formar e manter o mecanismo celular e metabólico e para crescimento e reprodução (Schmidt-Nielsen, 2013). O alimento pode ser obtido por diferentes meios e, no caso dos beija-flores, o mecanismo de ingestão de alimento é a sucção de néctar.  Os beija-flores têm bicos longos e delgados, especializados para entrar nas corolas tubulares. Para alcançarem a base da flor, onde geralmente estão os nectários, entram em contato com os órgãos sexuais da flor, realizando a polinização cruzada. Entre as aves que visitam flores nas florestas neotropicais, o grupo que apresenta maior especialização em sua morfologia e comportamento são os beija-flores (Trochilidae, Aves). A polinização realizada pelos troquilídeos depende, dentre outros fatores, do comportamento alimentar destas aves. Este comportamento, por sua vez, seria determinado pela história evolutiva e experiência individual, associadas a fatores extrínsecos (WADDINGTON, 1983) como cor e disposição das flores nos ramos e época de floração (WASER, 1983). Os beija-flores têm a maior taxa metabólica entre os vertebrados, e sua demanda energética é suprida pela ingestão do néctar floral, rico em açúcares. 

Regulação da temperatura 

Devido ao alto metabolismo, os beija-flores são animais que passam por períodos de torpor noturno, reduzindo a sua temperatura corpórea e a taxa metabólica. O período de torpor atua como um meio de preservação de energia (Schmidt, 2013). Portanto, mantendo essa preservação de energia no período de torpor, irá resultar em uma alta produção de energia, sendo assim, quando os beija-flores passam pelo período de torpor a taxa metabólica entra em uma condição letárgica (Pereira, 2017).

[pic 3]

De acordo com o pensamento de Pereira (2017), os olhos dos beija-flores são regiões não controladas pelo animal e possui uma intensa dissipação de calor, já as regiões como cabeça, tórax, bico e membros inferiores mostram regiões dinâmicas que alteram a temperatura conforme a mudança ambiental, sendo importantes janelas térmicas. Essas janelas térmicas assumem um importante papel dificultando a perda de calor, já que as penas dos beija-flores possuem uma concentração densa.

[pic 4]

Figura acima retirada do trabalho de Pedroso (2017), nesta imagem foram consideradas:

Bico: foram consideradas a temperatura média desta secção capturada por uma linha que transpassava toda essa porção do corpo. 

 Cabeça: foram consideradas as temperaturas médias da secção obtidas através de um círculo das imagens. 

Olhos: foi plotado um ponto específico em cima do órgão e registrada a temperatura daquele ponto.

Corpo Longitudinal: foram retiradas através de uma linha reta cruzando da cabeça até as penas da cauda do beija-flor. 

Membros inferiores: foram capturadas de forma semelhante à da cabeça através de um círculo na região. Contudo, a região dos membros inferiores não é uma área regular como a cabeça e quase sempre a região capturada continha pontos do ambiente atrás do indivíduo com temperaturas bem mais baixas. Sendo assim, para resolver esse problema, nessa região foram consideradas apenas as temperaturas máximas do apêndice a fim de obter apenas as temperaturas do animal. 

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