TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

A Mononucleose infecciosa

Por:   •  23/5/2018  •  Artigo  •  8.419 Palavras (34 Páginas)  •  317 Visualizações

Página 1 de 34

[pic 1]

ARTIGO DE REVISˆO

[pic 2]

Mononucleose infecciosa

Infectious mononucleosis

Luiza Helena Falleiros R. Carvalho*

Resumo[pic 3]

Objetivo: Atualiza ªo em Mononucleose Infecciosa causada pelo V rus Epstein-Barr.

Material e MØtodo: Revisªo bibliogrÆfica atravØs do Sistema Medline, alØm da procura direta de artigos selecionados.

Resultados:AbordagemsumÆriadealgunsaspectosrelacionados etioepidemiologia do v rus, relacionando os dois tipos de EpsteinBarr(EBV)atualmenteconhecidos,EBVtipoAeEBVtipo B, e algumas das suas diferen as. A imunologia do EBV Ø relatada concisamente, procurando-se fazer uma correla ªo entre o que ocorre na cl nica com as altera ıes imunol gicas concomitantes. A autorafazaindaconsidera ıessobrefisiopatologia,quadrocl nico, complica ıes e s ndromes associados ao EBV. Dentro do diagn stico laboratorial, Ø importante o encaminhamento do hemograma como primeiro exame subsidiÆrio, seguindo-se pela contagem quantitativadosanticorposheter filosepelaanÆlisedosanticorpos anti-EBV.

Conclusªo: As patologias causadas ou desencadeadas pelo EBVsªo,semdœvida,fascinantesseanalisadassobopontodevista imunol gico. Dentre elas, a Mononucleose Infecciosa, classicamente causada pelo EBV, tem mostrado alguns aspectos extremamente interessantes cl nicos e laboratoriais.

J.pediatr.(RioJ.).1999;75(Supl.1):S115-S125: mononucleose infecciosa, linfadenopatia imunoblÆstica, herpesvirus 4 humano, anticorpos heter filos.

Conceito

A Mononucleose Infecciosa (MI) clÆssica, descrita jÆ em1889porPfeiffercomo febreglandular ,eporalguns denominada doen a do beijo , Ø uma doen a de baixas mortalidade e letalidade, de manifesta ıes agudas e geralmente benignas, apresentando um grande polimorfismo cl nico, porØm, na maioria das vezes, obedecendo alguns critØrios bastante œteis ao diagn stico:

-achadoscl nicos: amigdalofaringite,linfadenopatiae hepatoesplenomegalia;

[pic 4]

* Coordenadora da Disc. de MolØstias Infecciosas da Fac. de Medicina de Mar lia - Sªo Paulo. Diretora do Servi o de Ensino e Pesquisa do Instituto de Infectologia Em lio Ribas - Sªo Paulo. Membro do Conselho Consultivo da Sociedade Latino-Americana de Infectologia PediÆtrica.

Abstract

Objective: To present updated aspects of the Infectious Mononucleosis caused by the Epstein-Barr Virus.

Materials e Methods: Research of bibliographic references through the Medline and direct research of selected papers.

Results: A concise approach to some aspects related to the epidemiology of the virus, namely the two types that are presently known,EBVtypeAandEBVtypeB,andsomedifferencesthatthey present.Itwaspossibletoestablisharelationshipbetweenwhatone sees in the clinical picture and the immunological changes that occur at the same time. The author also describes the physiopathology, clinical features, complications and other syndromes associated to the EBV. As far as the laboratory workup is concerned, it is important to have a complete blood count as the first step, followed by the quantitative exam of the heterophile antibodies and antibodies antiEBV analysis.

Conclusion:ThepathologiesrelatedtotheEBVareimportant, and certainly fascinating from the immunological point of view. Amongthese,theInfectiousMononucleosiscausedbytheEBVhas shown some interesting clinical and laboratorial aspects.

J. pediatr. (Rio J.). 1999; 75 (Supl.1): S115-S125: infectious mononucleosis, immunoblastic lymphadenopathy, herpesvirus 4 human, heterophile antibodies.

  • achados hematol gicos: linfocitose (mais de 50%) com altera ıes at picas em grande nœmero (mais de 10%, freq entemente ultrapassando 20%, de linf citos at picos

no sangue perifØrico);

  • achados sorol gicos: desenvolvimento de anticorpos heter filos; desenvolvimento de anticorpos anti-v rus Epstein-Barr (EBV).

Etioepidemiologia

[pic 5]

S115

A MI clÆssica Ø causada por um v rus denominado Epstein-Barr (EBV), gamav rus DNA (Linfocriptovirus) pertencente ao Grupo Herpes1 com as caracter sticas peculiares ao grupo, ou seja, a latŒncia, a recorrŒncia e/ou cronicidade. Atualmente dois tipos de EBV podem ser isolados pela rea ªo da polimerase em cadeia (PCR), assim como distinguir mœltiplas variantes da mesma cepa, tanto na saliva como nas cØlulas B de indiv duos saudÆveis e imunossuprimidos2. A anÆlise molecular do genoma do EBVnoin ciodadØcadade80detectoudoistiposdeEBV, A e B ou 1 e 2 (por analogia com o v rus Herpes simplex tipo 1 e tipo 2). Embora o EBV tipo 1 e tipo 2 se diferenciem em apenas alguns alelos (<1%), existem grandes diferen as nos efeitos sobre o crescimento do linf cito B. Existem diferentes tipos de ant genos nucleares:EBNa1,EBNa2,EBNa3a,EBNa3b,EBNa3c,EBNa, LP; Prote nas Latentes de Membrana (potencialmente oncogŒnicas) - LMP1; LMP2A; LMP 2B; e dois tipos de RNAnucleares:EBERs.AexpressªocoordenadadoEBV nalatŒnciavariaconformeos ndromeassociadoaoEBV3. Cinco dos gens que codificam os ant genos nucleares EBNas na infec ªo latente diferem bastante, principalmenteosalelosEBNA2,tantonoEBVtipo1,comonotipo 2. A expressªo da seq Œncia gŒnica do EBNA2 Ø fundamental para imortaliza ªo do EBV. A imortaliza ªo do v rus em cØlula B in vitro Ø muito mais expressiva com o EBV tipo 1 do que com o tipo 2. O EBV tipo 1 Ø ub quo, enquanto a distribui ªo geogrÆfica do EBV tipo 2 Ø preferencial nas regiıes da `frica endŒmicas para malÆria elinfomadeBurkitt.TantooEBVtipo1comootipo2tŒm tropismo para cØlulas de orofaringe, enquanto que o tropismoparacØlulasdosangueperifØricoØmaisfreq ente no EBV tipo 1, e rara no tipo 2 (mais freq ente no imunossuprimido).

A MI Ø de baixa infectividade, de distribui ªo universal, ocorrendo esporadicamente e em qualquer idade, porØm prevalente (70-80%) entre crian as e adultos jovens.

A distribui ªo dos anticorpos parece variar consideravelmenteconformeopadrªodehigieneedesenvolvimento socioecon mico das regiıes e popula ıes estudadas. Nas popula ıes de baixo n vel socioecon mico, parece haver uma tendŒncia de aquisi ªo de anticorpos mais precocemente, sugerindo que crian as de mais baixa idade podem infectar-se mais cedo, nem sempre atravØs de uma infe ªo aparente. JÆ a infec ªo cl nica clÆssica pelo EBV Ø prevalente no adolescente e no adulto jovem em populaıes de melhor padrªo socioecon mico. Em Sªo Paulo, os dados mostram que 80% da popula ªo jÆ tem anticorpos anti-EBV aos 12 anos de idade4 e que, mesmo em escola privada de n vel socioecon mico melhor, 68,9% das crian as de seis a 14 anos tŒm anticorpos anti-EBV. Percentual esse igual ou mais alto ao encontrado entre estudantes adolescentes de 17 a 19 anos na Inglaterra e Estados Unidos5.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (56.9 Kb)   pdf (275 Kb)   docx (43 Kb)  
Continuar por mais 33 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com