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A SINDROME DO OVARIO POLICÍSTICOS

Por:   •  29/3/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.029 Palavras (9 Páginas)  •  490 Visualizações

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Síndrome do Ovário Policístico – SOP

Tratamento

A síndrome do Ovário Policístico é uma endocrinologia crônica e, até o presente momento, incurável. Há, todavia, diversos tratamentos desenvolvidos sob medida e de acordo com os objetivos de cada paciente capazes de atenuar a sintomatologia. Em termos gerais, tais objetivos podem ser divididos em 04 (quatro) grandes categorias: Redução dos níveis de resistência à insulina; Restauração da fertilidade; Tratamento de hirsutismo ou acne; Restauração da menstruação regular e prevenção de hiperplasia endometrial e câncer endometrial (VELTMAN-VERHULST et. al., 2012).

Cada uma destas áreas, todavia, envolve um debate considerável quanto ao tratamento ideal. Uma das principais razões para tanto vem a ser a falta de ensaios clínicos em grande escala capazes de comparar diferentes tratamentos. Ensaios menores tendem a ser menos confiáveis e, portanto, podem produzir resultados conflitantes. Intervenções gerais que ajudam a reduzir o peso ou a resistência à insulina podem ser benéficas para todos os objetivos acima elencados, uma vez que abordam o que se acredita ser a causa subjacente da síndrome. O médico adequado para avaliar a paciente e seu respectivo tratamento é o endocrinologista. Por outro lado, considerando-se que a SOP parece causar sofrimento emocional significativo, inclusive com importantes manifestações psiquiátricas associadas, o suporte a ser prestado por psicólogos e psiquiatras pode ser bastante útil.

As formas de tratamento mais comuns são: Exercícios físicos regulares; Dieta de emagrecimento com controle glicêmico. Perder peso diminui muito os outros sintomas; Uso de pílula anticoncepcional específica para SOP, que atua também nos problemas de acne e hirsutismo (pelos), além de regular o excesso de testosterona; Uso de anti-andrógenos como Acetato de ciproterona; Uso de hipoglicemiantes orais; Uso de estimulantes da menstruação; Caso a paciente deseje engravidar, uso de clomifeno pode reverter a infertilidade; Cosméticos específicos para diminuir a acne; Psicoterapia para controle do estresse, depressão e ansiedade causada pelas mudanças hormonais e na aparência (MORAN et. al., 2013).

Quando a SOP está associada com excesso de peso ou obesidade, a perda de peso, se realizada de forma bem sucedida, vem a ser o método mais eficaz para restaurar a normalidade da ovulação/menstruação. Contudo, muitas mulheres acreditam ser muito difícil alcançar e manter perdas significativas de peso.

Uma revisão científica levada a efeito em 2013 revelou que, independentemente da composição da dieta, é possível alcançar-se decréscimos similares de redução de peso e da composição corporal, bem como melhoria da taxa de gravidez, da regularidade menstrual, ovulação, hiperandrogenismo, resistência à insulina, lipídios, além de aumentar a qualidade de vida. Igualmente, experimentos demonstraram que dietas de baixo índice glicêmico (na qual uma parte significativa do total de carboidratos é obtido de frutas, verduras e de fontes integrais) proporcionaram o aumento da regularidade menstrual, especialmente se comparadas a dietas saudáveis baseadas em macronutrientes (MORAN et. al., 2013).

A deficiência da Vitamina D pode ter papel importante no desenvolvimento da síndrome metabólica, por isso é recomendável o tratamento de tal deficiência. A esse respeito, um estudo encontrou níveis insuficientes de “25-hidroxi vitamina D” (< 30 ng / mL) em quase 75% das pacientes com SOP, com níveis mais baixos em pessoas com síndrome metabólica (17,3 ng / mL) do que naquelas sem síndrome metabólica (25,8 ng / mL).

Para Leeman e Acharya (2009), a redução de resistência à insulina, melhorando a sensibilidade à insulina através de medicamentos como metformina e o mais novo thiazolidinedione (ou glitazonas), apresentava-se como uma abordagem óbvia e estudos iniciais pareciam demonstrar sua eficácia. Estudos mais atuais sugerem, todavia, que a glitazona pode duplicar o risco de fraturas ósseas em mulheres.

Apesar da metformina não ter sido inicialmente licenciada para uso em pacientes com SOP, o National Institute for Health and Clinical Excellence do Reino Unido recomendou, em 2004, que mulheres diagnosticadas com a síndrome e detentoras de um índice de massa corporal acima de 25 fizessem uso da metformina quando outras terapias falhassem na produção de resultados.

Revisões subsequentes, no entanto, em 2008 e 2009, notaram que estudos controlados (ou randomised control trials) não demostraram, em geral, a promessa sugerida pelo estudo observacional anterior.

Nem todas as mulheres afetadas pela Síndrome do Ovário Policístico enfrentarão, necessariamente, dificuldade para engravidar. Entretanto, naquelas em que se verifica algum tipo de dificuldade para engravidar, percebe-se que a anovulação ou a ovulação infrequente vem a ser, para todas, uma causa em comum (LEGRO; BARNHART; SCHLAFF, 2007; LORD; FLIGHT; NORMAN, 2003).

Outros fatores incluem níveis alterados de gonadotrofina, hiperandrogenemia e hiperinsulinemia. A exemplo das que não possuem a síndrome, as mulheres acometidas pela SOP, mesmo conseguindo ovular, podem ser inférteis em virtude de outras condicionantes, tais como obstruções nas trompas devido a um histórico de doenças sexualmente transmissíveis (LEEMAN; ACHARYA, 2009).

Para as mulheres com excesso de peso e anovulatórias (em função da SOP), a perda de peso e ajustes na dieta, especialmente para reduzir a ingestão de hidratos de carbono simples, poderão facilitar a retomada da ovulação natural.

Para mulheres obesas que mesmo após a perda de peso ainda continuam anovulatórias, ou até mesmo em se tratando de mulheres normalmente magras porém anovulatórias, medicamentos indutores de ovulação, a exemplo do citrato de clomifeno e FSH, são indicados como os principais tratamentos para promovê-la. Até recentemente, o medicamento anti-diabetes metformina era o tratamento recomendado para a anovulação, mas há indícios de que sua eficácia é inferior à do clomifeno (LEGRO; BARNHART; SCHLAFF, 2007).  

Para os pacientes não responsivos ao clomifeno associado à dieta e modificação de estilo de vida, há outras opções disponíveis, incluindo procedimentos de tecnologia de reprodução assistida, como hiperestimulação ovariana controlada com injeções de hormônio folículo-estimulante (FSH) seguidas de fertilização in vitro (FIV).

Quando necessário (por exemplo, em mulheres em idade fértil que necessitem de contracepção), a pílula anticoncepcional padrão é frequentemente efetiva na redução do hirsutismo. A pílula anticoncepcional comumente escolhida vem a ser a que contém acetato de ciproterona (no Reino Unido, as marcas disponíveis são Dianette/Diane). O acetato de ciproterona se caracteriza como sendo uma progesterona com efeitos anti-andrógenos  que bloqueiam a ação de hormônios masculinizantes, os quais, tal como se acredita, contribuem para a acne e o crescimento indesejado de pelos faciais e corporais. Por outro lado, progestagênios, tais como o norgestrel e levonorgestrel devem ser evitado devido aos seus efeitos androgênicos.

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